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Uma direção séria deve assumir o controle de suas próprias decisões
por : Fredy Lizarrague

12 Sep 2015 | Depois de esperar um mês, desde as eleições de 9 de agosto, reflexões sérias sobre o resultado das PASO na esquerda e propostas para a campanha eleitoral de outubro. Temos visto dezenas de artigos e declarações de dirigentes do PO (Partido Obrero) e da IS (Esquerda Socialista) tentando desprestigiar a campanha de Nicolás del Caño, Myriam Bregman e do (...)
Uma direção séria deve assumir o controle de suas próprias decisões

Depois de esperar um mês, desde as eleições de 9 de agosto, reflexões sérias sobre o resultado das PASO na esquerda e propostas para a campanha eleitoral de outubro. Temos visto dezenas de artigos e declarações de dirigentes do PO (Partido Obrero) e da IS (Esquerda Socialista) tentando desprestigiar a campanha de Nicolás del Caño, Myriam Bregman e do PTS.

Vemo-nos assim obrigados a voltar ao balanço da campanha, por ser a base que propomos para crescer. Como dizia o nome de nossa lista, nosso objetivo foi (e é) “Renovar e fortalecer a Frente de Esquerda”.

O PO e a IS tem se empenhado em construir uma “versão” que esconde que foram suas direções quem optaram por rechaçar todas as propostas unitárias e ir ás PASO com duas listas. Pretendem justificar sua derrota sustentando que o PTS ganhou em base ã uma campanha onde a “renovação” teve um conteúdo “juvenil” e “democratizante”¹. Se fosse assim, a FIT chegaria debilitada ás eleições gerais. Não se atrevem a dizer isso porque obviamente não é caso. A FIT está fortalecida em seu caráter político e em seus candidatos e candidatas, e batalhará em unidade pelo voto massivo para a fórmula presidencial e para o ingresso de novos deputados e novas deputadas.

Uma renovação revolucionária frente a uma política reacionária

Nossa proposta de “renovação” na FIT foi o culminar de um processo que começou com as propostas de candidaturas que levantamos como PTS logo após nosso XIV Congresso em junho de 2014, sem aceitar como “natural” a candidatura de Jorge Altamira, do PO. O conteúdo dessas propostas não tinham a ver com a juventude dos nossos candidatos, se não com expressar o caráter mais político que queríamos e (queremos) dar ã FIT: defender seu claro programa operário e socialista, de independência política dos trabalhadores, e apostar em seu crescimento não eleitoral-midiático (forma de construção que o PO prioriza), mas com uma base sólida na luta de classes. Aprofundando o que muitos reconhecem como um de seus diferenciais: expressar na superestrutura política a inserção e as lutas que damos “por baixo”. A prática política de Nicolás del Caño como deputado nacional durante 2014, assim como as de Christian Castillo, Raúl Godoy ou Noelia Barbeito, combinando as intervenções no Congresso com sua participação nos piquetes das paralisações nacionais e da heróica luta de Lear, expressou claramente esse conteúdo, e por isso o propusemos como nosso pré-candidato a presidente. Nunca foi um ultimato, se não sempre uma proposta para ser discutida com o conjunto da FIT.

Enquanto o PO junto com a IS proclamaram a candidatura de Altamira no Luna Park, e se colocaram a buscar acordos com correntes simpatizantes do chavismo ou de Evo Morales, que manifestavam seu apoio a FIT, mas mantendo claras diferenças com seu programa e a prática política das organizações que a integram. Relembremos que Jorge Altamira viajou para se reunir com Perro Santillán em Jujuy, sem trocar uma palavra com a destacada referência da FIT na província, o companheiro Alejando Vilca do PTS, delegado de base de SEOM, crítico a direção do sindicato (e agora ganhador categórico das PASO). Outras correntes, como Povo em Marcha, apoiaram listas de candidatos de centro-esquerda competidoras da FIT em Santa Fé. Por isso, nós defendemos iniciar um processo de experiência comum e discussão antes de incorporar essas correntes a FIT. Inclusive estava em debate a possibilidade de incorporar candidatos de SEOM em Jujuy a pesar das diferenças com a corrente de Santillán.

A gravidade da opção política de ampliar a FIT ultrapassando os limites da mais estrita independência de classe talvez possa ser entendido agora mais plenamente à luz da experiência da Grécia, onde uma “coalizão de esquerda”, Syriza, que vinha de trinfar nas eleições com um programa “anti-austeridade”, mas com a ilusão de conquistar isso sob o mando da União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI (a chamada Troika).

Convocou um plebiscito onde triunfou o “Não” ao memorando de ajustes, para em seguida trair esses mesmos mandatos e converter-se no Governo que aplica o plano de austeridade. O processo mostra aos olhos de todos os setores da esquerda mundial o fracasso dos projetos reformistas, e reatualiza a alternativa de “reforma ou revolução” que levantada Rosa Luxemburgo há mais de cem anos. A crise que sacode a Venezuela, com o Governo de Maduro descarregando sobre os trabalhadores e o povo seu custo mediante inflação, aumento de tarifas, desvalorização, escassez de produtos, imposto sobre o salário, etc., é outra mostra do fracasso desses projetos de colaboração de classe e reforma do capitalismo (de que se aproveitam as oposições que tentam impôr saídas pela direita) com os quais a FIT não pode conciliar.

Frente a esses debates que cruzaram a FIT, a opção que tomaram os dirigentes do PO e da IS foi cortá-los pela raiz e lançar a fórmula Altamira-Giordano no começo de maio, quando faltava um mês e meio para o vencimento do prazo legal e quando nenhum candidato presidencial tinha definido seu candidato a vice. Seu objetivo explícito foi derrotar politicamente o PTS e deixá-lo a margem das principais candidaturas da FIT. Por isso rechaçaram todas as propostas unitárias que lhes apresentamos, inclusive a fórmula de Altamira-Del Caño, que explicamos como uma possibilidade de síntese (o contrário de contraposição) entre dirigentes “históricos” e novos referentes da FIT. Agora, tanto o PO como a IS querem ocultar que foram eles os que tomaram a opção de ir as PASO (ainda que nós nunca as descartamos como recurso “em última instância”). Foram eles que pretenderam “derrotar” a corrente política (e seus representantes) que é identificada com setores chave da vanguarda operária pelo Governo, as patronais e a burocracia sindical; que resistiu a repressão da Polícia Federal; que impulsiona consequentemente a frente única operária em cada conflito e organizou junto a outras correntes um reagrupamento dos setores combativos do movimento operário como pólo alternativo a todas as alas da burocracia sindical (Encontro Sindical Combativo); que defende consequentemente o caráter de independência de classe da FIT, no discurso e na prática; que lançou e sustenta com grande esforço militante o único diário digital da esquerda (operária, socialista e “partidária”) da Argentina e da América Latina, o La Izquierda Diario , como parte de uma rede internacional de diários digitais impulsionados pelas organizações integrantes da Fração Trotskista - Quarta Internacional; que organiza a agrupação de mulheres socialistas mais forte do país, o Pão e Rosas; que organizou ao fim do ano um ato partidário enchendo o estado coberto do Argentinos Juniors. Alguém com metade de um cérebro pode acreditar que o programa e a organização para o combate do PTS tem algo a ver com uma “versão criola” do Podemos (do Estado Espanhol)?

Nicolás del Caño e todos e todas os e as referências políticas do PTS personificam essa estratégia, programa e prática política revolucionária que todas as correntes sérias da esquerda a nível internacional consideram contrária aos projetos “amplos” parlamentarista, reformistas, tipo Podemos ou Syriza. E o que dói neles é que sejam em sua maioria jovens que conquistam votações superiores as das tradicionais da esquerda, sendo que representam um “esquerda dura”.

As direções do PO e IS definiram uma política para o PTS claramente reacionária, de buscar nos dar um golpe no terreno em que se consideravam mais fortes, nas eleições. Fracassaram neste objetivo e por isso nenhuma das dezenas de artigos do PO e da IS sobre o balanço das PASO faz referência a essa decisão política de suas direções.

Caráter combativo e claramente de classe

O lema da lista “Renovar e fortalecer a Frente de Esquerda” foi “com a força dos trabalhadores, das mulheres e da juventude”. Entre seus mil e oitocentos candidatos e candidatas se conta uma maioria de ativistas operários, do movimento de mulheres e da juventude combativa, protagonistas dos conflitos e processos políticos mais importantes do último período. Entre eles Ramón Cortés, trabalhador de Las Heras condenado sem provas a prisão perpétua pela justiça patronal, que se integrou a lista por proposta dos companheiros da Convergência Socialista, que também a compuseram.

Este salto de centenas de companheiros e companheiras com experiência como ativistas sindicais que se assumiram como representantes políticos de sua própria classe, junto aos referentes nacionais da nossa lista na FIT, é o que para nós mostra o caminho a aprofundar para que a esquerda classista não seja “testemunha”, para que encarne cada vez mais uma força social para de levar a prática o programa que defendemos. 50% dos espaços de rádio e TV foi ocupado pelo spot no qual se apresenta Nicolás del Caño como quem “apóia as causas dos trabalhadores, das mulhere e da juventude”, com imagens de enfrentamentos com a Polícia Federal, para depois mostrar um duro discurso no Congresso com Capitanich, a quem acusa de atuar “como um gerente da empresa” contra “os trabalhadores despedidos” (intervenção durante o conflito de Lear). Esse spot teve um altíssimo impacto na campanha, reivindicado pela grande maioria dos votantes da FIT. Os outros spots terminavam dizendo “vamos renovar a Frente de Esquerda para que seja uma grande força que defenda suas demandas”. O que isso tem a ver com um perfil “democratizante”, “juvenil” ou “de reforma” do Parlamento?

Sem dúvida a consigna de “Que todo político ganhe como uma professora”, ligada aos deputados do PTS na FIT, faz e aponta a diferencia “aos lutadores”, conseguiu penetrar na consciência de amplos setores de massas e conquistar simpatia entre todos os setores que vêem a decomposição política e moral do regime. Essa consigna inspirada na Comuna de Paris e que está em todos os programas da FIT desde 2011 é uma ponte que, em seu desenvolvimento, permite explicar a necessidade do governo dos trabalhadores (essa profundidade já dava Lenin no Estado e Revolução, que muitos deveriam voltar a ler²). Mas inclusive com essa potencialidade, nunca levantamos essa consigna como um eixo isolado do conjunto de nossa política de representar uma clara alternativa política dos trabalhadores, contra todas as variantes patronais.

Nossos críticos ignoram que sempre a explicamos relacionada com “aportar com o resto do salário as lutas”, em especial as operárias, mas também de outros setores oprimidos, com o qual o caráter combativo e de classe da contestação da casta política burguesa ficava claro. Onde está a suposta campanha “contra a casta política” em geral, ao estilo Podemos? E mais, nos spots que difundimos pela TV, rádio e nas redes sociais tocamos diversos temas (como a denúncia do trabalho precário e atacando diretamente a Scioli, Massa e Macri como os futuros aplicadores de um ajuste), e o PTS distribuiu massivamente um Programa Eleitoral de conjunto operário, socialista, revolucionário e internacionalista.

A campanha da lista “Unidade” chamou a votar contra os “candidatos do ajuste” em base a demandas econômicas justas, mas sem atar diretamente o regime e seus partidos (abandonando esse perfil que, reiteramos, está em todos os programas da FIT), e mostrando, no spot final, que a representação desse programa era a cédula eleitoral, e não a luta. Em que spot viu Alejandro Guerrero a campanha pela “construção de uma organização revolucionária para a tomada do poder pela classe operária” que supostamente encarnou a lista Unidade?

Juventude

Obviamente um de nossos objetivos foi ganhar a simpatia e o voto da juventude trabalhadora e estudantil que repudia os partidos patronais, seu regime e as condições de vida que lhes impõe (incluindo a educação e a saúde). A FIT de conjunto deveria estar orgulhosa (como nós estamos) de ter candidatos com os quais se identifiquem esses jovens, já que estamos honrando o que escreveu Leon Trotsky no Programa de Transição: “A IV internacional presta uma atenção e um interesse muito particular a jovem geração do proletariado. Toda sua política se esforça para inspirar na juventude confiança em suas próprias forças e em seu futuro. Somente o fresco entusiasmo e o espírito combativo da juventude podem assegurar as primeiras vitórias na batalha e somente elas devolverão ao caminho revolucionário os melhores elementos da velha geração. Sempre foi assim e sempre será assim.” Que distância espacial há entre essas palavras e a intenção do PO e IS de deixar de fora da fórmula presidencial o mais notório emergente de uma nova geração de dirigentes da esquerda operária e socialista que tem se convertido em referência para centenas de milhares de jovens trabalhadores precarizados, como aconteceu em Mendonça!

Desenvolvimento dos partidos

Se o triunfo da lista 1A foi um “surpresa”, isso não se deve a que não correspodia com o “desenvolvimento dos partidos”, como repete o PO. Se todos esperavam o triunfo de Altamira, era por ser, de longe, o candidato mais conhecido a nível nacional, por anos de presença midiática e por ter sido o candidato a presidente da FIT em 2011. Por sua vez, esperavam obter grandes votações em Córdoba (pela figura de Liliana Olivero) e em Salta (pelos candidatos do PO, que se negaram a construir a FIT nessa província juntamente com o PTS). Nicolás del Caño era muito conhecido em Mendonça (como se demonstrou), mas pouco conhecido a nível nacional. Por isso a campanha da Lista Unidade foi essencialmente “conservadora”, de “proteger” a FIT (como diziam seus spots). Erro de cálculo.

Deixando de lado outras explicações risíveis da derrota (como as ”confusões de cédulas” ou os supostos problemas de “contabilização eleitoral dos dados”), precisamente foi o “desenvolvimento dos partidos” que explicou a vantagem de votos que recebeu a lista Renovar e Fortalecer para conseguir a vitória. Além de uma campanha que impactou por seu desenvolvimento nas redes sociais, a militância do PTS e de milhares de trabalhadores, mulheres e jovens que nos apoiaram adquiriu uma força enorme e crescente, cheia de iniciativas.

Por isso conquistamos uma votação acachapante em Mendonza, Neuquén e Jujuy (mesmo com o peso do apoio de Perro Santillán e sua corrente à lista 2U nesta província), além de quase empatarmos em CABA e na províncida de Buenos Aires, lugares onde era categoricamente mais conhecido Altamira, e um bom resultado em Córdoba (onde, apesar de ser a corrente militante mais forte, tínhamos 25% do tempo de rotação nas bancadas, e agora a proporção foi de 58 a 42% na fórmula presidencial).

Em outras províncias onde também ganhamos, como Santa Fé, Tucumán, San Luis, La Pampa, Rio Negro, Chubut e Entre Rios, não foi por acaso, se não pelo maior desenvolvimento militante do PTS em relação ao PO e IS. Nas províncias onde o PTS não tem trabalho político (e em muitas delas o PO menos ainda, ou possui uma militância bem reduzida) conquistamos simpatizantes que foram como candidatos na lista do Parlasul nacional, e militantes viajaram para colaborar com eles no desenvolvimento da campanha, distribuir os spots, garantir a entrega das cédulas, fiscalizar e etc. Sem esse esforço militante do PTS em todo o país, por convicção e entusiasmo político, não teria sido possível a vitória. Agora nosso desafio é transformar esse enorme esforço em novas camadas militantes.

Como evitar o debate em uma disputa interna de candidatos?

Se a opção que tomaram os dirigentes do PO e da ES foi ir ás PASO para definir ali os candidatos da Frente de Esquerda em outubro, como pretendiam que assim não houvesse debate entre as duas listas? Em que tipo de cabeça ocorre que alguém decide ir a uma disputa interna e depois “acusa” de “fracionista” a outra lista que quer discutir as diferenças para poder explicar porque existem duas listas diferentes? Essa “lógica” que segue defendendo o PO é insustentável, e vai mais além da negativa injustificável a proposta que apresentamos de organizar um debate televisivo. É como se inscrever numa competição e depois pretender que seu competidor não compita. Um insulto a inteligência humana mais elementar.

Nas PASO ficaram claros dois projetos estratégicos para a FIT. Por um lado o da lista Unidade, que defendeu que o desenvolvimento da FIT passava por incorporar, sem um debate sério e uma prática comum, agrupações que não compartilham o programa da FIt, diluindo assim seu caráter de independência de classe. De outro lado a nossa lista, que defendeu, em seu discurso e em sua prática militante, que o desenvolvimento da FIT passa por aprofundar a intervenção na luta de classes e por abrir mais e mais suas fileiras a vanguarda operária, do movimento de mulheres e da juventude, defendendo estritamente o programa da Frente, e dessa perspectiva debater com toda organização de esquerda que a compartilhe. Esse foi o conteúdo da nossa proposta de “renovação” a partir da qual conseguimos evitar que se efetivasse a política reacionária de marginalizar o PTS na Frente de Esquerda. Isso permite que agora FIT encare as eleições de outubro fortalecida politicamente.

Conclusão

Desde o PTS levamos a Mesa Nacional da FIT várias propostas para começar uma grande campanha unitária em outubro. Na quinta feira, 10 de setembro, aconteceu uma coletiva de imprensa como lançamento da campanha unitária e começaremos com a edição de spots, cartazes, folhetos e etc. Lamentavelmente não conseguimos entrar em acordo numa atualização das declarações programáticas que acordamos em 2011 e 2013, que assinalavam os objetivos estratégicos revolucionários e socialistas da FIT, assim como o programa de transição para eles, à luz dos acontecimentos de cada ano. Desta vez, o PO se negou a avançar em uma declaração comum, quando estavamos em meio ao debate, argumentando, entre outras questões, uma recusa em defender o governo dos trabalhadores “imposto pela mobilização dos explorados e oprimidos” (como fizemos em 2013), sua auto-organização e auto-defesa, e uma delimitação clara dos governos da Venezuela, Bolívia e Grécia, retrocedendo nisso da declaração que já tínhamos entrado em acordo em 2011³.

Apesar dessas diferenças, a FIT é uma ferramente extraordinária para avançar na construção da organização revolucionária que necessitam os trabalhadores, os oprimidos e o povo pobre para vencer, oposta não somente aos partidos burgueses, que pretendem capitalizar pela direita a crise dos Governos pós-neoliberais, mas também aos partidos de conciliação de classes como o Syriza ou o MAS boliviano, ou os nacionalistas burgueses como o PSUV, que se dizem “de esquerda”, mas se propõem como administradores do capitalismo. As prespectivas da luta de classes em noss país e a nível internacional, frente a agudização da crise capitalista e seus efeitos, nos colocarão seriamente a prova, cedo ou tarde. A campanha eleitoral será uma grande oportunidade de reforçar o caráter combativo e de independência de classe da Frente de Esquerda e batalhar não apenas pelo voto de milhões contra os Scioli, Macri ou Massa, os candidatos defensores do ajuste e deste regime a serviço dos capitalistas, mas por incentivar a milhares e milhares a se juntarem a militância capaz de enfrentar os ataques que estão a caminho, e marchar por uma saída revolucionária, operária e socialista.

¹ Alejandro Guerrero do PO chega a defender que “um setor da burguesia chega a se tranquilizar pelo fato de que uma denuncia contra o ajuste e a luta política por uma alternativa operária e socialista tenham derivado, ao mesmo na corrente que se impulsiona nas PASO da FIT, em uma alternativa “anti-sistema” que popôs, como uma consigna central, o conflito geracional dentro da própria esquerda e, para fora, que “os políticos ganhem como um professor”; ou seja, uma postura parlamentarista de reforma e melhoramento do sistema legislativo, de “democratização” do Parlamento e não a construção de uma organização revolucionária para a tomada do poder pela classe operária”.

² “Neste sentido, é singularmente notável uma das medidas decretadas pela Comuna, que Marx ressalta: a abolição de todos os gastos de presentação, de todos os privilégios monetparios dos funcionários, a redução dos salários de todos os funcionários de estado ao patamar do “salário de um operário”. Aqui é onde precisamente se expressa de forma mais evidente a mudança da democracia burguesa para a democracia operária, a democracia da classe opressora para a democracia da classe oprimida, do Estado como “força especial” para a repressão de uma determinada classe para a repressão dos opressores pela maioria do povo, dos operários e camponeses. E é precisamente neste ponto tão evidente - talvez o mais importante, no que se refere a questão do Estado - que os ensinamentos de Marx tem sido relegados ao esquecimento.”

“A completa elegibilidade e remoção em qualquer momento de todos os funcionários sem exceção; a redução dos seus salários ao limite do “salário comum de um operário”: essas medidas democráticas, simples e “auto-evidentes”, ao mesmo tempo que unificam em absoluto os interesses dos operários e da maioria dos camponeses, servem de ponte que conduz do capitalismo ao socialismo.”

³ “A Frente de Esquerda denuncia o caráter claramente capitalista de todos os Governos latino-americanos, desmascarante frente aos olhos dos operários, camponeses e estudantes o real caráter dos Governos de Evo Morales, que reprimiu os grevistas da COB e criminaliza dos professores, e de Hugo Chávez, que deteve e entregou ao Governo direitista de Santos o jornalista colombiano Pérez Becerra, com cidadania e asilo suecos, violando o direito elementar e democrático do asilo político”.

 

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