16 DEC 2014 | Há alguns instantes saiu uma medida da Sala 10 da Câmara do Trabalho ordenando a reincorporação dos demitidos de Lear. É uma grande vitória dos indomáveis, dos que apostam na luta até o final, e de um conflito levado adiante com um enorme apoio popular em todo o país. Também é um grande precedente contra as demissões massivas.
Há instantes na Sala 10 da Câmara do Trabalho, se aceitou os recursos apresentados pelo advogado Edgardo Moyano do Centro de Profissionais pelos Direitos Humanos (CeProDH) e que foi aprovada por dois amicus curae, um deles apresentado pelo Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e pela Mãe da Praça de Maio, Nora Cortiñas, e o outro Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) presidido por Horacio Verbitsky.
Essa decisão que ordena a reincorporação dos trabalhadores demitidos, é em primeiro lugar um triunfo importantíssimo de uma luta que já tem mais de 6 meses, e se converteu no “conflito do ano”, como reconheceu uma pesquisa feita com os gerentes das grandes empresas. Meses de luta, organização, enfrentamento contra a repressão, solidariedade, cortes, marchas, bloqueios, fundos de greve, unidade com outros setores de trabalhadores e estudantes, apoio dos deputados, intelectuais, artistas, esportistas, organismos de direitos humanos, demonstram que o caminho é a luta. A partir do PTS, organização irmã da LER-QI na Argentina, nos sentimos orgulhosos de termos posto absolutamente tudo desde o primeiro dia para o triunfo da luta de Lear.
Essa determinação judicial de hoje é também uma derrota para os céticos que quiseram dar por encerrada esta luta, que os indomáveis de Lear estiveram dispostos a dar até o final.
Agora resta enfrentar as manobras da patronal, do governo e da burocracia sindical do SMATA (Sindicato dos Metalúrgicos da Argentina, oficialista) que buscarão prorrogar o cumprimento dessa ordem. Mas uma vez mais os trabalhadores de Lear contam com um grande apoio e a simpatia popular que se manterão até que os companheiros estejam dentro da fábrica.
Essa decisão judicial é não só um grande triunfo dessa luta, como também de todo o movimento operário. Ao rechaçar que se possa demitir massivamente sem que haja sido aprovado o Procedimento Preventivo da Crise, se assenta um importante precedente contra as demissões massivas. Por isso, mais que nunca, Lear é uma luta de todo o movimento operário.
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