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Os trabalhadores de Sidor novamente em greve de 72 horas.
por : JIR (FT-CI)

02 Apr 2008 | A semana Santa significou apenas uma pequena trégua, já que junto ás paralisações, se organizam jornadas de protestos...

No momento em que escrevemos este artigo, os trabalhadores de Sidor novamente se encontram em paralisação por 72 horas, iniciado no dia 25/3 as 11 da noite até as 7 da manhã de 29, depois de haver realizado uma paralisação por 24 horas no dia 24/3. A semana Santa significou apenas uma pequena trégua, já que junto ás paralisações, se organizam jornadas de protestos na cidade de Puerto Ordaz para esta semana, onde se encontra a fábrica. Mas a novidade também é que a luta dos trabalhadores sidoristas tem contagiado a outros setores operários das industrias básicas da região: os trabalhadores de alumínio das plantas da Alcasa Venalun e Carbonorca tem iniciado jornadas de luta com paralisações inclusive.

O que mostraram as últimas paralisações em Sidor é que a forte mobilização que se vem desenvolvendo pela base entre os trabalhadores, que inclusive em diversas situações tem ultrapassado ã direção do próprio sindicato sidorista. Assim ocorreu a recente paralisação do 24/3, quando numa massiva assembléia resolveram ir ã greve com a presença apenas de quatro delegados sindicais e sem nenhum diretor do sindicato, que não pode mais que acatar o votado pelos trabalhadores. O mesmo aconteceu com a greve do 13/3, por trás do fracasso das reuniões do dia anterior entre a empresa Ternium Sidor (do gupo argentino Techint) e o Sutiss (Sindicato dos trabalhadores), quando os operários resolveram paralisar toda a fábrica, antes de que o próprio Sindicato a indicasse formalmente.

A atual paralisação de 72hs teve também como motivo de fundo a morte de um operário de 51 anos. Este lamentável ocorrido aconteceu por cerca das 6 da tarde de terça dia 25, quando o companheiro trabalhava e foi vitima de um infarto fulminante e não pode ser atendido, já que a ambulà¢ncia da transnacional não contava com os elementos necessários. Quando souberam da noticia, os trabalhadores paralisaram a fábrica em protesto, ação ratificada por uma assembléia ás 11 da noite no portão 3 da empresa. Não há que se esquecer a selvagem repressão que sofreram os trabalhadores sidoristas no dia 13/3 passado, com dezenas de feridos, inclusive alguns ã bala, e foram detidos mais de 50 trabalhadores. Uma repressão como não se havia visto em décadas na fábrica. A responsabilidade desta repressão não recai somente no governador do estado Bolívar ou do Comandante da Guarda Nacional, mas também sob o próprio Chavez, e seu antioperário ministro do trabalho, Jose Ramon Rivero. O governo nacional, com esta selvagem repressão, como o fez - em menor escala - com os trabalhadores de Sanitários do Marcay, busca disciplinar aos trabalhadores e se põem abertamente do lado da transnacional Techint contra os operários, mostrando a verdadeiro face do “socialismo com empresários”.

Frente a isso, a raiva dos trabalhadores se fez sentir novamente ao ver como seus companheiros detidos eram transfreridos em algemas como se fossem criminosos e alta periculosidade. Mas graças a mobilização dos sidoristas, trabalhadores de outras fábricas e familiares, e da grande solidariedade a sua justa luta, todos os operários de Sidor detidos foram libertados em 16/3.

Enquanto transcorre esta paralisação, novas jornadas de protestos estão se organização, desde marchas por Puerto Ordas, festivais culturais com renomados artistas nacional, até um encontro nacional de sindicatos e de organizações operárias e populares para discutir o apoio ativo a esta importante luta. Nesse sentido, os trabalhadores sidoristas não descartam a greve indefinida frente ã negativa da transnacional Ternium-SIDOR, que se nega a melhorar substancialmente as condições salariais, a segurança laboral na empresa, o passe na fábrica permanente dos terceirizados e uma convenção coletiva justa. Ao mesmo tempo, que tem resolvido continuar exigindo a re-estatização da fábrica sob controle dos trabalhadores.

A solidariedade com os trabalhadores sidoristas deve passar de palavras a atos, começando por respaldar os operários que enfrentam o regimaede escravidão de Sidor, a quem o governo de Chávez tem dado as costas, inclusive reprimindo eles, se colocando ao lado da transnacional Techint que tem como advogados o governo dos Kirchner da Argentina.

É necessário convocar com urgência uma paralisação ativa regional de todas as fábricas, empresas e oficinas do estado Bolívar em apoio as demandas dos trabalhadores sidoristas e contra a selvagem repressão que sofreram, ao mesmo tempo que se redobra a solidariedade internacional e nacional com os operários de Sidor.

O encontro nacional de trabalhadores, setores populares, campesinos e estudantes, que está sendo organizado desde CCURA para abril, deve servir para unificar e estender as lutas, organizar a mobilização nacional para conquistar nossas demandas, que nestes nove anos de governo de Chávez se têm visto postergadas. Não há tempo a perder!

Traduzido por Felipe Lomonaco

 

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