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Lançamento: Leon Trotski – A Revolução Espanhola
por : LER-QI, Brasil

26 Apr 2014 | Convidamos a todos para o lançamento na USP no dia 7 de maio! No dia 26 de abril, seminário de formação em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Lançamento: Leon Trotski – A Revolução Espanhola

Convidamos a todos para o lançamento na USP no dia 7 de maio! No dia 26 de abril, seminário de formação em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“Para os operários avançados, a Revolução Espanhola têm um enorme significado, não apenas como acontecimento histórico de importância capital, mas como escola superior de estratégia revolucionária. As ideias e os indivíduos têm sido submetidos a uma verificação excepcionalmente importante, infalível. Para todo marxista sério é uma obrigação estudar não somente os acontecimentos da revolução, mas também as posições políticas que distintos agrupamentos e militantes isolados tomaram, em nosso próprio seio, frente aos acontecimentos espanhóis” .

Era assim que Leon Trotski ressaltava a importância da Revolução Espanhola em 1937. Passaram-se quase 80 anos, mas acreditamos que estas palavras continuam atuais. As Edições Iskra, em colaboração com o Centro de Estudios y Investigaciones Leon Trotsky da Argentina e o Museo Casa Leon Trotsky do México, lança - pela primeira vez em português – uma compilação dos escritos de Leon Trotski sobre a Revolução Espanhola.

“Um acontecimento histórico de importância capital”

A Revolução Espanhola despertou a solidariedade dos trabalhadores do mundo inteiro desde seu início. A queda da monarquia espanhola, em abril de 1931, foi a primeira grande resposta dos setores populares frente ã crise capitalista de 1929. O resultado da luta dos operários espanhóis acabaria por determinar o futuro de toda a Europa: ou os trabalhadores venceriam os governos capitalistas, ou estes levariam a humanidade para mais uma Guerra Mundial. Depois de vários governos que não solucionaram as demandas dos trabalhadores, o general Franco (apoiado por Hitler e Mussolini) organiza um golpe militar em julho de 1936, buscando estrangular a crescente radicalização dos operários e camponeses. Os trabalhadores, porém, não se deixaram abater: invadiram os quartéis, delegacias e organizaram a resistência armada. Mas não pararam por ai: tomaram as fábricas, dissolveram a polícia e começaram a governar o país não mais por um parlamento afastado do povo, mas a partir de comitês de representantes operários espalhados por toda a Espanha. Assim se iniciava a Guerra Civil Espanhola: de um lado o “campo republicano”, de outro, o exército fascista de Franco. Tudo isso, no coração da Europa.

O papel reacionário da Frente Popular

Para as direções das principais organizações operárias, porém, os trabalhadores “passaram dos limites”. Seguindo uma estratégia de colaboração de classes, elas buscaram reconstruir um governo de “Frente Popular”, isto é, de aliança com a burguesia, e sabotaram gradativamente as conquistas dos trabalhadores: dissolveram os comitês, desarmaram as milícias operárias, entregaram as fabricas e as terras aos antigos proprietários e criaram uma nova polícia. O Partido Comunista foi a ponta de lança desse processo. Stalin, o “coveiro da revolução”, tinha medo que a vitória da revolução na Espanha, contagiasse a classe operária russa e questiona-se a sua dominação burocrática. A CNT, principal organização do proletariado espanhol, também participou do governo junto com a burguesia (com quatro “excelentíssimos ministros anarquistas”) e aceitou a dissolução dos comitês. Em maio de 1937, quando os operários de Barcelona se sublevaram contra a tentativa de desarmamento, Garcia Oliver, principal dirigente anarquista, pediu que os operários recebessem “com beijos” os soldados enviados para reprimi-los. Todas essas medidas na retaguarda acabaram por minar a disposição dos operários e camponeses na frente de batalha. “Por que ganhar uma guerra que irá trazer todos os patrões e opressores de volta?”. “Mitos” e “lições da Espanha”

A visão comum dos historiadores é de que o “campo republicano” perdeu por falta de armas. “Franco tinha apoio de Hitler e Mussolini, enquanto a República estava isolada”, dizem eles. O principal fator da derrota, porém, foi a política da Frente Popular. Trotski mostrava que, separar a luta contra o fascismo das medidas revolucionárias levaria ã derrota da guerra civil. O que faltou, segundo ele, “não foram armas nem ‘gênios militares’, mas um partido revolucionário”. O POUM, a “organização mais honesta da Espanha”, que chegou a ter 40 mil militantes, não pôde cumprir esse papel, pois também ficou refém da aliança com a burguesia ao participar do governo e aceitar passivamente a dissolução dos comitês.

Os trabalhadores e a juventude não podem começar sua luta do zero. Estudar as lições do passado é uma tarefa que a vanguarda operária e juvenil deve tomar com centralidade. Esperamos que esta edição possa contribuir com este objetivo!

“Admirável, de grande valor e muito necessário o trabalho editorial que estão levando a cabo neste momento os jovens camaradas brasileiros da Iskra. Só me resta manifestar toda minha admiração pela realização deste trabalho editorial de grande envergadura, colocando ao alcance das novas gerações a vasta experiência revolucionária de Leon Trotski, luminoso farol para trilhar o caminho para um genuíno socialismo.” – Esteban Volkov, neto de Trotski.

 

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