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Imponente mobilização antiimperialista na Bolívia
por : LOR-CI, Bolivia

19 Jun 2008 | Na segunda-feira (9/6), milhares de trabalhadores, associações de bairro, setores populares e camponeses, aproximadamente 100.000, se mobilizaram nas portas da embaixada norte-americana em La Paz.
Imponente mobilização antiimperialista na Bolívia

Na segunda-feira (9/6), milhares de trabalhadores, associações de bairro, setores populares e camponeses, aproximadamente 100.000, se mobilizaram nas portas da embaixada norte-americana em La Paz, para repudiar a decisão deste país de outorgar asilo político ao assassino Sánchez Berzain, que tem como defensor o assessor do presidenciável democrata Barack Obama, e exigir “justiça” aos familiares e ás vítimas da repressão em outubro de 2003. Esta decisão se produz depois das manifestações de racismo desferidas na cidade de Sucre em que trinta camponeses de origem quéchua, foram obrigados a marchar nus e ajoelhados enquanto eram insultados pela “branca” e “culta” Charcas [1].

Com os gritos de “fora ianques da Bolívia”, “Estados Unidos, asilo de assassinos” e com a reivindicação de “Expulsão” da delegação diplomática, a vanguarda da marcha foi reprimida ante a exigência de que a bandeira norte-americana fosse baixada ou pelo menos que o embaixador Goldberg saísse para explicar a decisão de seu país de proteger aos imputados de cerca de 80 assassinatos e quase 500 feridos durante a “Guerra do Gás”.

A mobilização, a mais importante e radical desde as jornadas de maio e junho de 2005, é a expressão das múltiplas contradições que vêm se desenvolvendo não somente entre o movimento de massas e a constante ofensiva da direita cívica com os referendos autonomistas e a violência em Sucre, mas também entre esta ofensiva e o virtual estancamento da política de diálogo e negociação do MAS.

O governo deixou correr a iniciativa das organizações sociais alteñas, especialmente a COR (central operária regional) e a FEJUVE (Federeção de Associações de Bairro), de levar adiante uma jornada de mobilização e paralisação cívica contra o racismo, ainda mais depois do acontecido em Sucre e o crescente descontentamento ante a insatisfação das reivindicações operárias, camponesas e populares de outubro de 2003. Era necessário liberar algo da pressão acumulada depois de dois anos e meio de contenção e cooptação das direções do movimento de massas e a passividade provocada nos trabalhadores e no povo.

Por outro lado, a destituição de cinco comandantes da polícia depois da repressão desatada na embaixada, é uma clara mensagem as organizações patronais, da direita política como PODEMOS e da direita cívica, tentando pressionar com mobilizações “controladas” para que de uma vez se sentem a dialogar e consigam alcançar algum acordo que destensione a polarizada situação política. No mesmo sentido vão as ameaças de exigir visto aos cidadãos europeus para entrar no país e os cumprimentos por parte de Evo aos manifestantes de segunda.

Há que retomar a agenda de outubro!

A mobilização antiimperialista de segunda (9/6), é um sinal da impaciência que começa a recorrer os setores populares ante a recuperação da “direita” e suas manifestações de violência racial em Santa Cruz e Sucre, do aumento do custo de vida, do virtual congelamento salarial, da inexistência de terra e território para os povos originários e pras comunidades camponesas. A greve e mobilização convocada pela COB para o próximo dia 16 de junho é parte da tentativa da burocracia sindical de desviar a situação mediante medidas não preparadas nem discutidas democraticamente em assembléias de base.

Em várias organizações operárias e populares se está começando a discutir a necessidade de recuperar a agente de outubro, o que implica a luta pela nacionalização sem indenização das petroleiras e de todos os recursos naturais (mineira, madeira, etc) a reversão ao Estado das mal chamadas “capitalizadas”, salário, trabalho, terra, etc. Desde A LOR-CI, consideramos um primeiro passo que já se comece a discutir este programa, ainda que isto não seja suficiente. Para concretizá-lo é necessário recuperar os sindicatos, federações e confederações, hoje nas mãos de burocratas colaboracionistas com o governo no ocidente e com a burguesia cívica no oriente, expulsando-os e desenvolvendo a mais plena democracia operária no interior. Um primeiro passo deve ser a exigência de adiantar o congresso da COB, impondo a participação democrática dos novos sindicatos e organizações surgidas nestes últimos anos.

Desde a LOR-CI nos propomos ao serviço desta urgente tarefa que tem colocado o movimento de massas.

Traduzido por: Felipe Lomonaco

 

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