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Volkswagen chantageia com 800 demissões para lucrar mais e arrancar mais benefícios do governo
por : Maíra Vizcaya , Marcio Barbio

09 Jan 2015 | O ano de 2015 começou com o segundo mandato de Dilma e com ele um brutal ataque aos trabalhadores. Primeiro foram as retiradas de direitos sociais e trabalhistas anunciadas em Medida Provisória pela presidente. Agora o ministro da Fazenda Joaquim Levy anuncia um “ajuste”, leia-se mais ataques ás conquistas dos trabalhadores. Nesse contexto, a (...)
Volkswagen chantageia com 800 demissões para lucrar mais e arrancar mais benefícios do governo

O ano de 2015 começou com o segundo mandato de Dilma e com ele um brutal ataque aos trabalhadores. Primeiro foram as retiradas de direitos sociais e trabalhistas anunciadas em Medida Provisória pela presidente. Agora o ministro da Fazenda Joaquim Levy anuncia um “ajuste”, leia-se mais ataques ás conquistas dos trabalhadores. Nesse contexto, a Volkswagen demite em massa 800 trabalhadores em sua unidade de São Bernardo do Campo, região do ABC.

A resposta operária não tardou, e desde de a terça-feira, 6, os trabalhadores da Volkswagen (Anchieta) estão em greve contra as demissões. O sindicato dos metalúrgicos do ABC (CUT) havia assinado acordo que rebaixava salários “em troca” da manutenção dos empregos até 2016. Mesmo com os trabalhadores perdendo com esses acordos, sequer a empresa cumpre o que assinou, ou seja, garantir a estabilidade até 2016. Essa demissões são uma chantagem para que os trabalhadores aceitem novos acordos com menos direitos e piores condições, já que a VW sabe que pode contar com a conivência do sindicato para garantir seus planos de “ajustes” e “reestruturação” para disputa de mercado e garantia dos lucros. A direção da VW sabe que também poderá arrancar mais benefícios do governo federal – que sempre cede rapidamente aos empresários.

O sindicato sabe que as demissões, atrasos de salários e fechamentos de pequenas e médias empresas ligadas ã cadeia automotiva serão uma constante daqui em diante, inclusive com os empresários usando a desculpa da “queda do consumo” e das “medidas de ajuste” do governo Dilma. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, já se apresentou como “mediador” e garante que “as partes” podem chegar a “bom termo”. Sabemos que se depender da empresa e dos acordos que o sindicato vem fazendo, agora que os tempos são de “vacas magras”, só haverá “bom termo” para a Volkswagen, ficando os trabalhadores com a conta a pagar enquanto os empresários continuam com os lucros arrancados nos tempos de “vacas gordas”.

Hoje, 7, nova assembleia massiva votou a continuidade da greve por tempo indeterminado, demonstração de que os trabalhadores têm disposição de luta em defesa dos empregos e dos seus direitos. Para barrar as demissões na VW e Mercedes e os ataques em outras empresas é necessário exigir que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convoque assembleias gerais de todos os metalúrgicos para preparar um plano de luta de toda a categoria. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) deve convocar seus sindicatos para organizar uma Campanha Nacional de Solidariedade Operária e Popular aos trabalhadores da Volks, da Mercedes e de todo o ABC. As centrais sindicais combativas (CSP-Conlutas e Intersindical) devem organizar seus sindicatos na solidariedade a essa luta que pode marcar o rumo dessa nova fase que entramos, de enfrentamento aos “ajustes” do governo Dilma, dos governos estaduais e dos empresários.

 

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