FORA AS FORÇAS ARMADAS DAS REGIÕES DO MAULE E BIO-BIO!
PELA SOLIDARIEDADE E MOBILIZAÇÃO OPERáRIA E POPULAR PARA DAR SAÍDA À CRISE SOCIAL!
1.- Durante o dia de ontem, o governo decretou o Estado de Catástrofe, pedido aos gritos pela direita. As Forças Armadas se encarregaram da situação de administração e abastecimento das regiões do Maule e Bio-Bio. Junto a isso, começou-se a ser implementado o toque de recolher a partir das 21 horas até as 6 da manhã. Foram suprimidas as liberdades de reunião e associação e Defesa nacional encarregou-se da situação para restaurar a "ordem pública", isto é, proteger a segurança da classe patronal frente aos focos de saqueios cada vez mais evidentes, não somente nas regiões mencionadas antes com Concepción como principal setor, mas também em bairros pobres e trabalhadores de Santiago como Quilicura e Lampa. Durante o dia de ontem os militares detiveram em Concepción quase 105 pessoas pelos saqueios, e 55 de noite durante o toque de recolher. Além disso, mais de 10 mil efetivos militares foram enviados durante o dia de hoje.
2.- O governo da Concertação tem sido cúmplice da política reacionária da direita, subindo ao carro desta ação contra o povo trabalhador e mostrado seu verdadeiro caráter, estar ao serviço dos empresários. Cederam o controle total da situação ás Forças Armadas! Enquanto isso, centenas de milhares de trabalhadores y pobres da cidade e de bairros rurais estão vivendo a fome, a miséria e o desespero frente ã nula resposta do governo do abastecimento. Não há luz, água, eletricidade ou comida. Agora tentam, para evitar conflitos sociais, entregar uma miséria de racionamento "em ordem" a familias flageladas a cargo das Forças armadas e junto aos grandes empresários do comércio que tentam se lavar a cara como cúmplices diretos destes sucessos. Além disso, já são 711 os mortos, cerca de 500 os desaparecidos e extraoficialmente se reconhece que as mortes excedem fácilmente o milhar de pessoas. As situações de saqueio que tem ocorrido em Concepción, Maule e em bairros de Santiago, são produto da miséria total e desabastecimento no que se encontram centenas de milhares de trabalhadores e pobres, o que os empurra a estas ações desesperadas.
Rejeitamos toda criminalização destes fatos! Rejeitamos totalmente a intromissão e o controle das Forças Armadas que estão para resguardar a segurança empresarial! Fora as Forças Armadas! Abaixo o estado de exceção e o toque de recolher!
3.- A crise social, de magnitudes históricas prolongada gerada com o terremoto, não é em nenhum caso de "causas naturais". Deve-se ã sede de lucros dos empresários imobiliários e da construção que lucraram ás custas da miséria dos trabalhadores, quando faziam milhonárias ganâncias enquanto entregavam casas em mal estado e não preparadas para os sismos aos trabalhadores e pobres, ao tempo que construiam casas anti-sísmicas ã classe patronal, no país mais sísmico do mundo! Tudo isto com a cumplicidade das políticas públicas da concertação e da direita.
4.- As organizações operárias e sindicais, estudantis, de mulheres, populares e da esquerda devemos denunciar abertamente ao governo e a direita e exigir a retirada imediata da ocupação por parte das Forças Armadas. Além disto, a partir da CUT, a FECH e outras organizações sociais é necessário expandir a organização e a mais âmplia solidariedade com as famílias flageladas, garantindo a distribuição do abastecimento e alimentação da população. É necessário começar a organizar também a mais âmpla unidade de ação frente ã grave crise social que está ocorrendo. Preparar uma grande ação unitária de trabalhadores e do povo pobre, junto ás mulheres trabalhadoras, este 8 de março pode ser uma verdadeira demonstração de que a classe operária, encabeçada pela CUT junto ao movimento de mulheres, estudantis e popular, pode tomar em suas mãos a solução da catástrofe.
FORA O EXÉRCITO DAS RUAS! ABAIXO O TOQUE DE RECOLHER!
Organizemos a partir da CUT junto ã FECH e as organizações populare, comitês para garantir a distribuição de todos os abastecimentos! Imediata restituição dos serviços básicos aos setores populares!
Contra as empresas que construiram obras de péssima qualidade para os pobres e contra os empresários do comércio que pedem resguardar seus interesses enquanto o povo morre de fome!
Contra o governo que foi o primeiro em aprovar todas as obras de má qualidade que cairam, e agora bota os militares nas rúas para criminalizar ás pessoas que não tem o que comer!
Contra a direita que pede e pede mais militares!
Clase contra Clase
01 / 03 / 2010
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