Aprofundando e confirmando sua política pró-imperialista e anti-operária, o governo “progressista” de Tabaré Vázquez está dando novas mostras de sua verdadeira cara.
Esta vez chegou a vez dos direitos humanos: Já antes de assumir, o congresso de Frente Ampla (FA) deixou bem claro que não pensava anular a lei de caducidad, que protegeu e amparou os repressores da ditadura, impedindo o conhecimento do fatos, e o julgamento e punição aos culpados. Agora parece ir mais além. Fez seu o projeto de lei da agrupação “14 de Abril”, reconhecidos apologistas do regime ditatorial.
Nos considerandos do texto apresentado por Tabaré ao Parlamento, afirma que “se pretende fechar definitivamente uma dolorosa etapa (...) tendo em conta o ambiente de violência extrema reinante no país e a inquebrantável defesa que fizeram militares e policiais de uma sociedade que se encontrava perturbada por essa situação”.
A iniciativa pretende recompensar economicamente com 150.000 doláres aos repressores. No cúmulo dos absurdos a iniciativa do poder executivo pretende recompensar a equipe militar ou policial que foi morto em represália por seus próprios crimes, enquanto eram integrantes de Esquadrões da Morte, mas ignora e deixa de lado as vítimas de sua ação.
Perseguição e prisão para os lutadores
A outra cara desta política vem sendo a repressão ao protesto social. Um claro exemplo foi o 4 de novembro de 2005, durante a visita do carniceiro Bush. Como conseqüência da selvagem repressão ã marcha de repúdio, um manifestante foi enviado ã prisão por danos em um Mc Donald, indiciado por sedição. Nesses dias, estreava o cargo a nova ministra do interior: Sra. Daisy Tournee, quem aceitou frente ao Parlamento tomar a “progressista” medida de infiltrar policiais civis na marcha.
Este 12 de abril marchou pela libertação do companheiro. Há que enfatizar o maior número de policiais infiltrados que houve, assim como filmagens e “fichagem” dos participantes. Nesses dias diferentes pessoas ligadas as organizações “radicais” também manifestavam a indignaçãode serem seguidos ou ter seus telefones grampeados.
Ao fim da marcha, se soube que também participava da mesma maneira anônima, uma juíza, atenta a se ocorria algum ato fora da lei. Foi assim que em determinado momento mostraum participante da marcha aos policiais civis quem rapidamente o levaram em uma viatura. O motivo da detenção de Washington Muñiz é queimar uma bandeira ianque. A absurda detenção provocou que alguns manifestantes se mantiveram nas redondezas do Tribunal, pedindo a libertação do detido, queimando reproduções da bandeira ianque e algumas cobertas.
Também foram chamados a depor Irma Leites da Plenária Memória e Justiça (organização de Direitos Humanos) e Rafale Fernandez do Partido dos Trabalhadores, por serem organizadores. Por enquanto todos se encontram em liberdade, ainda que continuam as autuações judiciais. Os partidos que se reivindicam democráticos, os sindicatos e organizações sociais devem repudiar ativamente este tipo de medida que atacam os direitos mais elementares de expressão e manifestação.
Temos que abandonar as ilusões e romper com a FA, e pôr de pé uma ferramenta política dos trabalhadores que lute pela independência de classe e abandone qualquer política de conciliação de classes com a promovida pela FA.
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