No fechamento desta edição, se soube da notícia de que a cidade de Mumbai (ex Bombai) havia sido uma vez mais o cenário de uma série de atentados coordenados que tiveram como alvo distintos pontos da cidade, entre eles dois hotéis de luxo onde estavam alojados parlamentares europeus que assistiam a uma cúpula entre a União Européia e a Índia, e uma concorrida estação de trens. Os atentados, que foram reivindicados por um grupo islamista radical, ainda que sua autoria não tenha sido confirmada, deixaram até o momento, um saldo de mais de 100 mortos e centenas de feridos. Entre os mortos se encontra o chefe do esquadrão anti-terrorista da polícia local e outros altos funcionários policiais. Além disso, o grupo que realizou os atentados conservava ainda ao menos 15 reféns estrangeiros.
Estes atentados ocorrem num momento em que o governo da Índia está estreitando seus laços com os EUA. No último outubro, ambos os países firmaram um acordo de cooperação nuclear (Índia, assim como o Paquistão possuem armamento nuclear), que foi interpretado no sentido de consolidar a aliança estratégica do imperialismo norte-americano com a Índia, em detrimento do Paquistão, seu rival histórico com quem mantém um conflito de longa data pela região da Cashemira.
Inclusive alguns especulam que pela semelhança com os atentados de julho de 2006 em Mumbai, se trate dos mesmos autores. Naquela ocasião o governo da Índia acusou diretamente os serviços secretos paquistaneses.
Além das razões de política interna e dos conflitos regionais, vários analistas assinalam que provavelmente este atentado seja também uma mensagem para o novo presidente norte-americano Barack Obama que anunciou como um dos eixos de sua política exterior obter um triunfo imperialista no Afeganistão.
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