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Nova ofensiva imperialista no Afeganistão
por : Celeste Murillo

23 Feb 2010 | No sábado 13 de fevereiro, as tropas dos EUA, e da OTAN, comandadas pelo general noteramericano Stanly MyChry, iniciaram a maior ofensiva militar desde a ocupação imperialista em 2001. Esta será a primeira de futuras incursões imperialistas na conflituosa região sul do país, onde se concentram a maioria das baixas estadounidenses e da (...)

No sábado 13 de fevereiro, as tropas dos EUA, e da OTAN, comandadas pelo general noteramericano Stanly MyChry, iniciaram a maior ofensiva militar desde a ocupação imperialista em 2001. Mais de 15.000 soldados participaram da missão realizada na região de Marjah ao sul do país, controlada pelo Taleban. Esta será a primeira de futuras incursões imperialistas na conflituosa região sul do país, onde se concentram a maioria das baixas estadounidenses e da OTAN.

A operação chamada Mushtarak (que significa “Juntos” em idioma darí) marca o início da atuação das forças de segurança afegãs treinadas pelo Estados Unidos, chamadas ISAF (Força Internacional de Assistência ã Segurança), e tenta mostrar certa capacidade das forças afegãs de controlar uma região onde não chega o debilitado e desprestigiado governo de Karzai. Assim o ilustram as declarações do ministro da Defesa do Afeganistão, ao assegurar que “Ficaremos sob qualquer condição e daremos segurança a toda a zona, definitivamente”.

Esta é a primeira missão desde que Obama enviou 30.000 soldados a mais ao Afeganistão, continuando assim a “guerra contra o terrorismo” iniciada pelo republicano George W. Bush, no marco de sua nova estratégia de derrotar ao Taleban em uma das regiões onde não chega o controle do questionado governo central de Hamid Karzai. Com esta ofensiva militar, o governo democrata reafirma que o Afeganistão é uma das prioridades na frente externa, com quase 100.000 soldados norteamericanos nesse país. Desta forma, e apesar da distante promessa da retirada das tropas em 2011, o governo de Obama leva adiante uma enorme escalada militar comprendidos neste ataque. As próprias forças militares já reconheceram a morte de ao menos 20 civis só durante os primeiros dias. Os infantes da marinha estadounidense ã frente da incursão estão respaldados além do mais por francoatiradores, aviões caça e helicópteros.

Com o cinismo que caracteriza o exército norteamericano, McCrystal assegurou que a missão se levava a caba com a preocupação de proteger ã população afegã. Os assassinos de civis foram justificados como um erro de dois mísseis que se desviaram de seu objetivo. Ao mesmo tempo, funcionários da província de Helmand (onde está situada Marjah) já reconheceram que ao menos 1.000 famílias foram deslocadas como produto da ofensiva do fim de semana passado. Segundo várias organizações e a própria imprensa afegã, grande parte da população das regiões ocupadas não confiam nas promessas de reconstrução que difundem os soldados do EUA e da OTAN em seus panfletos com os nomes dos supostos líderes terroristas antes de bombardear as aldeias.

Enquanto a guerra do Afeganistão perde cada vez mais apoio dentro do próprio Estados Unidos, Obama tenta com esta escalada golpear ã resistência do Taleban e mostrar algum resultado positivo desta guerra apresentada ao povo norteamericano como “justa e necessária” em contraposição ã odiada guerra do Iraque. Pelo contrário, a missão do Afeganistão só marca uma continuidade com a agenda dos dois governos Bush. O exército liderado por Obama defende os mesmos objetivos e tentarão por todos os meios possíveis evitar uma derrota no Afeganistão, e assim evitar um aprofundamento maior da debilidade do imperialismo norteamericano para impor seus interesses. Como demonstra dia a dia a política exterior do governo democrata, os trabalhadores, jovens e estudantes que se mobilizaram contra a guerra e que seguem opondo-se ás guerras dos Estados Unidos não encontrarão alternativa nem em democratas nem em republicanos. Só a aliança com os povos oprimidos, começando pelo Iraque e pelo Afeganistão e todo Oriente Médio, poderá frear o guerrerismo imperialista.

 

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