O Parlamento português votou recentemente um plano de “resgate” da União Européia para a Grécia, que exige uma série de ataques contra os trabalhadores. Nesta semana o governo grego anunciou a privatização de diversas empresas estatais para cumprir as imposições imperialistas. A aprovação do plano foi votada pelo Partido Socialista – partido do governo – e o Partido Verde. Não surpreende, já que os socialistas europeus, quando nos governos, se converteram em social-liberais a serviço da classe dominante.
Contudo, o plano contou com a votação de 16 deputados do Bloco de Esquerda (BE), uma coalizão ampla de distintas organizações de esquerda. O BE tem um peso de direção muito grande dos mandelistas, tendência de origem trotskista; Francisco Louçã, um dos parlamentares, é uma das principais figuras do bloco.
Os partidos anticapitalistas, ou as coalizões, demonstram que o caminho destas tendências trotskistas na Europa é regressiva ao reformismo e a conciliação de classes. A votação do plano expressa uma vez mais a sua natureza reformista. Particularmente os mandelistas são grandes incentivadores desses projetos, como o PSOL no Brasil - que votou leis anti-operárias com o Super-Simples e recebe recursos de burgueses [1].
O BE justificou o seu voto afirmando que “nas atuais circunstâncias seria impor a bancarrota ã Grécia”, (deputada Cecilia Honório). Isto os coloca ao lado da política dos imperialistas da UE e demonstra firmemente que os partidos ou coalizões amplas não são uma alternativa para combater os ataques capitalistas.
A organização da LIT [2], que atua em Portugal dentro do BE, expressou que “Indigna escutar que são empréstimos para ‘ajudar a Grécia’, quando o povo trabalhador grego não vai ver um só euro dessa ‘ajuda’ mas, pelo contrário, apenas sanções e sofrimentos [3]. Não expressou uma palavra sobre a organização que faz parte. Também os deputados do BEVer, por exemplo, artigo do deputado José Soeiro (BE), Semana Parlamentar, 10/05/2010, www.esquerda.net/node/11322. ao mesmo tempo em que votaram o “empréstimo”, discorreram sobre os “problemas” do plano.
Na Grécia atual está o laboratório para toda a Europa e é dever das organizações proletárias levar ã frente a luta de classes. Nenhuma omissão é possível nesse cenário.
|