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Professores pela Base faz expressiva atuação na convenção da Oposição Alternativa
25 Mar 2014 | No sábado, dia 22 de março, ocorreu a convenção da Oposição Alternativa para definir a política deste setor de oposição a atual diretoria da Apeoesp (Artsindi/Artnova), uma casta de privilegiados que utilizam o sindicato para ajudar o PT a administrar o estado capitalista e aplicar seus planos eleitorais. A convenção ocorre em uma conjuntura nacional (...)
Professores pela Base faz expressiva atuação na convenção da Oposição Alternativa

No sábado, dia 22 de março, ocorreu a convenção da Oposição Alternativa para definir a política deste setor de oposição a atual diretoria da Apeoesp (Artsindi/Artnova), uma casta de privilegiados que utilizam o sindicato para ajudar o PT a administrar o estado capitalista e aplicar seus planos eleitorais. A convenção ocorre em uma conjuntura nacional bastante nova que a agrupação Professores pela Base buscou expressar em seu programa e intervenções.

Com as grandes manifestações de junho de 2013 a legitimidade dos governantes foi fortemente questionada, a aprovação de todos os governos havia caído vertiginosamente. Agora, neste começo de 2014 um novo fenômeno de luta começou a aparecer. Greves politicamente radicais, organizadas pela base com grande participação de trabalhadores a partir de seus locais de trabalho, que lutavam não só contra os governos e empresários, mas também contra as direções de seus próprios sindicatos. Essas grandes lutas como a dos rodoviários de Porto Alegre, e agora, a histórica greve dos garis do Rio de Janeiro, demonstra o começo de um novo tipo de mobilização de trabalhadores que questiona a paralisia e traição das direções sindicais, mas também, que utilizam métodos totalmente opostos ã rotina e vícios do sindicalismo tradicional.

Nós da agrupação Professores pela Base ao nos entusiasmarmos ao ver os garis do Rio de Janeiro, nos colocamos a passar em inúmeras escolas para discutir o que a greve dos Garis que derrotou o governo do Paes e teve conquistas imensas como reajuste de 37 %, aumento de 66 % no vale alimentação - e garantia de não demissão e nem descontos, tinha a ensinar aos professores. Percebemos não só que existia uma grande solidariedade que se expressou em uma campanha de fotos, mas que há uma grande vontade de assumir a orientação para que “Façamos iguais aos Garis”. Foi com a compreensão de que essas lições são fundamentais, que apresentamos nosso programa na convenção da Oposição Alternativa.

Partimos de que é preciso retomar o nosso sindicato das mãos da burocracia, que traem os professores como agora quando demandas não faltavam e mesmo assim Bebel acabou com a greve chamada pela CNTE, e resgatar esse instrumento para que esteja ã serviço da luta de classes e dos professores. Só assim poderemos responder ã necessidade urgente de efetivação imediata de todos os professores, salário mínimo do DIEESE por 30h, e pela divisão de salas de aula, para que todos os alunos tenham professores, e todos os professores tenham trabalho, acabando de uma vez por todas com a precarização e humilhação a que somos submetidos diariamente. E esse sindicato retomado das mãos dos burocratas deve servir também para ligar a luta dos professores, à luta de todos os trabalhadores que saem a se mobilizar, promovendo a unidade da classe trabalhadora contra os governos e os patrões. Esse foi o programa que apresentamos como Professores pela Base, e que pauta nossa atuação todos os dias nas escolas e nas lutas, como na greve de 2013 em que os categorias Os cumpriram um papel fundamental.

A adesão de a esse programa se demonstrou na votação final para decidir o cabeça de chapa nossa corrente, que teve quase 10% dos votos dos 700 presentes, se confirmando como a terceira força da Oposição Alternativa. Consideramos que este avanço é expressão do trabalho orgânico que temos construído nas escolas com uma prática política bastante distinta. Desde a greve de 2013 nossa corrente conseguiu se ligar com um setor que repudiava as práticas ditatoriais da burocracia sindical, que cada semana que passava preparava a traição da greve. Mesmo sem contar com nenhum aparato, conseguimos envolver inúmeros professores ao reivindicar que a greve fosse coordenada por comandos democráticos ligados as escolas e regiões, que o caminhão de som fosse aberto para todo professor em greve, que ocorresse a unificação com os municipais para iniciar um grande movimento em defesa da educação pública contra os governos. Claramente fomos reconhecidos como uma força importante da greve que construiu a mobilização no chão junto aos professores. Por isso conseguimos estar na convenção com 56 professores da Zona Norte e Zona Oeste de São Paulo, Campinas, Santo André, Marília, Jundiaí, Sorocaba e outros lugares que apoiaram as propostas apresentadas por nossa corrente.

Consideramos que essa prática política é bastante distinta, também, do PSTU, grupo majoritário na Oposição Alternativa, e da Conspiração Socialista, segunda força. O PSTU atualmente, por exemplo, tem feito acordos com a CUT Pode Mais, que incluem conformar chapas conjuntas sem passar ao menos pelos espaços de planárias e assembleias. Este setor apresenta posições governistas no movimento sindical e evidentemente pressiona o PSTU a ser reticente ao combate político ao governismo. Além disso, consideramos que tanto PSTU quanto a Conspiração Socialista terminam cada qual ã sua maneira, se adaptando a dinâmica sindical imposta pela Articulação. Exemplos disso foi o silêncio destes setores frente a suspensão da greve nacional que poderia ser um passo importante para iniciar a campanha salarial da categoria que esta absolutamente abandonada devido ao medo do governismo de que exista algum tipo de mobilização real dos professores próximo a copa do mundo. Além disso, há uma diferença importante em como vemos o combate aos privilégios sindicais. Nós do Professores Pela Base, defendemos no congresso do ano passado e na convenção a rotatividade dos dirigentes sindicais e a adoção do limite de um ano para o afastamento sindical. Achamos que este programa serve para impedir a burocratização, que é um problema material, e aproximar a categoria do sindicato, que atualmente não se reconhece em seus dirigentes sindicais, por ver neles carreiristas que quando entram no sindicato nunca voltam a trabalhar. Bebel é o exemplo atual estando uma década fora de sala de aula. Sabemos, também, que este é um debate crítico no interior das próprias oposições, muitos dirigentes da oposição ficam anos sem trabalhar. Achamos que para combater a burocracia sindical, a oposição, começando pela Alternativa deve dar o exemplo fazendo com que seus dirigentes afastados voltem a trabalhar.

Daremos uma batalha para que esta eleição não seja somente uma disputa por posições na Apeoesp. As eleições devem ser parte de uma grande luta para varrer a burocracia, democratizar a Apeoesp e colocando fim aos privilégios em nosso sindicato. É com esta postura que devemos nos apresentar as outras oposições como o PSOL e outras correntes que participam do Bloco de Esquerda. Temos de nos pautar sobre a palavra de ordem “Unidade da Categoria contra o governo e a burocracia” para expulsar Bebel e a Articulação. Para isso a Oposição de conjunto precisa romper com o método de acordo por cima entre as correntes, e adotar o método de convenção democrática com proporcionalidade que é o mais democrático. Por isso criticamos a postura de correntes do PSOL que querem apresentar exigências para formar a Oposição Unificada sem ao menos estarem dispostos a fazerem uma convenção democrática. Métodos como este expressam adaptação profunda destas Oposições a estrutura sindical e estão na contramão de um grande movimento antiburocrático e combativo na categoria que incentive os professores a tomar as lutas, o sindicato e a escola em suas próprias mãos!

Um movimento como este tem de dialogar com a vida e realidade da categoria que este ano tem sofrido ataques escandalosos como o impedimento de efetivação a professores com obesidade, fechamentos de sala de aula, humilhações na atribuição de aulas e a convivência com o absurdo paradoxo criado pelo governo tucano de ao mesmo tempo faltar professor e faltar aulas. Frente a este caos defendemos que tanto na campanha eleitoral quanto na assembleia do dia 28 de março e na campanha salarial apresentamos um programa que responda essa realidade exigindo que não tenha nenhum professor sem sala de aula e nenhum aluno sem professor! Convocação de todos os professores aprovados no último concurso e efetivação de todos os professores contratados (O e F) que se encontram na rede! Reabertura das salas noturnas! Limite de 25 alunos por sala! Fim do ataque de Herman saudado por Bebel que precariza o trabalho docente incentivando uma jornada de 65 h! Salário mínimo do Dieese com redução da jornada para 30h semanais com composição de 15h em sala de aula e 15h de trabalho pedagógico!


João De Regina, representante do Professores pela Base na chapa da Oposição Alternativa para as eleições da Apeoesp, com Luciana Machado e Alexandre Costa, candidatos a conselheiros regionais pela subsede Sudoeste.

FAÇAMOS COMO OS GARIS! VAMOS VARRER A BUROCRACIA PRA DERROTAR OS GOVERNOS!

 

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