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A luta contra o plano Bolonia revoluciona os estudantes
por : Cynthia Lub

25 Dec 2008 | Os conflitos sociais dentro de nossas universidades ressoam com uma acústica de luxo. Nós estudantes provocamos uma vez mais o ruído que faz de nossas aulas caixas de ressonância de nosso protesto.

Os conflitos sociais dentro de nossas universidades ressoam com uma acústica de luxo. Nós estudantes provocamos uma vez mais o ruído que faz de nossas aulas caixas de ressonância de nosso protesto. Nossa orquestra é ruidosa e os deixam aturdidos. Nossa luta não é passageira, como a mídia anunciou nestes dias.
O motor principal das lutas é o “Plano Bolonha”, uma contrareforma européia que é continuação da LOU (Lei Orgânica de Universidades) aprovada em 2001 sob o governo do direitista Partido Popular (PP) e que hoje sob o governo “socialista” do PSOE vemos se renovar. É que a universidade não é uma ilha e sofre os ataques da ofensiva capitalista disposta a desmantelar as conquistas que ainda nos restam, com novas leis para criar uma universidade ã serviço das grandes multinacionais.

O fim da paz social nas aulas universitárias

As mobilizações foram crescendo e a última, em 13/11, foi uma das mais massivas. Em Madri, saíram 20.000 estudantes, 30.000 em Barcelona, 5.000 em Salamanca, 2.000 em Valência, 1.000 em Zaragoza. A imprensa burguesa começa a fazer eco de nossa luta, pois há algo mais que os assusta, já que enquanto nossa luta se estende, também começamos a nos organizar. Os reitores expressam sua preocupação ao governo. Não se trata apenas de concentrações nas portas dos grandes centros e de alguns atos. São ações contínuas. Criam uma assembléia por faculdade e outra por universidade. Onde mais pessoas têm se expressado é nas faculdades de Filosofia, Filologia, Medicina e Ciências da Informação.

As assembléias multitudinárias são nossos órgãos de decisão, nas quais decidimos como lutar, com quais objetivos, informando a todos os estudantes qual é o plano e suas conseqüências, com cartazes, documentos, comunicados. Por sua vez, nós estudantes vemos a necessidade de coordenar as assembléias, e romper as barreiras regionais, formando várias coordenações de assembléias em distintos pontos do país, como em Barcelona ou em Valência.

Além disso, nós universitários não lutamos só. Também os professores universitários começaram a romper seu silêncio, junto aos funcionários da administração e serviços (PAS) das universidades. A revolta nas universidades vem tendo pontos de encontro com outros setores da educação como os estudantes secundaristas.
Operários e estudantes golpeando juntos
É este o espírito que corre as várias assembléias, como as de Barcelona onde se discutem ações conjuntas com os operários da Nissan, como o que fizeram já no ano passado com a TMB (Trabalhadores do Transporte Metropolitano). Ou em Madri, o chamado a uma Coordenação de Trabalhadores da Saúde Pública, que se levantaram contra a privatização da saúde e o Plano Bolonia, e também contra a privatização dos serviços públicos [1].
Isso é um exemplo do que poderia ser um Pacto Operário-Estudantil. Coordenar e unificar nossas demandas junto ás dos trabalhadores permitirá que estejamos mais fortes, retomando os ensinamentos do Maio de 68 ou do Estado Espanhol nas manifestações de 1986- 1988, nas quais os operários e estudantes foram protagonistas.

Nós, do Clase contra Clase estamos convencidos de que quando defendemos a universidade pública contra estes planos, o fazemos questionando suas bases. Por isso acreditamos que a atual luta em defesa da Universidade Pública deve estar ligada à luta pela Universidade Pública, Laica e Gratuita, ã serviço dos trabalhadores e do povo.

 

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