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Greve das estaduais paulistas
por : LER-QI, Brasil

28 May 2007 |

Pela revogação imediata de todos os decretos! Não ã manobra do governo de “reformá-los”! Fora Pinotti!

Não ã autonomia da ruína! Aumento de verbas para 11,6% do ICMS para as estaduais paulistas já!

Nossa greve está frente ã principal ameaça até o momento. Desde o início, reunimos milhares de pessoas nas 3 universidades, dos 3 setores, que votaram corretamente em assembléias de base a revogação dos decretos. Com o fortalecimento da greve, o governo Serra é obrigado a entrar em cena com uma política de desviar nossa luta através da reforma dos decretos em uma comissão de negociação, combinada com a ameaça permanente de repressão. E mais, subordinam o avanço das negociações ã desocupação da reitoria.

Estamos frente ao seguinte dilema: colocar todas as nossas forças no sentido de massificar, democratizar e unificar o movimento para revogar os decretos e conquistar mais verbas OU centrar na mesa de negociação pela reforma dos decretos como se isso já fosse uma grande vitória e buscar “aspectos aceitáveis”.

Todos os pontos dos decretos são parte de uma política global de ataque ã autonomia universitária e direcionamento da estrutura da universidade e do conhecimento nela produzido a serviço dos interesses de um punhado de capitalistas e burocratas acadêmicos. O único decreto que podemos aceitar e que seria o mínimo que o governo deveria fazer, seria um decreto que aumentasse o repasse do ICMS ás universidades para 11,6%, a reivindicação histórica do movimento de funcionários, estudantes e professores das estaduais paulistas. Este era o valor repassado em 1987, antes que Quércia, no mesmo ano em que conquistamos a autonomia financeira (1988), rebaixou este índice para 8,8% como forma de impor a autonomia da ruína.

Para chegar ã vitória, é urgente uma NOVA forma de organização baseada na democracia direta, massificando o movimento a partir das bases!

Por um Comando Geral de Greve com representantes eleitos em assembléias de base, mandatados e revogáveis!

Para derrotar os ataques do governo e das reitorias, é necessário um instrumento que seja capaz de mobilizar e expressar o poder de decisão de dezenas de milhares dos 3 setores das 3 estaduais. Um instrumento que seja representativo de todos os estudantes em luta e que unifique as deliberações das assembléias dos cursos para golpearmos o governo e as reitorias como um só punho. Para isso, devemos organizar um Comando Geral de Greve, composto por representantes eleitos em todos os cursos e mandatados pelas assembléias, para expressar a verdadeira democracia direta. Dando todo peso para as assembléias de curso e a mobilização na base, trabalharemos contra o esvaziamento e para que os estudantes não fiquem em casa, com redes de mobilização (pela internet, telefone etc). As assembléias de curso permitem discussões mais aprofundadas, democráticas, menos desgastantes e teriam o poder de revogar qualquer representante que não cumprisse com sua tarefa que é defender no Comando Geral as deliberações de suas assembléias.

É porque não surgiu um instrumento como esse até agora que temos tido os seguintes problemas: a) esvaziamento dos cursos na medida em que vão entrando em greve; b) onde ainda está havendo aulas, não estamos nos organizando para travar uma luta política contra os setores de direita que se colocam contra a greve; c) os estudantes que estão votando a greve e construindo-a nos cursos e que não podem comparecer permanentemente nas plenárias da ocupação, não tem poder de decisão sobre os rumos do movimento, que são tomados muitas vezes por algumas dezenas. Essa Assembléia Geral precisa votar essa nova forma de organização e indicar a convocação de assembléias nos cursos para concretizá-la, além da manutenção da ocupação que vem cumprindo um papel chave na mobilização.

Transformar a greve das estaduais paulistas num bastião da luta contra Serra e os ataques da burguesia e do governo Lula ã educação!

A Conlutas e a Intersindical devem organizar um Comitê de Solidariedade contra a repressão e por um fundo de greve!

Os Centros Acadêmicos combativos, a Conlute e a Frente de Oposição de Esquerda devem impulsionar um Encontro Nacional de Estudantes, na USP, em junho!

Nos últimos meses vem ocorrendo no país vários processos de luta de distintos setores. Porém, o movimento de massas ainda não conseguiu impor uma derrota importante ã burguesia que mudasse a correlação de forças a nosso favor e a greve das estaduais paulistas coloca essa possibilidade. Por isso, todas as direções que se colocam no campo da esquerda têm o dever de colocar todos os esforços necessários para que essa luta seja vitoriosa, para que se transforme num bastião, num estopim, num exemplo para o movimento de massas em todo o país.

A Conlutas e a Intersindical, organizações que reúnem sindicatos e movimentos sociais anti-governistas em todo país, dirigidas majoritariamente pelo PSTU e PSOL, respectivamente, organizaram no dia 25/3 um encontro com mais de 600 sindicatos e 6 mil trabalhadores de todo o país contra os ataques dos governos. Pois bem, os discursos do dia 25 devem se transformar em ação concreta, impulsionando, como mínimo, um Comitê de Solidariedade, que parta de organizar a campanha contra a repressão e um fundo de greve para não deixar que o provável não pagamento de salário divida os trabalhadores e nos vença pela fome.

Já ocorreram outras ocupações influenciadas por nossa luta e está colocada a possibilidade de colocar de pé um novo movimento estudantil nacionalmente. É por isso que o mínimo que devem fazer organizações nacionais como o PSTU (que dirige majoritariamente a Conlute) e o PSOL (Frente de Oposição de Esquerda da UNE) é organizar desde já um Encontro Nacional de Estudantes para apoiar a greve e basear a luta contra a Reforma Universitária de Lula nos processos reais da luta de classes e não apenas nos discursos e encontros superestruturais.

 

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