São Paulo, 23 de setembro de 2009
Aos cuidados do Sr. Embaixador Juan Pablo Lohlé
Dirigimos-nos por meio desta ás autoridades competentes para expressar nossa profunda preocupação com a maneira como os trabalhadores da multinacional Kraft-Terrabussi, situada em Pacheco, estão sendo tratados. Entendemos que os trabalhadores estão exercendo seu direito ã mobilização contra as 160 demissões, de caráter abertamente arbitrário e persecutório por parte da direção norte-americana da empresa. Isso se demonstra, inclusive, na demissão dos delegados de base da empresa, qualificando o ato da patronal como perseguição política e tentativa de impedir a organização dos trabalhadores, direito democrático previsto em lei. A legitimidade deste movimento se traduz ainda no fato de que os trabalhadores demitidos contam com o amplo apoio da maioria do conjunto dos 2600 trabalhadores. Portanto, apoiamos a reivindicação de reintegração imediata de todos os trabalhadores demitidos, e clamamos pelo fim da repressão policial que vem sendo exercida pelo governo local.
Por outro lado, gostaríamos de fazer notar que se há alguém que está desrespeitando as leis argentinas é justamente a patronal da Kraft-Terrabussi. A direção do grupo norte-americano primeiro se negou a cumprir a conciliação obrigatória ordenada pela Justiça. Depois, em mais um ato ilegal para coagir os trabalhadores negou-se a pagar a totalidade dos salários, afirmando que só o faria mediante a expulsão dos demitidos. Nos manifestamos, também, contra este abuso da direção multinacional, que obtém imensos lucros com a sua instalação em terras argentinas, mas se nega a cumprir com as determinações legais aí estabelecidas. Esperamos que as demissões sejam revertidas sem mais demora, bem como que se cesse toda e qualquer tentativa de repressão e coação aos trabalhadores, em seu exercício do direito de defesa de seus postos de trabalho.
Atenciosamente
Coordenação Nacional de Lutas
|