(18/10/09) As declarações de Hugo Moyano dizendo que para ele parecía “muito boa a resolução do conflito” na Kraft, são uma nova mostra do completo cinismo por parte desse dirigente da CGT. Moyano, em sintonia com a Daer, não só não moveu uma palha para apoiar os trabalhadores, como com suas declarações acusando os delegados de “ultraesquerdistas” favoreceu a brutal repressão que seus amigos de governo de Cristina Fernández de Scioli por mandato da embaixada Ianque, impulsionaram contra eles
Longe de ser “um bom acordo”, a ata que assinaram três dos cinco membros da Comissão Interna da Kraft-Terrabusi, constituem um golpe traiçoeiro para os 53 trabalhadores demitidos e suspensos que não foram reincorporados . Esta assinatura é inadmissível tanto porque foi realizada desconhecendo o mandato expresso da assembléia – que assinalava que as reincorporações tinham que ser exclusivamente de trabalhadores demitidos e os suspensos voltarem a trabalhar normalmente – como porque estabelece uma cláusula de “paz social” com o escandaloso compromisso destes membros da CI e do Sindicato de não realizar ações pelos demitidos, nem dentro e nem fora da planta.
Desta forma, quando as forças dos trabalhadores não estavam esgotadas, se dá uma porta de saída a uma patronal imperialista que, junto com seus aliados da burocracia sindical e o governo, sofreram uma forte derrota política neste conflito histórico. E isto ainda mais com a queda de seus argumentos de justificativa dos demitidos logo depois do levantamento da resolução judicial que impedia a entrada ã planta de Javier Hermosilla, delegado do turno da noite que se opôs a assinar a ata. Nestes dois meses de luta dos trabalhadores da Kraft deram uma mostra de como a classe trabalhadora pode enfrentar a “santa aliança” que conformaram a patronal, a burocracia sindical e o governo, ganhando o apoio popular e a solidariedade dos estudantes e de diversos setores de trabalhadores que se mobilizaram solidariamente em todo o país. Desde o PTS impulsionamos e participamos com todas as nossas forças nas ações realizadas para enfrentar esta tentativa da patronal de terminar com a organização de base dos trabalhadores.
Expressamos, portanto, nossa oposição ã assinatura da ata e chamamos a que a luta continue pela reincorporação dos demitidos.
José Montes e Christian Castillo, dirigentes nacionais do PTS da Argentina.
Secretaría de Imprensa do PTS
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