As companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas, impulsionado pela LER-QI e independentes, fizeram ouvir suas vozes nesse 8 de março como parte da Marcha da Conlutas, através de uma convocatória unitária que dizia que os capitalistas devem pagar a sua crise.
Trabalhadoras, estudantes, mulheres negras e terceirizadas saíram as ruas nesse dia para gritar: "Sou Pão e Rosas, não vim para festejar! E a crise capitalistas, são eles que vão pagara! Basta de acordos, e de demissões! Nós somos mulheres que enfretam os patrões!".
No Brasil, o 8 de março foi marcado por um escândalo da Igreja Católica, que em Pernambuco está impulsionando uma campanha reacionária contra uma menina de 9 anos, que desde o 6 é estuprada sistematicamente por seu padrasto, e estava grávida de gêmeos. O aborto foi feito de acordo com a lei, já que no Brasil é permitido em caso de estupro ou risco de vida para a mãe. Entretanto, a moral cristã não respeita nem as leis burguesas, e agora diz que "aborto é pior que estupro". Por isso as mulheres do Pão e Rosas gritaram: "Basta de estupros, de morte e de dor! Hipócrita Igreja, está com o estuprador!". Ao mesmo tempo, exigiam "Milhares de mulheres mortas, aborto clandestino não! Exigimos imediatamente, o aborto seguro e gratuito, e sua legalização!"
Num ato chamado pela Conlutas, pelas centrais sindicais de esquerda e agrupações, nos demos a tarefa, de desde o Pão e Rosas denunciar amplamente a política das direções da Marcha Mundial de Mulheres, composta pela CUT, Força Sindical e outros setores que agora assinam a demissão de milhares de trabalhadores. Por isso, gritamos "As governistas nós dizemos: vocês não nos enganam não! Enquanto falam contra a crise, assinam nossa demissão!".
O ato contou com cerca de 500 pessoas das quais a coluna mais combativa foi sem dúvidas a do Pão e Rosas, e no carro de som, a companheira Mara Onijá, dirigente da LER-QI e integrante do Pão e Rosas, fez um chamado ás companheiras da Conlutas e do PSTU a refletir sobre sua política que muitas vezes coloca as táticas a frente da necessidade de denunciar amplamente as direções reacionárias dos grupos feministas no Brasil, que lavam a cara de Ana Júlia Carepa do PT, conivente com estupros de meninas em cadeias no Pará, como denunciamos gritando "Meninas estupradas em cadeias no Pará! Abuso de mulheres não podemos aceitar! A todos os culpados, nós temos que punir, e o governo de Ana Júlia do PT tem que cair!". Ou do próprio governo Lula, responsável pelo envio de Tropas da ONU ao Haiti para reprimir e estuprar nossas companheiras haitianas. Pudemos ouvir, durante todo o ato, o grito das companheiras do Pão e Rosas "Preste atenção! Somos as negras do Haiti, contra as tropas do Lula estamos aqui!".
Após o exitoso bloco, na Casa Socialista Karl Marx, Vila Madalena, ocorreu o pré-lançamento do livro "Lutadoras. Histórias de mulheres que fizeram história", com a presença de mais 70 companheiras (os) além dos militantes da LER-QI, em sua maioria mulheres trabalhadoras, estudantes e donas de casa, onde Diana Assunção, dirigente da LER-QI e organizadora da edição brasileira do livro apresentou a publicação e finalizou a atividade dizendo "Esse não é apenas um livro, é também um chamado. Em nome do grupo de mulheres Pão e Rosas chamo todas vocês: sejamos nós as próximas lutadoras, nos enfrentamentos de classe que certamente virão com o arrefecimento da crise que querem despejar duplamente sobre nossas costas".
Companheiras trabalhadoras negras e precarizadas, como Silvana e Sheila fizeram intervenções demonstrando a necessidade de romper com as amarras que as mulheres trabalhadoras têm dentro de suas casas para poderem se colocar como protagonistas de suas próprias vidas, e se organizarem ao lado de outras companheiras pra lutar por nossos direitos e pelo fim dessa sociedade de opressão e exploração. A atividade seguiu com exposições, apresentações teatrais, poesia a música.
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