Em nova assembleia realizada hoje, 23, os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos mantiveram a greve iniciada na última sexta-feira contra a demissão de 794 trabalhadores. A empresa entrou com juízo de dissídio coletivo na justiça e amanhã, terça-feira, ocorrerá audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas.
Greve contra as demissões segue na GM em São José dos Campos
Os trabalhadores seguiram a greve hoje com paralisação total da produção. Os trabalhadores estão entrando na fábrica, mas não produzem nada. A empresa segue intransigente e não se pronunciou publicamente até agora, e levou a disputa para a justiça.
Na assembleia de hoje outros sindicatos de diversas categorias foram levar solidariedade aos trabalhadores da GM e precisamos seguir ampliando essa solidariedade, ainda mais com o endurecimento da patronal que não quer dialogar diretamente com o sindicato.
A GM já reduziu de 2012 para cá de 7500 trabalhadores para os atuais 5200 e agora quer seguir atacando. Neste ano que começou com ataques mais diversos e demissões na indústria de conjunto e em particular nas montadoras, barrar essas demissões na GM tem um significado nacional para os trabalhadores de todo o país, que assim como na Volks, não aceitaremos pagar pela crise criada pelos patrões.
A “proposta” da empresa, se assim podemos chama-la, é demitir imediatamente 794 trabalhadores ou coloca-los em lay-off (suspensão temporária de contrato) por dois meses e demitir todo mundo em seguida.
O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, filiado ã CSP-Conlutas, disse hoje aceitar o lay-off desde que seja garantida a estabilidade dos trabalhadores, sem demissão em dois meses como quer a empresa.
Os trabalhadores com sua força e com a greve devem garantir a manutenção de todos os postos de trabalho. Com o endurecimento da empresa a luta deve se intensificar e as medidas de solidariedade e apoio são mais importantes do que nunca. a direção do sindicato e os trabalhadores da GM receberam a visita, ontem, de vários representantes de sindicatos e da entidade estudantil Anel que foram se solidarizar. Essa iniciativa positiva mostra que existem condições para construirmos imediatamente uma grande campanha nacional de solidariedade ativa, operária, estudantil e popular, em apoio ã greve da GM, contra as demissões. É preciso convocar reuniões em São José dos Campos e em São Paulo, aproveitar a próxima plenária da CSP-Conlutas (neste fim de semana) para que todos os sindicatos dessa central se joguem com total prioridade nessa campanha.
O recuo na indústria automotiva coloca um desafio para os trabalhadores
Também a Volks em Taubaté colocou hoje 250 trabalhadores em férias coletivas. Isso mostra, sucessivamente, desde a greve da Volks do ABC em janeiro, que a situação na indústria automotiva não é boa para os trabalhadores. Segundo dados da patronal das indústrias montadoras, a Anfavea, em 2014 a produção da indústria automotiva caiu 15,3% em relação a 2013 e o recuo de vendas, de acordo com o número de novos emplacamentos, recuou 7,5% em relação ao ano anterior. E os prognósticos para esse ano é de segmento da queda, contando ainda com o fim da redução do IPI.
A greve da Volks logo no começo do ano já abriu o caminho para que os trabalhadores possam vencer. Agora a vitória dos trabalhadores da GM colocaria toda a classe mais um passo adiante para defender o emprego e nossos direitos.
Viva a greve dos trabalhadores da GM!
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