Agência Estado
CAIRO - Os manifestantes no Egito convocaram para esta segunda-feira, 31, uma greve geral sem prazo para terminar. Além disso, pretendem fazer na terça uma "marcha de um milhão", a fim de marcar a primeira semana do início dos protestos contra o governo do presidente Hosni Mubarak.
"Foi decidido durante a noite que haverá uma marcha de um milhão de homens nesta terça-feira", afirmou ã France Presse Eid Mohammed, um dos organizadores das manifestações. "Nós também decidimos começar uma greve geral sem data para terminar."
A greve foi primeiro convocada por trabalhadores da cidade de Suez, no fim do domingo. "Estaremos nos unindo aos trabalhadores de Suez e começaremos uma greve geral até nossas exigências serem atendidas", afirmou Mohammed Waked, outro organizador dos protestos. As paralisações devem afetar o Cairo e as cidades de Alexandria e Port Said.
Na Praça Tahrir, no Cairo, centenas de pessoas acamparam no locale passaram a noite na tentativa de manter ativos os maiores protestos contra o governo no país em três décadas. No sábado, Mubarak apontou o primeiro vice-presidente em seus 30 anos no poder e um novo primeiro-ministro, em uma tentativa de se manter no comando.
Na praça, os manifestantes insistem que não pretendem deixar de protestar até que o militar deixe o governo. "Nós ficaremos na praça até que o covarde se vá", gritam os manifestantes.
A rede de televisão Al-Jazira, do Catar, informou no domingo que pelo menos 150 pessoas foram mortas no Egito desde o início da rebelião popular contra Mubarak. O número dado pelas autoridades até o momento é menor. O canal foi proibido de transmitir pelo governo egípcio.
Para tentar conter os protestos, o governo ampliou o toque de recolher. A medida passou a valer das 15 horas do domingo ás 8 horas desta segunda-feira (4 horas em Brasília).
Os distúrbios, batizados de "Dia da Fúria" por alguns ativistas na internet, foram inspirados na "Revolução do Jasmim", que derrubou o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, há duas semanas. No Iêmen e na Jordânia também foram registradas manifestações.
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