Por La Izquierda Diario
Apesar de que o “Não” ganhou com una margem de 10%, o futuro do Reino Unido não está livre de tormentas. O resultado do referendo que deixou muitos políticos em claro durante toda a noite, foi uma notícia tranquilizadora para o primeiro-ministro, David Cameron, cuja continuidade no governo estava na corda bamba. Por sua vez, a rainha Elizabeth expressou que a notícia era um “alívio”.
O resultado do referendo que deixou muitos políticos em claro durante toda a noite, foi uma notícia tranquilizadora para o primeiro-ministro, David Cameron, cuja continuidade no governo estava na corda bamba. Por sua vez, a rainha Elizabeth expressou que a notícia era um “alívio”.
Com a totalidade das mesas apuradas, o “Não” conseguiu obter 55.30% dos votos enquanto que o “SIM” por sua vez alcançou 44,70%. Na longa noite escocesa os partidários de ambas as posições esperavam com ansiedade o resultado da consulta. As 1h30 da manhã se tornou público o primeiro resultado, do distrito de Clackmannanshire. Esse condado, empobrecido, havia sido considerado pelos independentistas como território seguro. Mas não foi assim, anunciavam de certo modo o resultado final.
Com uma alta participação de votos, cerca de 85,5% do eleitorado, o êxito não faz desaparecer da cena os problemas políticos que o primeiro-ministro britânico enfrenta. Não são só rosas para Cameron, golpeado por várias frentes.
Em primeiro lugar porque tem que agradecer ao seu rival, Gordon Brown, por ter conseguido girar o barco após uma pesquisa que colocava o “Sim” como vencedor. Parte dos votos do “Não” se deve ao ex-premiê trabalhista, que se negou a compartilhar a plataforma com os conservadores e outras forças da campanha “Melhor Juntos”.
As concessões que Cameron se viu obrigado a fazer para impulsionar o “Não” e não ver sua cabeça cair, lhe rendeu críticas do setor mais duro de seu partido. Aqueles que veem no premie um líder moderado, a favor da UE e fácil de fazer concessões são uma frente interna a convencer. Por outro lado, é um terreno fértil para o xenófobo e anti-europeísta UKIP.
A apenas 6 meses das eleições gerais Cameron terá pouco tempo apara recompor sua desgastada liderança. O que conta a seu favor é que não tem quem dispute o seu papel, já que o prefeito de Londres, o excêntrico Boris Johnson, não se propôs a enfrentá-lo.
Dos 32 distritos eleitorais, o “Sim” ganhou em 4 regiões: Glasgow, Dundee, North Lankarshire e West Dunbartorshire; enquanto que no Inverclyde a diferença porcentual foi de apenas de 0.16 a favor do “Não”.
As cinco são regiões operárias, no caso de Invercycle, se tatá de uma cidade com um passado industrial agora castigada com o desemprego e a pobreza. Por sua vez, em Dundee, bastião do Partido Nacional Escocês (SNP) a participação de votos foi menor ã esperada e junto com Glasgow são os distritos com maior representação das forças de esquerda. O curioso é que os avanços feitos pelo SNP nos últimos anos se mantiveram, mas não foram suficientes para conquistar novos territórios e mudar a tendência nacional.
Um Salmond cabisbaixo ao reconhecer o resultado do referendo enviou uma mensagem a Wetminster, exigindo que as promessas fossem cumpridas o mais rápido possível. Porém, sua declaração “A Escócia decidiu por maioria, nessa etapa, não se converter num país independente”, parecia dizer que não está disposto a levar adiante a campanha pela independência.
Os líderes dos partidos britânicos mais importantes firmaram um documento no qual se comprometeram a devolver poderes a Escócia e outras regiões. Apenas souberam dos resultados do referendo, anunciaram que a Escócia receberá maior financiamento de Westminster em outubro se apresentaram os alinhamentos da devolução de poderes, e em janeiro se apresentará um rascunho da lei na qual se formularão as políticas concretas que serão votadas no parlamento após das eleições gerais de 2015.
Estes esboços de medidas são a confirmação da tão pronunciada frase “Acontece o que acontecer, nada voltará a ser igual no Reino Unido” Como evidenciam as primeiras horas apenas tornado público o referendo, a classe política britânica não lhes apresenta um caminho fácil daqui até as eleições.
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