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Querem uma trégua para dobrar os palestinos
por : Diego Dalai

25 Jul 2014 | O número de mortos e feridos pelo Estado de Israel segue em franco aumento. O exército sionista bombardeou hospitais, escolas, mesquitas e até um grupo de crianças. Já assassinaram mais de 1.000 palestinos, feriram outros 4.000 e há dezenas de milhares de refugiados. 70% dos mortos são civis e mais de 20% crianças. Dura resistência da população da (...)

O número de mortos e feridos pelo Estado de Israel segue em franco aumento. O exército sionista bombardeou hospitais, escolas, mesquitas e até um grupo de crianças. Já assassinaram mais de 1.000 palestinos, feriram outros 4.000 e há dezenas de milhares de refugiados. 70% dos mortos são civis e mais de 20% crianças. Dura resistência da população da Faixa Desde que começou a invasão terrestre, as mortes do lado israelense começaram a aumentar. Ao fechamento desta edição haviam morrido 32 soldados em combates de rua dentro da Faixa, e 3 civis. O lançamento de foguetes em Israel, praticamente a única arma (muito rudimentar e de efeito destrutivo escasso) com que conta o Hamas para se defender, não pôde ser detida ainda pela incursão terrestre. Tampouco Israel conseguiu outro de seus principais objetivos políticos, que é decapitar as organizações da resistência, como o Hamas e a Jihad islà¢mica. A resistência dos combatentes, que se reforça dia após dia pelo ódio que provoca nas massas a selvagem ofensiva militar israelense, parece estar freando momentaneamente as colunas invasoras apoiadas por tanques e blindados nas cidades próximas ã fronteira (precedidas por ferozes bombardeios), e encabeçadas por tropas de elite do exército sionista.

Esta resistência, em terrível desigualdade entre a quarta potência militar do planeta e uma milícia irregular que expressa a resistência do povo palestino, submetido a uma limpeza étnica há 66 anos, está irritando o imperialismo, que busca articular uma trégua para evitar uma eventual nova derrota, como no Líbano em 2006. A ONU, funcional a Israel e ao imperialismo A ONU acaba de declarar pela boca da funcionária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, que “é possível” que os ataques israelenses estejam incorrendo em crimes de guerra, violando os acordos internacionais como a Convenção de Genebra.

A ONU chama igualmente Israel e Hamas a deterem a escalada contra os civis, dando eco ás desculpas israelenses de que estão respondendo aos mísseis do Hamas contra seu território. A ONU também condenou o Hamas por disparar mísseis contra Israel, e por fazê-lo a partir “zona densamente povoadas”, o que põe em risco os civis. Isto significa que, ante a agressão de Israel, os palestinos não poderiam se defender, já que a Faixa de Gaza é um dos territórios mais densamente povoados do planeta.

Querem impor uma rendição incondicional dos palestinos

Chamando as partes a um imediato cessar fogo e abertura de negociações, a ONU se faz uma vez mais funcional aos interesses do Estado sionista e do imperialismo, em particular dos EUA, que enviou seu Secretário de Estado, John Kerry, para “negociar” (em realidade impor) uma trégua. Kerry esteve no Cairo, Egito, onde se encontrou com Al-Sisi, o golpista presidente do país, que mantém sua proposta de trégua sem que seja concedida nenhuma das demandas do Hamas (basicamente levantar o criminoso bloqueio israelense sobre a Faixa de Gaza que comanda desde 2007, e a liberdade de prisioneiros palestinos que são mais de 7.000).

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de Abbas declarou que as demandas do Hamas são as de “todos os palestinos”. Sua posição estava sendo fortemente questionada pela população tanto da Faixa como da Cisjordânia, onde as mobilizações contra a agressão sionista vem sendo fortemente reprimidas por Israel, e nos últimos dias já houve três mortos. Mas, ao mesmo tempo, o presidente palestino deu novamente mostras de sua estratégia colaboracionista com o Estado de Israel ao fazer uma proposta de trégua “alternativa” ã do Egito que, na verdade, não tem diferenças substantivas. Por sua vez, os governos dos países árabes, como o ditador sírio Al Assad e o governo turco do repressor Erdogan, não passam de discursos em favor da Palestina. Nenhum fez nada de efetivo para deter a ofensiva militar de Israel.

Só se pode confiar na mobilização dos trabalhadores e do povo em todo o mundo para parar os assassinos sionistas e abrir o caminho ã conquista das demandas palestinas. Por isso, são muito alentadores os pronunciamentos de intelectuais e artistas (como o cantor Roger Waters, entre tantos outros) e as dezenas de protestos que ocorrem ao redor do mundo.

 

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