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Revogar o aumento, barrar a repressão, não aceitar trégua e avançar
por : Juventude Às Ruas

17 Jun 2013 | O movimento contra o aumento está ganhando as ruas de todo o país e canalizando um amplo descontentamento social, onde os R$ 0,20 foi a gota d’água.

Por Juventude As Ruas

O movimento contra o aumento está ganhando as ruas de todo o país e canalizando um amplo descontentamento social, onde os R$ 0,20 foi a gota d’água. Um fenômeno que pode antecipar processos mais agudos onde entre em cena a classe trabalhadora. São as expressões da debilidade do modelo econômico brasileiro. É possível revogar o aumento, aumentando nossa mobilização nas ruas como viemos fazendo. Se obtemos essa conquista em São Paulo, abre-se espaço para todo o país avançar na mobilização e no desenvolvimento das próprias demandas do movimento.

Por isso a luta contra a repressão é inseparável da demanda central deste processo que, ainda que canalize descontentamento e anseios de toda a juventude e outros setores da sociedade, se concentra na exigência de revogação do aumento da passagem, que já era das mais caras do mundo. Por isso, ao lado desta exigência central, deve ser um eixo do movimento a defesa de todos os presos exigindo liberdade imediata e anulação dos inquéritos policiais. Defender os que lutam é premissa fundamental para fortalecer e massificar o movimento! Esta é uma luta que deve avançar para identificar na prefeitura de Fernando Haddad e no governo de Geraldo Alckmin seus principais inimigos, o PT e o PSDB. São os dois partidos que sustentam o regime brasileiro atuando em comum contra uma elementar reivindicação da população. E se Haddad tentou lavar as mãos dizendo que a ação da polícia foi “exagerada” sua hipocrisia fica clara com a repressão do governo federal ás manifestações contra os bilhões gastos com a Copa das Confederações. Como gritavam os manifestantes: tem dinheiro para a Copa, mas não tem para o busão. Foi neste mesmo dia que Dilma Roussef recebeu vaias do público, demonstrando a abertura de um novo momento em seu governo, com menos popularidade.

Violento é o Estado!

Muito tem se falado da violência dos protestos. Mas violenta é a repressão ocorrida ontem no entorno do Maracanã no Rio de Janeiro, em cada ato de SP, em Brasília. Muito maior é a violência que é exercida no dia a dia nos morros, favelas e contra a juventude trabalhadora, sobretudo negra. Violento é um Estado que destina 47% do orçamento federal para as dívidas interna e externa e fica falando aos ventos que não há dinheiro para transporte público, saúde e educação. Violência são os milhares de jovens, sobretudo negros, abatidos pelas polícias nas favelas e justificados como “auto-de-resistência”. Violência são os mais de 2 mil trabalhadores que morrem ou são mutilados trabalhando cada ano! Estas violências não se fala nunca, já de uma vidraça.... Não permitamos que dividam nosso movimento! Somos todos lutadores que estamos despertando, muitos indo ás ruas pela primeira vez na vida. Não aceitemos os supostos flagrantes. Esta polícia que inventa autos-de-resistência, que prende gente por portar vinagre, que destrói viaturas para culpar o movimento é inimiga da juventude e da classe trabalhadora, não confiamos em uma só palavra dela!

Pela organização a partir da base pra vencer!

Hoje o Movimento Passe-Livre (MPL) – um grupo de aproximadamente vinte pessoas que não foram eleitas para falar em nosso nome em lugar algum – vem convocando um comitê burocrático de organização das mobilizações em que participam apenas eles e organizações políticas convidadas (PSOL e PSTU), nas quais decidem os trajetos de atos, datas de manifestações etc. O MPL na semana passada anunciou publicamente que aceitaria o acordo proposto pelo Ministério Público (MP) de “suspensão” do aumento das tarifas por 45 dias e fim das manifestações. Falaram em nome do movimento na Folha de S. Paulo e hoje no programa Roda Viva, e estão com uma reunião marcada com Haddad para amanhã. Temos que dizer que nosso movimento não pertence ao MPL, mas sim aos que estão nas ruas lutando contra o aumento e a polícia de Haddad e Alckmin!

Por isso é fundamental que o movimento avance para uma organização a partir das bases, pois a luta transcende em muito estas organizações. É preciso organizar comitês por locais de trabalho e estudo. É preciso que as decisões sejam tomadas em assembleias amplas, para que o movimento decida. É preciso coordenar as lutas desde as estruturas para massificar, que cada local de estudo e trabalho possa contribuir na massificação, mas também na organização pra nos levar a vitória, organizando um Comando Geral com Representantes eleitos pela base e revogáveis!

Barrar o aumento como parte da luta por passe livre pra juventude e desempregados e pela estatização sob controle dos trabalhadores de todo o transporte!

Se barrarmos o aumento teremos conseguido muito mais que 20 centavos! Poderemos seguir em luta bem como fortalecer toda luta da juventude e da classe trabalhadora no país! Podemos e devemos lutar pelo passe livre para estudantes, desempregados e aposentados (pois nem todos tem direito a gratuidade por idade)! E a partir desta luta arrancar da mão de empresários que lucram bilhões com os transportes, estatizar sem indenização a estes milionários que lucram com nosso sufoco, e colocar sob controle dos trabalhadores e usuários todo o sistema de transporte, para garantir sua qualidade e segurança!

É necessário que o transporte público esteja a serviço das necessidades da população, e para isto precisamos acabar com a privatização que coloca, além das absurdas tarifas, milhões em subsídio do dinheiro público na mão de empresários parasitas! Por um transporte nas mãos de quem realmente precisa! Se dizem que não há dinheiro para o transporte, que mostrem todas as contas da prefeitura para vermos onde vai de fato o dinheiro! Que tiremos o dinheiro dos salários dos vereadores e deputados, que custam mais de R$3! Que se cobrem impostos progressivos sobre as grandes fortunas!

 

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