Cerca de 200 trabalhadores e estudantes participaram do destacado e combativo bloco classista e internacionalista impulsionado pela LER-QI no ato de 1° de Maio na Praça da Sé
Neste 1° de Maio, mais uma vez a CUT e a Força Sindical organizaram grandes festas, com shows, distribuição de brindes, financiados pelos governos e as patronais, além da participação de ministros de governo Lula e partidos patronais.
Em contraposição aos atos da CUT e da Força Sindical foi realizado um ato na Praça da Sé, reunindo cerca de 1.300 pessoas de distintas organizações sociais e políticas, convocado pela Conlutas, Intersindical, MTST, MST, PSOL, PCB e PSTU. Lamentavelmente, este conglomerado de organizações sociais e políticas não foi capaz de propor um programa claro para que a vanguarda de trabalhadores e estudantes possa enfrentar o governo Lula, assim como responder aos ataques da patronal e ao aumento do custo de vida provocado pela inflação. Foi um ato que começou com uma missa convocada pelos organizadores na Praça da Sé e seguiu até o final com discursos “vermelhos”, muitos deles falando efusivamente de classismo, socialismo e antigovernismo, mas que definitivamente não armaram a vanguarda para os embates que precisamos enfrentar. Infelizmente, no carro de som dos organizadores reinou a convivência pacífica entre os que se reivindicam revolucionários, como o PSTU, e os que defendem desavergonhadamente seu reformismo, como o PSOL. Nem falar da convivência pacífica entre os que se reivindicam antigovernistas, como o PSTU e o PSOL, com os governistas do MST. Não poderia ser diferente, pois neste ato mais uma vez o PSTU abriu mão de lutar por um programa operário independente e educar a vanguarda nos princípios claros da independência de classe, em nome de manter suas alianças com o PSOL, o PCB, o MST e o MTST.
Por estes motivos a LER-QI não assinou a convocatória do ato, e decidimos participar criticamente com a declaração que reproduzimos abaixo. A LER-QI constituiu um bloco nesta marcha que lutou para que as organizações sociais e políticas organizadoras do ato preparassem uma campanha salarial unificada por aumento de salários, com um programa operário para fazer frente ao aumento dos alimentos, exigência que levantamos em comum com os trabalhadores do Sintusp que ratificaram esta proposta em sua assembléia de base. Somou-se a nosso bloco uma importante delegação de trabalhadores aeroviários em luta. Também fomos travar um combate pela independência política da classe operária diante de todos os governos latino-americanos, enfrentando as correntes que embelezam Evo Morales, Chavez e agora o presidente Lugo, recém-eleito no Paraguai. Nosso bloco, que reuniu cerca de 200 trabalhadores e estudantes, foi um bloco militante que se destacou por sua combatividade e finalizou a marcha com um breve ato cantando o hino internacional dos trabalhadores.
Abaixo, as principais músicas que cantamos em nosso bloco
“Nem Lula, nem Evo, nem Lugo, nem chavismo / A classe operária precisa de classismo!”
“A crise econômica e a fome vão bater / A classe operária precisa se defender / Fazer plano de lutas para os ataques barrar / Campanha unificada pros salários aumentar”
“Cadê o feijão? / Tá muito caro! / Se tudo aumenta / Então aumenta o meu salário!”
“Eu luto no 1° de maio / Pra mim não é festa não! / Eu luto pra manter o emprego / E pela estatização! / No aeroporto de Guarulhos / Tem uma máfia de ladrão / Que quer falir a VarigLog / E assinar minha demissão Não vou deixar!” (Feita por aeroviários da VarigLog)
“Quinta, eu vou na Praça da Sé (eu vou, eu vou) / Juntos homens e mulheres / Vamos levar foquetes e bandeiras, / não vai ser de brincadeira pro governo e pro patrão / Não tem pelego nem casa sorteada, / mas tem muito camarada cheio de disposição / Somos classistas e vamos combater / todas as reformas para os direitos manter / Ôô ôôôôô ôôôôô ôôô, Bloco Classista! (repete)”
“Já chega de chantagens, ameaça e punição / Eu que produzo tudo não preciso de patrão / Trabalhador unido contra a fome e a exploração / O capital já era, quero a revolução!”
“Pra derrotar as reformas e a repressão policial / Contra a burocracia, o governo e a patronal / U-NI-DA-DE! / Unidade da classe trabalhadora / e a burguesia que morra, que morra!”
“Nossa luta, nossa luta é classista / Aliança com o governo não vai dar / Trabalhadora tem que ser independente / Pra exploração e dupla jornada derrotar”
“Bloco classista contra Bush imperialista!”
“Trabalhar todos, trabalhar menos / Repartir as horas pelo fim do desemprego”
“Quero ver, quero ver quem decide o salário / Trabalhador unido ou o Fundo Monetário”
“Fora Ianques, fora ianques! / Fora imperialismo, trabalhadores adiante!”
“Menina em cadeia estuprada no Pará / Abuso de mulheres não podemos aceitar / A todos os culpados nós temos que punir / E o governo conivente do PT tem que cair!”
“Só vemos precarização / Do patrão, só demissão / Está faltando até o feijão / Para quem demite tem que ter punição / Lula quer nos atacar Nossos direitos retirar / Temos que nos organizar / Pelo direito a greve para poder lutar!”
“O patrão não vem na fábrica, não paga o meu salário... / Controle operário! O patrão tem que morrer!”
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