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Todo o apoio aos trabalhadores mineradores de Huanuni!
por : LOR-CI, Bolivia

14 Jul 2007 | Todo o apoio aos trabalhadores mineradores de Huanuni! Solidariedade e coordenação das lutas! Que a COB rompa a subordinação ao governo e impulsione um plano de luta nacional!

Todo o apoio aos trabalhadores mineradores de Huanuni!

Solidariedade e coordenação das lutas!

Que a COB rompa a subordinação ao governo e impulsione um plano de luta nacional!

No dia 5 de julho o governo de Evo Morales desatou uma selvagem repressão, com dezenas de feridos e detidos, alguns em suas próprias casas, contra os trabalhadores mineradores de Huanuni, que vinham exigindo um aprofundamento do “controle social” mediante a autonomia de gestão da empresa para poder desenvolver os planos de exploração e produção de novas jazidas e minerais.

Esta repressão foi diretamente justificada pelo presidente Evo Morales, desde Potosí, que assegurou que “o povo me pede: Evo, mão dura com os bloqueadores!", e foi solicitada pelos empresários privados na reunião mantida com o presidente na segunda-feira, 2 de julho, a qual não pode participar o representante da Federação de Empresários de Oruro pelo bloqueio dos mineradores.

Ao mesmo tempo que o governo reprime os trabalhadores mineradores em Oruro, os camponeses em Yapacani, os guaranis em Camiri, no Congresso nacional acordos são obtidos entre o MAS e a direita para avançar na nova Lei de Armas, que penaliza a simples posse de dinamite, penalizando os protestos sociais.

Enquanto se opõe ás demandas dos mineradores, que permitiriam consolidar a nacionalização da Empresa de Mineração Hunauni e aprofundar o chamado "controle social" pelos trabalhadores, aceita as autonomias departamentais dos latifundiários e da oligarquia do oriente. Enquanto os trabalhadores e o povo exigem prisão para os assassinos de outubro de 2003, designa como diretor da aduana o ex-general Mario López, nada menos que chefe de estado Maior durante a repressão assassina em El Alto e assim sucessivamente. Tudo isto desmascara claramente o papel do governo, sua política de pactos e concessões ao empresariado, os comitês cívicos, a igreja, os militares, as transnacionais, quer dizer, ao conjunto da classe dominante.

Aprofundar o controle social até impor a administração operária direta em Huanuni!

As demandas dos trabalhadores, entre as que estão ter autonomia de gestão da Empresa Mineradora Huanuni, foi mostrada como uma medida que atenta contra COMIBOL e contra a nacionalização. O ministro maoísta de mineração Jorge Echazú, que avança na entrega do Mutun ã transnacional hindú Jindal, declarou que "as disposições vigentes devem ser respeitadas" e lançou uma campanha de calúnias contra os trabalhadores. A verdade é muito diferente, já que graças ã heróica luta de anos dos trabalhadores mineradores que Huanuni foi nacionalizada, que esta nacionalização foi defendida contra o MAS e seus aliados os cooperativistas, e que com a imposição dos trabalhadores de seu "controle social", quer dizer, determinadas formas de controle sobre a produção, distribuição e comercialização dos minerais de jazida, permitiu que a empresa que se encontrava em uma fraudulenta quebra em 2002, hoje seja a empresa mineradora que mais aporta ao TGN, permitiu a criação de quase 4000 novos postos de trabalho (algo que o governo dizia que era impossível). Os mineradores reivindicavam a retirada do gerente Guillermo Dalence (ex-ministro de mineração de Evo e que agora foi enviado a El Mutún) por suas manobras contra os trabalhadores, que se erga como lei o decreto que determina que não operarão cooperativas nem outros empreendimentos privados em Huanuni, o desembolso de fundos necessários para o desenvolvimento da produção e um novo maquinário, etc. A “autonomia de gestão" exigida pelos trabalhadores, busca garantir que as utilidades geradas pelos trabalhadores não se percam nas administrações nomeadas a dedo no COMIBOL, e que levaram a virtual quebra a Corporação em 1985, mas sim que sejam reinvertidas em exploração, extração de outros minerais. O ministro Echazú e todo o governo caluniaram os trabalhadores, afirmando que os mineradores não querem dividir as utilidades com o resto do povo boliviano através do Estado e a COMIBOL.
Entretanto esta é uma mentira escandalosa já que o SMTMH (Sindicato Misto de Trabalhadores Mineradores de Huanuni) declararam não só estar de acordo com um aumento do ICM (Imposto Complementar Mineiro), mas para conseguir a industrialização e o melhor aproveitamento de nossos minerais é necessário avançar em direção ã declaratoria instituição criação do monopólio por parte do Estado do comérico de minerais, eliminado os parasitas das “comercializadoras” e a exportação en bruto que realiza a Sinchi Wayra e outras transnacionais mineiras.

Os socialistas revolucionários da LOR-CI , afirmamos que estas propostas são progressivas, mas que é necessário ir mais além. É necessário implantar a Administração Operária Direta da empresa de maneira coletiva, para afirmar e acrescentar o poder dos trabalhadores e começar a elaborar um plano que permita organizar a economia mineradora ã serviço dos trabalhadores e do povo, baseado na integração com a fundição de Vinto e a nacionalização da grande mineração, sob controle operário coletivo, e contemplando os interesses dos cooperativistas pobres.

Abaixo ã repressão! Por comitês de autodefesa em Huanuni!

A repressão do dia 5 de julho, junto com a ameaça de deixar sem resguardo as jazidas de Huanuni, é uma chantagem não só aos trabalhadores, mas também ã toda população de Huanuni, atemorizada pela eventualidade de novos ataques de alguns grupos de cooperativistas que buscam a reprivatização da jazida. Frente a esta situação, para evitar qualquer agressão ou tentativa de tomada da mina, assim como para poder garantir a segurança das mobilizações frente ã repressão governamental, se faz urgente colocar em marcha comitês de autodefesa dos trabalhadores de Huanuni.

Que a COB e as organizações sindicais rompam com o governo para impor um genuíno plano de luta nacional!

Os dirigentes da COB durante todo este ano se animaram em negociar com o governo "popular", enquanto este se negava a resolver todas e cada uma das demandas dos trabalhadores. Assim, no dia 1 de maio, deixou o governo desfilar junto com a COB. Logo depois, no congresso da seguridade social realizado em La Paz nos últimos dias de junho, apresentaram uma proposta para manter no essencial a estrutura da atual Lei de pensões, elaborada por Gonzalo Sánchez de Losada, com a aprovação dos máximos dirigentes operários. Esta situação deve terminar. A COB deve denunciar claramente a repressão ordenada por Evo Morales e García Linera, e cercar de solidariedade ativa os trabalhadores de Huanuni. Os trabalhadores devemos impor em nossas organizações a independência sindical e política frente ao governo do MAS e sua política de pactos com os empresários e as transnacionais, o apoio e coordenação das lutas como Huanuni, para as levar ã vitória, e a discussão e preparação democrática -desde as bases- de um genuíno plano de luta nacional para impor todas as demandas operárias que vem sendo postergadas indefinidamente, como é o aumento salarial que cubra as necessidades básicas familiar, trabalho para todos, a jornada de 8 horas, as condições de trabalho, a terra e o território dos povos originários etc.

Os sindicatos combativos, os trabalhadores avançados, os lutadores estudantis, temos que tomar a iniciativa, somando esforços nas tarefas de cercar Huanuni e outras lutas de solidariedade, impulsionar a coordenação das lutas, defender a independência política dos sindicatos frente ao governo e aos partidos empresariais e colocar de pé um movimento ativo, de organização e luta, pelas demandas operárias.

La Paz, 6 de julho de 2007.

 

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