Na quarta-feira desta semana se manifestaram centenas de pessoas diante da embaixada da União Europeia em Berlim. Ao mesmo tempo em que na Grécia 15000 pessoas se manifestavam na praça Syntagma em Atenas, em Berlim protestaram contra a chantagem da Troika encabeçada pela Alemanha.
A mobilização se fez no mesmo dia da reunião dos ministros das Finanças europeus que discutia a dívida grega.
Poucos dias antes, o BCE havia anunciado que não aceitaria mais títulos gregos como garantia de financiamento. Também se ameaçou com o cancelamento de outras medidas de financiamento.
Assim, tenta-se extorquir o governo grego para que siga submetendo-se ao pagamento da dívida e os planos de corte que lançaram grande parte da população do país na miséria – com a cumplicidade da burguesia grega.
A mobilização em Berlim foi uma mostra de solidariedade antiimperialista e enfatizou a responsabilidade central do capital alemão pela crise grega, exigindo a não intervenção da Troika e do governo alemão.
Integrantes do grupo RIO, Organização Revolucionária Internacionalista, organização irmã da LER-QI na Alemanha e seção alemã da Fração Trotskista – Quarta Internacional, intervieram no ato com um material exigindo a anulação completa da dívida grega. E colocando que esta demanda deve ser parte inseparável de um programa transicional de medidas anticapitalistas, como a nacionalização dos bancos e a expropriação sem indenização da grande indústria sob controle operário, na perspectiva de uma saída operária e socialista para a Grécia e a Europa.
Enquanto alguns manifestantes expressavam suas ilusões no governo do Syriza com cantos como “Syriza, Podemos, Venceremos”, desde RIO enfatizamos que o cancelamento completo da dívida só se pode impor contra a Troika assim como de forma independente do governo grego, já que o programa do Syriza não busca romper com o capital europeu mas manobrar para melhor administrar a crise grega. Nossa solidariedade é com os trabalhadores e o povo gregos que se levantam contra a chantagem da Troika.
Para combater a Troika e a burguesia grega é necessário estender as mobilizações e organizar a mais ampla solidariedade internacional com os trabalhadores gregos.
Ao mesmo tempo, os revolucionários na Grécia e em toda a Europa devemos construir uma verdadeira alternativa ao Syriza, Podemos e outros partidos reformistas, ou seja, partidos revolucionários que rompam com o capital grego e europeu e coloquem a única saída progressista para a classe operária grega: um governo dos trabalhadores na perspectiva dos Estados Unidos Socialistas da Europa.
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