Já apresentamos anteriormente algumas conclusões sobre a situação regional e o significado que o golpe de Honduras, e outros fatos que têm mostrando como frente ã crise as burguesias e o imperialismo buscam impor um giro político ã direita, pondo limites ã extensão do populismo e pressionando por planos econômicos e políticos que lhes permitam descarregar os custos da crise sobre os trabalhadores e o povo, disciplinar as massas e alinhar-se ou a menos reduzir as fricções com os Estados Unidos. Apesar disso alentar uma recuperação da direita e tendências ao bonapartismo (que também se expressam no curso dos governos de Chávez e Evo Morales), o que gera maior polarização regional e processos de resistência operária, camponesa e popular como os que temos visto em Honduras e no Peru. É um elemento a se destacar que o movimento operário esteja mostrando tendências a uma maior atividade como na Venezuela ou na Argentina, onde a luta contra os ataques patronais se liga a um crescente componente anti-burocrático. Há também um despertar do movimento estudantil e da juventude, como mostram as recentes lutas universitárias no Brasil ou na Bolívia. O problema político que se apresenta frente aos setores avançados é como superar o nacionalismo e o populismo de Chávez, Evo Morales, Correa, entre outros, que não podem levar à libertação nacional, e muito menos a um “socialismo do século XXI” de mãos dadas com os empresários nacionais, mas que mostram sua completa impotência para enfrentar os golpes da reação e do imperialismo, como em Honduras. Para isso é preciso redobrar o combate pela organização política independente dos trabalhadores, levantando um programa transicional, no qual as consignas democráticas e anti-imperialistas ganham importância, articuladas com o programa para que os capitalistas e o imperialismo paguem pela crise, e as demandas que permitam soldar a aliança operária, camponesa e popular.
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