Nas últimas semanas Juan Chingo esteve presente, como membro da direção nacional do PTS e em nome da Fração Trotskista pela Quarta Internacional, no ato de lançamento do Projeto Comunista Refundar a Oposição dos Trabalhadores (PCROL) em Roma. Manteve posteriormente um encontro com dois de seus dirigentes, Franceso Ricci e Alberto Madoglio.
O PCROL é uma ruptura do Progetto Comunista - Esquerda do PCR, uma corrente ligada ao Partido Obrero da Argentina e integrante da Coordenadora pela Refundação da Quarta Internacional (CRCI). Progetto Comunista militou organicamente durante mais de uma década e até meados de maio deste ano no seio do PRC, Refundação Comunista, o partido de Bertinotti, que hoje em dia integra o governo neoliberal de Prodi.
Como destacamos em vários artigos de polêmica com a direção da CRCI, o PCROL rompeu com Progetto Comunista e saiu do PRC. O fato de que Bertinotti tenha proposto a Ferrando, porta-voz do Progetto Comunista, liderar uma das listas eleitorais do PRC (que formava parte orgânica da coalizão orgânica de centro-esquerda imperialista encabeçada por Prodi, ex presidente da Comissão Européia) precipitou uma ruptura progressiva no seio d Progetto Comunista-Esquerda do PCR com a saída do PCROL. O PCROL se negou a apoiar a candidatura de Ferrando nas listas do PRC e não chamou a votar esta variante de colaboração de classes em um país imperialista como a Itália. Em seguida a direção do PRC retirou a candidatura d Ferrando, de forma burocrática e com argumentos reacionários, mas ele e seu grupo mantiveram o apoio eleitoral ao PRC, e recentemente após as eleições e a ascensão do novo governo, se retiraram do PCR.
Publicamos abaixo uma carta aberta que mandou a direção do PCROL ás direções da Liga Internacional dos Trabalhadores (LITCI) e da Fração Trotskista pela Quarta Internacional (FT-CI), corrente internacional da qual forma parte o PTS.
As direções da LIT-CI e da FT-CI
Estimados companheiros,
O Conselho Nacional de nossa organização que se deu entre 13 e 14 de Maio discutiu abundantemente sobre a construção internacional do Projeto Comunista - Refundar a Oposição dos Trabalhadores (Progetto Comunista - Rifondare l’Opposizione dei Lavoratori, PCROL).
Através de uma votação decidimos e voltamos a confirmar as razões que nos levaram ã ruptura com a Coordenação pela Reconstrução da Quarta Internacional (CRCI).
O CN avaliou negativamente o grau e a perspectiva de construção político-organizativa da mesma CRCI. Ainda que reivindique formalmente os princípios do leninismo e do trotskismo, na realidade se constrói como uma estrutura edificada ao redor de um guru inquestionável, com uma base militante que não discute, mas que se submete cegamente ã direção e suas decisões.
Neste contexto, o CN votou unanimemente a proposta do CC que defendia a necessidade de comprovar o marco das divergências e convergências existentes entre o PCROL e duas das mais importantes tendências internacionais que se reivindicam como parte do trotskismo conseqüente, a LIT-CI e a FT-CI, desenvolvendo com estas relações políticas para clarificar nossas respectivas posições.
É fundamental, entretanto, destacar que as divergências existentes entre estas duas organizações não parecem ser tão importantes para impedir - se aquelas divergências se clarificam politicamente - a possibilidade de avançar em direção a uma convergência concreta, uma convergência que não constituiria uma mera operação entre dirigentes, mas que é entendida como uma discussão ampla entre os militantes a partir das posições políticas de cada organização, no caminho da refundação da IV Internacional.
Por outro lado, nos parece muito auspiciosa e interessante a proposta que a LER-QI, seção brasileira da FT-CI, fez aos companheiros do PSTU e da LIT-CI. Trata-se de uma proposta que vai no sentido da abertura de uma discussão séria e fraternal ao redor da construção de uma partido revolucionário no Brasil, que pode se constituir como uma ferramenta importante na luta pela reconstrução da IV Internacional.
O PCROL está interessado em participar neste processo, já que compartilha seu objetivo final que constitui uma necessidade histórica para o movimento operário internacional. Neste sentido, considerando os encontros que já ocorridos nos quais o CN de 13-14 de Maio discutiu, propomos que se abra um debate sincero e profundo entre nossas respectivas organizações para discutir e clarificar politicamente, em um clima fraternal e construtivo, os pontos de divergência existentes tomando como ponto de partida, entretanto, os importantes pontos de convergência que constituem a base para alcançar o objetivo da refundação da Internacional revolucionária dos trabalhadores.
Conhecendo nosso acordo em relação a esta perspectiva e esperando sua resposta, lhes mandamos nossas mais fraternais saudações trotskistas.
27 de Maio de 2006,
Comitê Central do PCROL
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