A morte de um militante revolucionário é a morte de um dos melhores filhos dos trabalhadores e do povo. O militante revolucionário é aquele que continua quando os demais já se cansaram, é aquele que ao invés de conformar-se com o que existe, diz que há que aproveitar para conseguir mais conquistas, aquele que sempre desconfia da versão oficial e quer estudar criticamente as interpretações da realidade. O militante revolucionário é aquele que nunca falta porque tem que estudar, ao contrário dorme menos e chega antes ou junto aos demais. O militante revolucionário é aquele que dá o sangue quando os demais duvidam ou preferem ficar esperando. É aquele que faz seu trabalho obcecadamente e ganha o respeito de seus companheiros. É aquele que depois de uma longa jornada de trabalho utiliza o último alento que lhe resta para organizar os companheiros, para estudar a história do movimento operário ou as idéias revolucionárias.
O militante revolucionário é aquele que elegeu que sua vida é importante, mas que é ainda mais importante se estiver orientada por grandes objetivos: a emancipação da classe trabalhadora e de todos os oprimidos. O militante revolucionário é aquele que sabe que a vida tem sentido se estiver a serviço de algo infinito, que não é a divindade das religiões, mas a humanidade, com sua incansável história de opressão, miséria e sublevação. O militante revolucionário é aquele que sabe que não é o primeiro a erguer os punhos. Que há inúmeras gerações de escravos insurretos que se lançaram antes e desde a história reclamam que completemos a tarefa que eles não puderam terminar. O militante revolucionário é aquele que sabe que não se alcança nada sendo esquerdista. Que para acabar com o capitalismo faz falta não apenas denunciar suas atrocidades, mas construir uma organização revolucionária que se proponha a terminar com a exploração do homem pelo homem de maneira consciente e metódica.
O militante revolucionário é, sobretudo, o contrário de uma figura mítica. É uma pessoa comum, trabalhador, estudante, mãe, irmã, que por motivos que nem sempre se pode racionalizar, simplesmente não pode suportar a barbárie da sociedade atual. Não quer ser um herói, porque isso implica demasiado realce individual, mas sabe que a luta de classes pode colocá-lo no difícil lugar dos comportamentos heróicos. A única coisa que deseja não é o reconhecimento dos demais, mas passar na prova, não falhar com seus companheiros. Estar ã altura dos que deram tudo de si, dos que esperam que combatamos. Parece tão modesto e tão difícil num país onde a geração dos 70 passou por um dos sistemas de terror e aniquilação mais impiedosos do século XX!
E, sobretudo, é algo tão desconhecido pelos individualistas, os que vivem suas vidas sem se importar com o que acontece ao seu lado, os que preferem subir na vida em detrimento do bem comum. Os que se esquivam dos que lutam, porque é preferível ser um escravo satisfeito, ingenuamente satisfeito com a própria condição de escravo.
Lenin dizia que este mundo é duríssimo e muito cruel e que muitas coisas devem ser destruídas pelo ferro e pelo fogo. Nessa categoria entram, sem dúvida, a burocracia assassina que ceifou a vida de Mariano Ferreyra, o governo que a sustenta e o sistema que defende ambos. Os militantes trotskistas do PTS, estamos orgulhosos de ter compartilhado a trincheira de luta com Mariano Ferreyra, militante do Partido Obrero. Seu nome ficou inscrito para sempre nas bandeiras de luta pela revolução socialista e pela libertação da classe trabalhadora.
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