Neste Dossiê, apresentamos cinco artigos em que nos propomos analisar os interesses imperialistas sobre o Pré-Sal que se escondem por trás da operação Lava-Jato e como esses interesses se associam com o PT e o PSDB. Analisamos a terceirização na empresa e como esta precarização do trabalho se liga ã corrupção e expõe os terceirizados ao drama das demissões em massa, e também abordamos qual resposta a classe trabalhadora precisa dar ã crise que atravessa o país.
Os mais jovens talvez não saibam que na década de 90 os governos de direita e a grande mídia denunciavam a corrupção e a ineficiência das empresas e serviços estatais para justificar sua privatização. Dentre os que viveram essa época, quem não se lembra das campanhas contra que defendiam um “choque de capitalismo” para “modernizar” o país? Uma burguesia que lucra horrores com as necessidades públicas administradas pelo Estado, imiscuindo-se em esquemas intermináveis de corrupção que proporcionam serviços e produtos caros e de péssima qualidade não tem nenhuma moral para defender as riquezas nacionais da rapina imperialista.
Enquanto os tucanos encabeçaram a ofensiva neoliberal dos anos 90, os petistas adaptaram o neoliberalismo ás condições do ciclo de crescimento econômico que atravessou o país na última década. Nos tempos de FHC foi a chamada “privataria”.
Nos temos de Lula e Dilma são os chamados “Petrolào” ou o “metrôgate” em São Paulo. Uns culpam os outros, enquanto o capital nativo e estrangeiro leva a melhor parte do bolo, seja instalando-se diretamente com suas próprias multinacionais, entrando como sócio menor dos “global players” brasileiros ou sangrando o país através da especulação financeira sobre a dívida pública.
Essa realidade não é um privilégio do Brasil. Em todo o mundo, quando o imperialismo quer subordinar outros países aos interesses de suas multinacionais, o “combate ã corrupção” sempre se transforma em uma ferramenta para privatizar empresas e recursos estatais de acordo com seus interesses. O melhor corrupto é sempre aquele que está disposto a ser mais servil e que proporciona maiores lucros.
Frente ã crise da Petrobrás e os escândalos de corrupção, há dois inimigos muito claros a combater. Por um lado, a lei de Serra que visa atacar a participação da Petrobrás no pré-sal, abrindo esta riqueza do país a um maior saque das empresas imperialistas Por outro lado, as privatizações da empresa que Dilma está fazendo. Recentemente a Petrobrás vendeu sua participação em um poço ã Shell por um preço de banana, anunciou a venda de ações da BR Distribuidora e anunciou um “desinvestimento” (eufemismo petista para privatização), bilionário, de US$ 15,1 bilhões, entre este ano e o ano que vem, e outros US$ 42,6 bilhões entre 2017 e 2018.
Em entrevista para o Esquerda Diário, o petroleiro Leandro Lanfredi, ex-vice presidente da Cipa de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, declarou: "esta campanha do Esquerda Diário é extremamente necessária. Vivemos um momento de muita apreensão na empresa. Cada dia ouvimos novos boatos, seja de demissões, PDV, privatização. Cada notícia nos jornais mostra que tem alguém querendo acabar com a empresa para colocar estes recursos da nação em mãos estrangeiras. O PSDB tá fazendo isso, o PT também. Lula foi chamado pela FUP a seu congresso, e lá falou que os petroleiros tínhamos que apoiar Dilma. Discordo completamente. Estão enganando os petroleiros enquanto só olham pro ataque do Serra, a Dilma está vendendo a empresa. Então esta campanha é muito necessária, porque precisamos derrotar tanto o projeto de Lei do Serra como a privatização de Dilma, e também dar uma resposta mais de fundo ã crise, que não será das mãos dos gerentes e outros indicados, mas nós trabalhadores controlando a empresa. Só assim não terá nem privatização nem corrupção".
Convidamos os leitores do Esquerda Diário a conhecerem o conteúdo do Dossiê e colaborar com a campanha que ele inaugura.
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