EXPROPRIAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DE 100% DA YPF SOB CONTROLE DE SEUS TRABALHADORES
Por PTS, Argentina
Publicamos abaixo o comunicado do Partido dos Trabalhadores Socialistas da Argentina, organização irmã da LER-QI naquele país PTS após o anúncio feito pelo governo Cristina Kirchner do projeto de “nacionalização” da empresa petroleira YPF. Empresa estatal que foi privatizada nos anos 90 e era controlada pela imperialista espanhola REPSOL. Este anúncio despertou a raiva do governo de direita do Estado Espanhol. A questão como coloca o PTS é que esta nacionalização seja completa, ou seja que o conjunto da produção, refino e distribuição de petróleo e seus derivados sejam controlados pelos trabalhadores. A LER-QI no Brasil, frente a estas medidas do governo argentino, e as medidas que procederam a esta “nacionalização” como a não renovação de contratos da Petrobrás na província de Neuquén e possíveis medidas futuras de “nacionalização” dos ativos da Petrobrás na Argentina, reafirmamos nosso programa de nacionalização sem indenização, sob controle dos trabalhadores de todas as instalações da Petrobrás em nossos povos irmãos. Ao contrário do quer a burguesia e a mídia brasileira que foi ativa defensora da privatização do petróleo no Brasil, a expropriação da Petrobrás na Argentina ou na Bolívia não fere os interesses dos brasileiros, ao contrário abre caminho para que toda privatização do petróleo seja desfeita no Brasil, para que os recursos naturais sejam controlados pelos trabalhadores, e para a efetiva solidariedade entre os trabalhadores em toda a América Latina.
Nem um centavo das ANSES nem das reservas do Banco Central para os saqueadores da REPSOL!
Frente ao anúncio da presidente Cristina Fernandez de Kirchner do envio de uma leo ao Congresso para que o estado controle 51% da YPF, Christian Castillo, dirigente nacional do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas) e ex-candidato a vice-presidente pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, assinalou que “não se pode premiar a REPSOL lhe pagando com dinheiro dos aposentados, sendo que 80% destes recebem uma aposentadoria mínima, de fome, ou com as reservas do Banco Central, depois de anos de saque. Desde o PTS colocamos que a YPF em seu conjunto deve ser expropriada sem indenização e gerida pelos seus próprios trabalhadores. A REPSOL retirou de nosso país como lucros mais de 14 bilhões de dólares, dinheiro que utilizou para ampliar os negócios da empresa em outros países, enquanto deixava de lado as tarefas de exploração de novos poços, algo indispensável para manter o nível das reservas. Seu lucro líquido, quer dizer, descontando o que colocou para comprar a empresa foi de nada menos que 8 bilhões de dólares. O Kirchenerismo não só avalizou ativamente a privatização em seu momento como em seus nove anos no poder, também foi cúmplice do saque praticado pela REPSOL e outras empresas imperialistas e bendisse Eskenazi para que ficasse com 25% das ações [da YPF] sem colocar praticamente um peso, já que pagou sua parte com os lucros da empresa. Rechaçamos todas as ameaças do governo imperialista español e de seus sócios da União Européia. Ao mesmo tempo denunciamos que o governo não só se presta a pagar os saqueadores como busca a associação do estado com outras empresas imperialistas, seguindo o modelo da Petrobrás, o que deixaria em poder de novos saqueadores grande parte da renda petroleira e do gás.”
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