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Audiência de conciliação termina em impasse por intransigência da GM
por : Léo Andrade

24 Feb 2015 | A audiência de conciliação realizada hoje no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, terminou sem acordo e não haverá nova audiência. O desembargador enviará instrução ao relator do Ministério Público para que dê parecer. A empresa em nenhum momento acenou com qualquer proposta diferente da demissão dos 798 trabalhadores. O sindicato se (...)
Audiência de conciliação termina em impasse por intransigência da GM

A audiência de conciliação realizada hoje no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, terminou sem acordo e não haverá nova audiência. O desembargador enviará instrução ao relator do Ministério Público para que dê parecer. A empresa em nenhum momento acenou com qualquer proposta diferente da demissão dos 798 trabalhadores. O sindicato se manteve firme de que os trabalhadores não aceitam qualquer demissão, e por isso a greve deve seguir.

Audiência de conciliação termina em impasse por intransigência da GM
Em greve desde sexta-feira, 20, os trabalhadores da GM seguem sem qualquer concessão da empresa. A empresa entrou já na sexta-feira com pedido de dissídio coletivo na justiça (sem qualquer diálogo anterior com o sindicato), que marcou audiência para hoje onde se esperava algum avanço nas negociações. Nada. A empresa segue com a proposta de um novo lay-off para novos 798 trabalhadores e ao final quer negociar apenas a indenização para demitir estes mesmos trabalhadores.

O sindicato não aceitou, corretamente, qualquer negociação que envolvesse demissões. Os representantes sindicais presentes na audiência, Macapá, presidente do sindicato, e Mancha aceitaram a intermediação do juiz que acenava com extensão do lay-off de 2 meses para 5 meses, desde que ao final estes trabalhadores tivessem estabilidade garantida. O sindicato pedia 6 meses de estabilidade após a cessação do contrato, o TRT propôs 90 dias. O sindicato mais uma vez disse que aceitaria esta proposta.

Mas quando parecia que poderia se fechar um acordo, a empresa bateu na mesa e disse que não aceitaria qualquer proposta diferente da negociação de indenização ao final do lay-off, ou seja, quer demitir a qualquer custo.

Para piorar a situação, no meio da audiência chegou a notícia de que a GM havia demitido por justa causa o companheiro Vinícius, diretor do sindicato e trabalhador da GM. Mais uma vez a empresa mostrava seus reais interesses, derrotar a qualquer custo os trabalhadores.

A empresa sugeriu que poderia continuar negociando apenas se o sindicato se comprometesse a encerrar a greve. Os sindicalistas responderam que somente poderiam levar uma proposta de encerramento da greve para a categoria se a empresa sinalizasse que poderia aceitar a proposta do TRT e ainda garantir o pagamento dos dias parados e estabilidade de 90 dias para os grevistas. Mais uma vez, a empresa se manteve intransigente, dizendo que não poderia fazer este acordo.

Diante deste cenário, o juiz encerrou a cessão e determinou o encaminhamento do processo ao relator do Ministério Público para que desse parecer sobre o conflito. Ou seja, nem mesmo seguirá qualquer conciliação no TRT de Campinas.

A greve deve continuar

Ao final da audiência entrevistamos o presidente do sindicato, o Macapá. O sindicalista disse que ”os trabalhadores não estão dispostos a aceitar nenhuma demissão. A greve está muito forte. Levaremos para os trabalhadores a proposta que o juiz apresentou [5 meses de lay-off e estabilidade de 90 dias ao final], mas com a intransigência da empresa a greve deve continuar”.

Perguntamos se o sindicato pretendia fazer novas manifestações que ampliassem o apoio democrático em torno da greve, Macapá disse que “seguiremos a greve e estamos dispostos a fazer manifestações, atos, inclusive caravana a Brasília em defesa dos trabalhadores da GM”, e seguiu “a situação nas montadoras e na indústria de conjunto é de muito ataque e demissão. Por isso achamos que o governo, na figura da presidente Dilma, tem que editar uma Medida Provisória que proíba as demissões. Temos que reduzir imediatamente a jornada de trabalho, onde a jornada hoje é de 44h deve cair pra 40h, onde já é 40h deve reduzir imediatamente para 36h. E qualquer empresa que demitir ou encerrar as portas, deve ser estatizada e colocada sob controle dos trabalhadores”.

A greve está em uma situação difícil com a intransigência da empresa. Por isso é muito importante criar uma rede nacional de solidariedade aos trabalhadores da GM. A CSP-Conlutas, que dirige o sindicato, terá reunião da sua coordenação nacional neste final de semana, e aí temos que urgentemente votar um plano de lutas contra as demissões na GM e de defesa dos direitos dos trabalhadores que estão sendo atacados através do governo Dilma, com as MPs 664 e 665.

As eleições para a nova diretoria do sindicato

Em meio ã greve da GM hoje começaram as eleições para a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Além da Chapa 1, da CSP-Conlutas, de continuidade com a atual diretoria, tem a Chapa 2, composta pelas burocracias sindicais da CUT e da CTB. Apoiamos a Chapa 1 neste processo, para impedir um retrocesso que seria com a entrada do governismo no sindicato.

Perguntamos ao Macapá como estava o processo eleitoral. “As eleições estão muito boas pra gente. Diferente dos outros anos, vamos ganhar com muita força e também na GM, onde perdemos anteriormente, deveremos ter cerca de 80% dos votos. Só hoje cerca de 2 mil trabalhadores da GM já votaram, o que é um quórum alto. Nossa chapa tem 10 trabalhadores da GM que concorrem para a diretoria do sindicato”, disse.

 

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