Nos dias 13 e 14 de outubro, no auditório da Apeoesp, em São Paulo, realizou-se a 1ª Sessão do I Congresso da Liga Estratégia Revolucionária - Quarta Internacional (LER-QI).
Reuniram-se delegados eleitos, militantes, convidados simpatizantes e representantes da Fração Trotskista - Quarta Internacional como Christian Castillo, professor de Sociologia da UBA e dirigente do Instituto de Pensamento Socialista Karl Marx e do PTS (Argentina), Elio Peralta, secretário do Sindicato dos Aeroportuários e dirigente da LOR-CI (Bolívia) e Alejandro Espinoza, dirigente da organização Clase contra Clase (Chile).
Nesses dois dias discutiu-se o temário Situação internacional, Recomposição do Movimento Operário e Tarefas para a Fração Trotskista e a Liga, a partir de informe apresentado por dirigentes de nossa organização, resultando numa rica discussão sobre a decadência de hegemonia dos EUA, a crise financeira internacional e os cenários que se abrem, e quais as perspectivas para o movimento operário e os revolucionários enfrentarem as novas condições políticas, econômicas e subjetivas com uma política internacionalista e revolucionária que se combine com a incipiente recomposição de setores do proletariado (principalmente precarizados) em diversos países da América Latina (Argentina, Bolívia, México, Brasil).
Como parte da discussão sobre o internacionalismo proletário, iniciou-se um rico debate sobre a crise do movimento trotskista internacional, caracterizada pela mais recente onda liquidacionista da principal organização trotskista mundial, a LCR francesa, que avança na negação e revisão dos postulados marxistas revolucionários e abandona a construção de partidos trotskistas revolucionários e a perspectiva de reconstrução da IV Internacional, passando a defender na França a criação de um "partido anticapitalista", não classista nem revolucionário.
Este liquidacionismo germina num terreno em que o marxismo vive uma crise profunda, o que exige dos marxistas revolucionários complementar a luta de estratégia com o combate teórico contra o revisionismo teórico, recupere a tradição de luta teórica dos marxistas desde Marx contra os anarquistas, passando por Lenin contra a degeneração da II Internacional e Trotsky contra a degeneração estalinista da III Internacional, que permitiu preparar, em cada momento, uma vanguarda revolucionária armada teórica, programática, ideológica e estrategicamente para enfrentar os desafios que se apresentavam e exigiam o marxismo como guia teórico e prático da ação revolucionária do proletariado internacional.
Compreendendo a complexidade desses desafios, seguiremos, em todas as organizações integrantes da Fração Trotskista, os debates aprofundando em definições que sustentem esta luta teórica e estratégica em defesa dos princípios do marxismo revolucionário.
A 2ª Sessão do I Congresso, com o temário Nacional, Balanço e Orientação, se realizará, com delegados e convidados, nos dias 27 e 28 de outubro.
Ato Internacionalista pelos 90 anos da Revolução Russa
Como parte integral de nosso I Congresso vimos realizando diversas atividades ideológicas, como o lançamento da revista Estratégia Internacional Brasil n° 2, livro A Revolução de Outubro, de Leon Trotsky, cartaz comemorativo dos 90 anos da Revolução Russa e, no último dia 15, realizamos no Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) um Ato Internacionalista pelos 90 anos da Revolução Russa.
Sob a direção do trabalhador precarizado da USP, Pablito, representando a LER-QI, dirigiram-se ás dezenas de trabalhadores e estudantes presentes, os companheiros Christian Castillo (Argentina), Elio Peralta (Bolívia), Alejandro Espinoza (Chile), a estudante de Geografia Marília (A Plenos Pulmões) e o dirigente operário Brandão, trabalhador da Prefeitura do Campus da USP. As diversas intervenções reivindicaram a necessidade de retomarmos os ensinamentos da Revolução Russa, que instituiu o primeiro estado operário soviético, elevando profundamente a subjetividade do proletariado em escala mundial, demonstrando cabalmente a única estratégia revolucionária capaz de derrubar o sistema capitalista e criar as bases da construção de uma nova sociedade, sem explorados nem exploradores, que só pode se consolidar em escala internacional, o que a teoria estalinista de "socialismo num só país" comprovou, pela negativa, resultando na restauração capitalista na ex-URSS e nos demais estados operários degenerados do Leste europeu.
A Fração Trotskista-Quarta Internacional está conformada pelo PTS (Partido de los Trabajadores Socialistas) da Argentina, oMTS (Movimiento de Trabajadores Socialistas) do México, a LOR-CI (Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional) da Bolívia, o MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) do Brasil, o PTR-CcC (Partido de Trabajadores Revolucionarios) do Chile, a LTS (Liga de Trabajadores por el Socialismo) da Venezuela, a LRS (Liga de la Revolución Socialista) da Costa Rica, Clase Contra Clase do Estado Espanhol, Grupo RIO, da Alemanha, militantes da FT no Uruguai e Militantes da FT na CCR/Plataforma 3 do NPA da França.