Por Fernanda Cruz
Da Agência Brasil, em São Paulo 20/08/201409h56
20.ago.2014 - Pelo menos sete viaturas da PM estão estacionadas perto da entrada principal da USP, o chamado Portão 1
Após ação da Tropa de Choque contra manifestantes, a entrada principal da USP (Universidade de São Paulo) foi totalmente liberada, por volta das 8h de hoje (20). No início da manhã, ás 4h30, funcionários que estão em greve há mais de 80 dias e estudantes da instituição fizeram um protesto que bloqueou as três entradas da cidade universitária.
Quando os policiais chegaram, atiraram bombas de gás e de efeito moral contra os manifestantes, que dispersaram. Funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego removeram barricadas e entulhos que impediam a circulação de veículos na rua Alvarenga. Uma longa fila de carros se formou nas proximidades da USP.
Segundo o diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho, o ato ocorreu em resposta ao corte no pagamento dos funcionários, que já tiveram um mês descontado. Ele diz que 500 pessoas, entre funcionários, estudantes e alguns professores, participaram do protesto. Magno estima que aproximadamente 80% dos servidores da USP em todo o Estado estejam parados.
A categoria reivindica reajuste salarial, o fim da suspensão de 35% no corte na verba destinada ao ensino e ã pesquisa e a contratação de professores e funcionários. Eles também são contrários ã transferência dos Hospitais Universitários da instituição para a Secretaria Estadual de Saúde. "É um conjunto de coisas que vai resultar no sucateamento da universidade. A gente acha que o objetivo é sucatear para depois privatizar, o que aconteceu com o ensino fundamental e médio. Esta luta nossa é uma resistência contra este projeto", declarou Magno.
Por volta das 11h, os funcionários se reúnem para uma nova assembleia que definirá os rumos do movimento grevista. "A greve continua com toda a força. Eu acredito que essa truculência vai levar ao acirramento dos ânimos, principalmente agora que os estudantes estão entrando. Com certeza, não vamos recuar", disse o diretor do Sintusp.
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