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1° de Maio - Mobilizações e atos ao redor do mundo

Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores

01/05/2009

Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores

 PARIS, FRANÇA: Importante mobilização

Neste 1° de Maio em toda França mais de meio milhão de pessoas saíram a se mobilizar contra as demissões, e todas as conseqüências que os trabalhadores já começam a sofrer por conta da crise que golpeia a Europa.

Em Paris houve uma grande mobilização. Pela primeira vez em décadas, a base do movimento operário francês obrigou as direções sindicais a uma convocatória unitária, porém, a mobilização foi menor que a de 19 de março. Trabalhadores, jovens e estudantes marcharam em repúdio ã política econômica do governo do direitista Nicolas Sarkozy. As paralisações e mobilizações de janeiro e março de 2009, e a mobilização de 1° de Maio em toda a França demonstram que os trabalhadores e o povo querem ir por mais.

Entretanto, as direções da CGT e das demais centrais sindicais estão se negando a convocar uma ação unificada de todos os trabalhadores, uma paralisação nacional ou uma greve geral, apesar da longa greve dos professores e pesquisadores universitários, dos trabalhadores da saúde e das lutas dos setores que começam a responder ás demissões e ataques. Propõem medidas sem continuidade e não contundentes, razão pela qual se dá a queda na participação. Agora convocaram duas novas jornadas de protesto antes do verão, mas nem sequer uma paralisação geral de 24hs. Na marcha um panfleto muito comum era um que dizia Rêve Genérale (“Sonho geral”, retomando as consignas do Maio de 68) jogando com as palavras “Gréve genérale” que siginficam “greve geral” em francês. Houve muitos que reivindicaram esta ação. A popularidade de Sarkozy está em seus piores dias, porém este não está disposto a ceder. A burocracia da CGT e outras centrais, está pressionada entre a intransigência do governo e a raiva operária.

O isolamento ao que condenam as lutas as direções sindicais e políticas não poderá esgotar a energia dos trabalhadores franceses que mostram novos sinais de resistência operária com as ocupações de fábrica e a tomada de reféns da gerência, como na Sony, Caterpillar, 3M, Molex e a heróica luta dos operários da Continental, que nesta última empresa atacaram e destruíram a sede da prefeitura. Em alguns casos suas reivindicações são maiores indenizações e em outros casos a readmissão dos companheiros demitidos. Este método de luta radicalizado, que não vemos há décadas tem um importante apoio popular.

A crise golpeia fortemente a Europa. O movimento operário francês está de novo ã cabeça da resistência contra os planos capitalistas de fazer os trabalhadores e os povos pobres do mundo pagarem pela crise.


 Argentina: Dez mil manifestantes com a esquerda no dia dos trabalhadores

Este 1° de Maio foi uma jornada de luta em várias cidades do país sob um lema comum, a crise capitalista e a necessidade de uma resposta operária e popular. Na Plaza de Mayo, o ponto central da mobilização foi “que a crise seja paga pelos capitalistas, não pelos trabalhadores”, e a necessidade de uma política de independência de classe frente ás distintas patronais, sejam agropecuárias ou as que se alinham com o governo.

A jornada foi convocada pelo PTS, PO, IS, MAS, MST e a FUBA, outras organizações da esquerda e delegados, comissões internas e sindicatos combativos. Estiveram presentes delegados do metrô que estão formando um novo sindicato, trabalhadores de fábricas ocupadas, como Filobel, Mahle, Cive, Pilkingston, Massuh, delegados dos ferroviários, telefônicos, da alimentação, assim como a agrupação de mulheres Pan y Rosas.

Dez mil pessoas estavam presentes nesta jornada de luta onde se leu um documento conjunto que colocou uma saída operária e popular para a crise. O PTS participou com uma coluna de dois mil companheiros, trabalhadores, estudantes e mulheres em luta, e uma vez finalizado o ato unitário se mobilizou ante a sede da UIA, onde fizeram uso da palavra trabalhadores de Pilkington, Massuh, Claudio Dellacarbonara, delegado do metrô, e Christian Castillo pela direção do PTS.
Nosso partido participou também em diversos atos e jornadas operárias que se realizaram em Neuquén, Córdoba, Rosario, Bahía Blanca, Mar Del Plata, Jujuy, Tucumán, Sastre em apoio à luta dos trabalhadores.


 ARAGUA, VENEZUELA

Ante as concentrações do governo e da oposição direitista, se realizou em Aragua o único ato independente com a clara consigna de que a crise seja paga pelos capitalistas. Convocado pela UNT regional e impulsionado por diversas organizações políticas, entre elas a LTS, estiveram presentes muitos sindicatos, assim como estudantes e trabalhadores de outras cidades. O ato se realizou em La Encrucijada, lugar onde foram assassinados há cinco meses três dirigentes classistas da UNT. A raiva operária se fez sentir já que no país de Chávez a crise já começa a ser paga pelos trabalhadores com milhares de demissões, aumento dos custos de vida, e Chávez só respondeu com duras ameaças aos lutadores. Angel Arias, dirigente da Liga de Trabajadores por el Socialismo (LTS) trouxe a calorosa saudação dos trabalhadores da Tendência Classista Revolucionária da Sidor, que desde Puerto Ordaz, compartilham esta luta, bem como os companheiros operários da Universidad Central de Venezuela,e estudantes solidários.


 LA PAZ, BOlà VIA

Enquanto a COB transformou o 1° de Maio em um ato pré-eleitoral em apoio a Evo Morales, mais de 350 trabalhadores, camponeses e jovens percorreram as ruas de La Paz pela independência política e sindical dos trabalhadores, frente ã direita empresarial e latifundiária, e o governo do MAS. Junto ã LOR-CI marcharam trabalhadores das aduanas, SABSA, Limpeza Urbana de El Alto, ex EMALT, fábricas de El Alto, mulheres dos bairros populares, jovens, estudantes da UPEA e da UMSA. Neste ato, junto a outras organizações a LOR-CI defendeu a necessidade de expulsar a burocracia corrompida do congresso da COB, de se solidarizar com a luta dos estudantes universitários da UMSA e que os trabalhadores façam ouvir sua voz nas próximas eleições nacionais com um instrumento próprio.


 ESTADO ESPANHOL

Terrasa, Barcelona

A histórica praça Roja, cenário de lutas da classe trabalhadora nos anos 70 voltou a ver a mobilização dos trabalhadores neste 1° de Maio, principalmente imigrantes em defesa do trabalho e de seus direitos, no marco de um ano muito duro para este setor da classe que é o mais afetado pela crise devido ao endurecimento das leis imigratórias que se soma ao gigantesco mar de demissões.

Zaragoza

“Nativa ou estrangeira, a mesma classe operária”, se clamava em Zaragoza no 1° de Maio. Na manifestação convocada pela CGT, milhares de trabalhadores e estudantes se pronunciaram pela Greve Geral. Os companheiros de Clase contra Clase participaram de ambas jornadas ao grito de “Contra a demissão, divisão das horas de trabalho”.


 SANTIAGO, CHILE

Clase contra Clase esteve presente na mobilização pelo 1° de Maio em Santiago. Enquanto a CUT mantém sua política de colaboração com o governo de Bachelet, os trabalhadores planejam enfrentar uma crise que já os afeta duramente, com demissões, precarização do trabalho e pelo ainda inexistente direito de greve.

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