Por André Bof
Estudante de Ciências Sociais e militante da Juventude As Ruas (na chapa Cícera para as eleições do CEUPES 2012)
O que nasceu no dia 27 de outubro foi mais do que o movimento pelo Fora PM da USP com o conteúdo de defesa da autonomia universitária. Foi um movimento que expressava ódio não só em relação ã tentativa da PM de prender os estudantes que fumavam maconha, mas também com um setor de estudantes questionado o papel que a polícia cumpre fora da USP, na repressão aos pobres e aos negros nas favelas. Temos lutado para permitir que o movimento pelo Fora PM que surgiu na FFLCH se desenvolvesse com um conteúdo não elitista e não corporativo, ou seja, de questionamento do caráter elitista da USP, defendendo que os filhos da classe trabalhadora possam entrar na universidade, e de questionamento do papel da PM fora da USP, ecoando o ódio da juventude, do povo pobre e a juventude negra que sofrem com a violência policial nas periferias.
É fundamental neste momento ligar a luta pelo Fora PM também à luta contra os processos administrativos e judiciais que a reitoria tem levado adiante contra ativistas do movimento estudantil e sindical dentro da USP, para que esse movimento tome cada vez mais para si a defesa daqueles que têm resistido contra a implementação do projeto de universidade de Rodas que busca elitizar ainda mais a USP, com o bloqueio do aumento de vagas, com a produção do conhecimento mais voltada aos interesses dos monopólios capitalistas, com a falta de assistência e moradia estudantil e com a generalização do trabalho precário semi-escravo na universidade.
É um movimento que surge visivelmente alentado pelos “novos ares” da juventude em nível internacional, que tem se colocado na linha de frente dos enfrentamentos com a polícia na primavera árabe, no movimento dos indignados no Estado Espanhol, no Occupy Wall Street dos EUA, no movimento estudantil no Chile e na Colômbia.
Nós, da LER-QI, em comum com vários setores independentes, colocamos nossos esforços a serviço de que se desenvolvesse o movimento pelo Fora PM da USP buscando massificá-lo a essa perspectiva não elitista e não corporativa. Foi nesse marco que nós, junto a centenas de estudantes que protagonizaram o enfrentamento com a PM no dia 27/10 ou se solidarizavam com os mesmos, assim como com outras correntes políticas, defendemos a ocupação da Administração da FFLCH.
Nesse dia, depois que o PSOL (direção do DCE) fez um “cordão humano” para encaminhar os estudantes presos por fumarem maconha até o camburão, impedindo a massa de estudantes de defendê-los da polícia, essa mesma corrente, juntamente com o PSTU, foi derrotada na assembleia que votou a favor da ocupação.
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