Contra o “Chile precário”
A luta dos operários florestais
10/05/2007
Sigamos o exemplo dos trabalhadores florestais até a negociação coletiva por ramo e um aumento geral dos salários!
No dia 14 de maio os trabalhadores florestais declararam greve ã empresa Bosques Araucos pelo cumprimento de uma pauta de reivindicaçoes com 23 pontos entre os quais se encontrava um aumento de salário de 40%, e gratificações no Natal e Feriados Pátrios. A empresa deve aceitar discutir as demandas dos trabalhadores mobilizados, que chegaram a ser mais de 5 mil, em uma luta que envolve cerca de 8 mil, em uma mesa de negociações que devia resolver a pauta de reivindicações em 45 dias. Essa tarde, se realizou uma massiva assembléia na praça de Armas de Curanilahue, Oitava Região, advertindo que se retomariam as mobilizações caso não se chegasse a um acordo. Havia já um primeiro triunfo: haviam conseguido impôr no setor da primeira negociação coletiva entre empresas. Os 45 dias de prazo para que a mesa de trabalho solucionassem os problemas dos trabalhadores já passaram, e a empresa, que cedeu em 21 das demandas, não atendeu duas que eram fundamentais para os trabalhadores: o tema salarial e de gratificações. Em consequência, os trabalhadores florestais voltaram à luta.
Uma cronología...
– DOMINGO 29 DE ABRIL
Mais de 5500 trabalhadores florestais de aserraderos, bosques, do transporte florestal e de serviços relacionados se reuniram no Ginásio Olímpico de Curanilahue para votar reanudar a paralisação e as mobilizações para que cumpram sua demandas. Se decidiu retomar a mobilização a partir da madrugada de segunda-feira, pois os trabalhadores organizados na Coordenadoria de Trabalhadores Florestais não estão dispostos a dar o braço a torcer diante da empresa do poderoso magnata Angellini.
– SEGUNDA 30 DE ABRIL
De manhã cedo, 3 mil trabalhadores realizaram uma concentração no acesso ao Complexo Horcones em Arauco, e ao mesmo tempo 2 mil trabalhadores florestais tomaram as serrarias de El Colorado e de La Araucana. A empresa ofereceu para solucionar o conflito um miserável aumento de 5%, o que resultou na mobilização dos trabalhadores chamando a fortalecer a paralisação e a somar-se a todas as empresas restantes de holding de Bosques Arauco. Ao mesmo tempo, o Arcebispo Ricardo E. Andrello começou a intervir nas negociações como mediador. Na terça e na quarta continuaram sem resposta da empresa, e nada foi colocado para avançar nas negociações.
– QUINTA 3 DE MAIO
Os trabalhadores, como nos dias anteriores, ocuparam desde muito cedo os acessos ao complexo Horcones de Celulosa Arauco ubicados no bloqueio 160, com seus paus na mão. A manhã foi tranquila.
A tarde, os dirigentes sindicais realizaram uma reunião com a empresa, e os ânimos entre os trabalhadores começaram a se aflorar: estavam diante da expectativa de uma solução para o conflito. Horas mais tarde, chegou ao local o governador de Arauco, Alvaro Rivas Rivera, dizendo aos trabalhadores, antes que os dirigentes sindicais (que não estavam presentes por encontrar-se na reunião), que a negociação não havia chegado a buen puerto e que não haveriam soluções para as demandas.
Os mais de 2 mil trabalhadores florestais que se encontravam presentes, reagiram decidindo tomar a carretera, sem seus dirigentes. Se demonstrava assim que a paralisação se sustentava na ativa mobilização e animo de luta dos trabalhadores de base. Que, além disso, haviam começado a se organizar em seus sindicatos, unidos na luta.
Mas automaticamente chegaram os policiais em uma atitude de hostilidade, perseguição, repressão: lançando gases lacrimogênos, batendo a paulada nos trabalhadores. Nos bosques que rodeiam a rodovia 160, os trabalhadores se defenderam desta ação policial com pedras e paus. Porém os policiais, com essa atitude brutal que os caracteriza, começou a disparar com armas de fogo - desde pistolas e escopetas até armas de guerra como uma submetralhadora Uzi - até o bosque, apontando para o corpo dos trabalhadores, e quebrando os vidros dos carros dos trabalhadores que estavam estacionados na mesma estrada.
Diante desta imagem e meio ao enfrentamento, Rodrigo Cisternas, um trabalhador de 26 anos que há um mês havia começado a trabalhar na empresa, depois de bastante tempo desempregado, subiu numa máquina retroexcavadora com a intenção de repelir o ataque policial, arremessando contra os carros da polícia. A resposta a isto foi brutal, e característica dos policiais, encarregados de defender os interesses dos empresários: dispararam direto em sua cabeça e também no corpo, matando-o no mesmo instantes: alguns dizem que foram 3 balas que o atingiram, outros que foram até 14 balas. Rodrigo Cisternas ganhava um salário de 60 dólares por mês, sua luta era e segue sendo justa. O restante dos trabalhadores ficaram enfurecidos e a polícia se retirou. No instante centenas de vecinos do setor de El Pinar de Laraquete que observavam a cena se aproximaram da estrada e se uniram aos trabalhadores florestais na tomada da carretera. “Foi uma reação quase espontânea a do povo dessa localidade, que também sofreu o persseguição parte dos policiais, que também atuou contra eles essa noite”. (Renacer de Arauco - 05/05/07).
A greve, ainda que seus dirigentes - apear de sua enorme significação - tentavam mantê-la no âmbito sindical e na região, se transformava num fato político, e de caráter nacional.
– SEXTA 4 DE MAIO
De manhã cedo, os trabalhadores florestais se juntaram embaixo da chuva na praça de Armas de Curenilahue, quando começaram a chegar centenas de pessoas da região, com bandeiras negras em sinal de luta, gritando a plenos pulmões: O povo o viu, o paco o matou!. “A consternación era tangível nos rostos dos duros trabalhadores no momento em que chegaram centenas de mulheres, esposas, filhas, trabalhadoras para e solidarizar com os trabalhadores que são a principal sustentação econômica desta comunidade” (Idem). Chegaram ã praça os estudantes com suas bandeiras e lenços, e mais de 4 mil trabalhadores, mulheres, crianças e jovens estudantes começam a marchar em uma coluna gigante pela rua Prat percorrendo todo Curanilahue, gritando contra a polícia e a empresa e em apoio à luta dos florestais. Os vizinhos se somaram ao processo da “causa florestal”, e ao passar pela comisaria apedrejaram o edificio que permaneceu fechado, mostrando o repúdio ã violência policial contra os trabalhadores e todos os que lutam. Não se via nenhum policial. A marcha terminou no Estado Municipal com 8 mil pessoas, inaugurando “o maior movimento de protesta pela morte de um jovem trabalhador” (idem).
Nessa mesma noite, milhares de pessoas, encabeçadas pelos trabalhadores florestais, acompanharam o cortejo fúnebre que recorreu toda a cidade, até chegar ao Ginásio Olímpico, “todo o povo homenageou com aplausous, cantos e gritos de apoio ao movimento floestal”. (idem) Acenderam centenas de vela em sinal de luto na noite fria de Curanilahue, até que chegou ao lugar a viúva de Rodrigo Cisternas, Evelyn Sanhueza, cercada por uma escolta de trabalhadores florestais.
Ao mesmo tempo, se realizava uma velatón em Santiago convocada pela CUT, que também entregou uma carta ás autoridades nacionais rechaçando a repressão. Em Concepción se protagonizava uma marcha na qual se queimou a bandeira dos carabineros. Em Lota também se realizaram mobilizações em protesto de jovens estudantes, também apedrejando um refém de Carabineros. Os trabalhadores florestais da X Região ofereceram paralisar em solidariedade, o que havia sido rechaçado pelos dirigentes. Em Temuco aconteceram alguns enfrentamentos com a polícia. Na Serena se iniciou uma marcha até a Intendencia, sob o grito de “Se sente, se sente, Rodrigo está presente”. Em Calama e Antofagasta, trabalhadores realizaram velatones. Em Arice houve mobilizações dos universitários. A FECH, organismo de Direitos Humanos, organizações políticas, realidadaram declarações e mobilizações contra a repressão e em solidariedade com a luta dos trabalhadores florestais. Parecia que o rechaço ã morte do trabalhador florestal, ia ascender em todo o Chile como um barril de pólvora. Mas os dirigentes sindicais dos florestais chamaram a calma, “os dirigentes do grêmio apaziguaram suas bases” (El Sur de Concepción 05/05/07) e finalmente a pólvora não incendiou, não se fez um chamado ã mobilização e ã paralisação em repúdio ã morte do trabalhador florestal e pelo cumprimento das demandas.
– SáBADO 5 DE MAIO
Durante todo o dia Arauco permaneceu em Duelo, a cidade se encontrava na expectativa pelos próximos passos dos trabalhadores florestais. “Muitas das casas exibem bandeiras de meia haste e fitas pretas em sinal de respeito e solidariedade com o trabalhador morto, sua família e com o que denominam como “a causa florestal”. (Renacer de Arauco 06/07/07)
– DOMINGO 6 DE MAIO
Se realizou o funeral de Rodrigo Cisternas, transformado em um verdadeiro ato de homenagem ao operário morto por lutar e a sua causa, com seu corpo se abrindo caminho escoltado por trabalhadores com seus capacetes, com caminhões de transporte de madeira ordenados em fila apertando suas buzinas igual as sirenes dos carros de bombeiro. A seu passo, bandeira de meia asta, cresponde pretos segurados por muitos dos assistentes. Acompanham mais de 20 mil pessoas, entre trabalhadores, estudantes secundaristas e universitários, organizações mapuches, organizações sindicais, partidos e organizações políticas, vindos de todo o país. Nem as autoridades nem a polícia se atreve a se fazer presentes. Se despedia o primeiro mártir da causa florestal, e primeiro operário assassinado pela violência policial em defesa dos interesses da classe patronal após a ditadura.
– SEGUNDA 7 DE MAIO
O Arcebispo de Concepción Monseñor Ezzati continua com suas mediações para conseguir um acordo. Realiza-se uma assembléia para definir o destino da paralisação. Os dirigentes pedem para serem liberados para poder encerrar a negociação. Outra empresa se une a luta florestal: Cierra Nevada, que paralisa seu trabalho.
– TERÇA 8 DE MAIO
Os trabalhadores de Celco Valdivia anunciam somar-se a luta. Diante da crise aberta em Arauco e a firmeza do trabalhador florestal contratado, a empresa acaba cedendo: se vê obrigada a aceitar os 23 pontos da pauta de reivindicações. É acordado um aumento de 65 mil pesos fixos para todos os trabalhadores, e de 14 mil em gratificações no Natal e Feriados, para os 8 mil trabalhadores. A luta dos florestais foi um grande triunfo sindical, atacando um dos empresários mais poderosos do Chile: Angellini, e nos colocando importantes lições.
... e algumas lições e reflexões
Antes de mais nada devemos colocar que este foi um processo de impacto nacional. Se tratou de uma greve interempresa com mobilização, que foi impulsionada contra as intenções patronais de dividir os trabalhadores evitando uma negociação conjunta. Seu resultado, foi um triunfo sindical categórico, que toda a classe trabalhadora deve reivindicar e tirar lições para preparar suas próximas greves, paralisações e mobilizações.
Mas também devemos perguntar-nos pelo que ficou colocado. Porque foi um categórico triunfo sindical de uma greve interempresa com mobilização, mas que se transformou, após a assassina violência policial, em um fato político nacional. Um fato político nacional que começou a atrair a adesão e solidariedade de muitos setores de trabalhadores, sindicatos, organizações políticas e de direitos humanos. Porém mais que isso: os trabalhadores florestais da X Região colocaram uma paralisação em solidariedade, que os dirigentes sindicais desta greve não haviam aceitado. Assim, foi transformado em uma efetiva greve política pela negociação coletiva por ramo. Não conseguiu ser.
Pelo contrário, os dirigentes sindicais do PC e da Concertación, havendo obtido um categórico triunfo sindical, colocaram que a negociação coletiva por ramo ficaria pendente, e se discutiria no Parlamento. É o que o PC colocou também na declaração que realizou uma vez conhecidos publicamente os resultados da negociação. Além de informações periodísticas de que a Comissão de Trabalho de Deputados haviam convidado os dirigentes sindicais para argumentar a favor das reformas legislativas que se iniciariam com o projeto de negociação coletiva que apresentou o Governo.
Assim, uma latente greve política dos trabalhadores, é desviada pela discussão parlamentária.
Ainda que a lição das lições, é que são os métodos próprios da classe trabalhadora: a greve com sua mobilização, as assembléias para decidir, a busca da unidade para objetivos que favoreçam os interesses e direitos dos trabalhadores, a necessidade de se preparar para defender-se dos ataques repressivos. São estes métodos, diziamos, os que permitem alcançar as finalidades que o movimento de trabalhadores se coloca. E desde aqui, sustentados nestes métodos, a mesa de negociação para poder consumar suas conquistas. Pelo contrário, as mesas de diálogo social, são estéreis e não serve para alcançar suas finalidades.
Como se chegou - sem propor-se por completo tal vez- desde uma demanda sindical de aumentos salariais entre outros importantes benefícios, a um ponto de tanta força dos trabalhadores em greve que permitia colocar-se uma greve política a favor de, entretando, um direito que é normal em outros países como a negociação coletiva por ramo de trabalho?
Se chegou a esse ponto porque os trabalhadores florestais para poder avançar e obter suas demandas sindicais básicas, como uma justa melhora salarial, uniram suas forças sindicais, unindo os sindicatos dos diferentes setores de trabalhadores - do setor industrial, florestal, de transporte. Unidade que por sua vez somente podia manter-se baseada nas assembléias, que se realizavam em forma massiva em um estadio. Ou seja, unificando-se sobre as divisões que a classe patronal impõe.
A unidade se deu, não na unificação de todos os sindicatos fundidos em um só, senão que por hora em torno de uma reinvindicação comum de demandas para todos os trabalhadores florestais do Bosques Arauco. Se demonstrou que se pode ir um passo adiante ainda, e poder iniciar uma discussão para fundir todos os sindicatos em um só sindicato de trabalhadores florestais.
Como se pode sustentar a unidade sindical, sendo que em cada lugar de trabalho, público e privado, existem sempre mais de um sindicato? Como se pode colocar uma reivindicação comum de demandas, sendo que sempre se apresentam demandas separadas por sindicatos?
Mas acima de tudo, e é talvez a pergunta das perguntas, pelo momento. Se esta luta sindical foi com dirigentes sindicais da Concertación junto com o PC, e eles também codirigem outros setores importantes, como por exemplo sindicatos públicos, ou os contratistas do cobre de Codelco, porque nestes outros setores e sindicatos não se levam adiante as mesmas políticas que aqui resultaram úteis para os objetivos da luta dos trabalhadores como a unidade sindical e levantar uma reivindicação comum de demandas?
Isto se explica pela decisão, pela disposição da luta, e o ânimo combativo dos trabalhadores de base mobilizados e convencidos de quão justas são suas demandas, mais ainda, da possibilidade de obtê-las. A força dos trabalhadores de base mobilizados se pode ver em dois fatos por todos conhecidos. O primeiro, que ao conhecer-se o fracasso da negociação do dia 3 de abril, sem a presença dos dirigentes presentes na mesa de negociação, os trabalhadores decidem por si mesmos aumentar a pressão - uma decisão que é válida -, tomando-se a estrada 160. O segundo fato, que os dirigentes, para a negociação final, anunciam que devem solicitar na Assembléia do dia 7 de maio, poderes para poder fechar as negociações.
Esta disposição à luta obriga a superar a divisão de divisões que a classe patronal impões ã classe trabalhadores para debilitá-la: a subcontratação e todas as formas de flexibilização, instalando - sem nenhum necessidade econômica que o justifique salvo sua sede de lucros insaciável - uma divisão entre trabalhadores de primeira e de segunda. A classe patronal quer avançar e impor esta forma de exploração a toda a classe trabalhadora, com um projeto país que desde estas páginas temos chamado de "Chile Precário". Os trabalhadores florestais demonstraram que é possível impedir o avanço deste plano da classe patronal. Já os trabalhadores contratados da Codelco vêm caminhando no mesmo caminho. Como dissemos aqui, estava colocado o avanço a um único movimento dos trabalhadores contratados, que unam suas forças com os trabalhadores em uma única organização nacional de toda a classe trabalhadora.
O que fica colocado é a necessidade de uma nova política sindical, não ficar livre a que os dirigentes se vejam empurrados a responder bem diante da pressão eventual dos trabalhadores de base mobilizados. Uma nova política sindical que avance na construção de sindicatos unidos por trás de uma política sindical classista, democrática e combativa, baseados na democracia direta dos trabalhadores: com sindicatos baseados em corpor de delegados, que possam integrar o diretório sindical e informa a base de todas suas discussões, com a assembléia como orgão máximo resolutivo para poder decidir sobre todas as questões de importância. Assim, recuperar a CUT, que hoje está cogovernada pelo PS de Arturo Martinez e o PC - como ferramenta para a defesa de nosso direitos e interesses, desplazando os dirigentes do diálogo social estéril, unindo a todos os sindicatos, fortalecendo a toda classe trabalhadora, suas organizações, greve e mobilizações.
E assim, preparar-se para as próximas lutas. Se inicia ao fim desta nota, uma paralisação dos trabalhadores contratados da Codelco, que já vinha anunciando há semanas. Porque, se também dirigem ali a Concertación e o PC, não se avançou a uma luta unida dos trabalhadores contratados do cobre e florestais. Se inicia a discussão parlamentaria da negociação coletiva, não se deixou passar uma oportunidade a favor dos trabalhadores de que se sancionara uma negociação coletiva que favoreça os interesses e direitos dos trabalhadores? Porque o projeto do Governo, com as modificações que quer introduzir a direita, que sempre está contra os trabalhadores além de suas declarações, favorecerá a classe trabalhadora? Já o Ministro do Trabalho anunciou que se impulsiona pra fortalecer a capacidade negociadora dos sindicatos, mas também para que se possa pactar a tão ansiada pelos patrões: flexibilidade laboral.
É hora de prepararmos para unir nossas lutas, por:
– Uma negociação coletiva que beneficie os trabalhadores será aquela que seja por ramo da produção, que assegure o direito efetivo a greve, sem substituições, sem demissões pela necessidade da empresa nem nenhuma práticas anti-sindical. Se se amputa algo de tudo isto, tão somente servirá a los fins patronais.
– A unidade dos trabalhadores contratados, para avançar a uma demanda nacional com mobilização pelo fim da subcontratação, demandando a apssagem da planta permanente a todos os trabalhadores, com trabalho igual, iguais salários e direitos. Os trabalhadores da planta, permanentes, devem tomar esta demandas em suas mãos, unindo-se em uma só força.
– Um aumento geral de salários, com o salário mínimo igual ã canasta familia estima em 360 mil pesos. Para estas disucssões que se aproximam, toda a classe trabalhadora pode ahora apoiar-se no triunfo dos florestais, e com esta lições queremos contriubuir a fortalecer-se ainda mais.
- 4 de Maio:
Diante do assassinato de um trabalhador florestal nas mãos de carabineros, primeiro mártir operário trás a volta a democracia.
– Basta de violência policial!
– Que a CUT convoque já uma paralisação Nacional com mobilização de repúdio!
– Basta de repressão aos que lutam!
– Viva a luta dos trabalhadores florestais.
Os trabalhadores florestais de Arauco vem em paralisação e mobilização por um direito básico: que lhes aumentem os salários. Alguns têm um salário base de apenas 40 mil pesos por mês, enquanto que um dos gerentes máximos pode ganhar 100 milhões de pesos por ano.
A intransigência empresarial os obrigou a mobilizar-se, depois de semanas de negociações. Os trabalhadores tão somente recorreram a seus métodos: a paralisação e a mobilização. A resposta dos empresários e seus políticos da Concertación e a direita foi uma verdadeira ocupação policial da zona.
As demandas básicas e justas opõe ã violência policial
É assim então que, a somente dois dias do 1° de maio, a feroz repressão desatada pelos policiais acaba de terminar com a vida de um jovem trabalhador florestal de 26 anos, pai de dois filhos, na província de Arauco, e a detenção de vários dirigentes e trabalhadores.
Os policiais justificaram a repressão pelos “abusos” que haviam provocado os trabalhadores florestais, e o governo, a direita e os empresários, tentam apresentar essa morte operária como "ajustada ao direito", uma resposta dos policiais para fazer cumprir a lei e a ordem. O certo, é que a ocupação policial da zona representava uma permanente hostilidade provocadora, e isso, empurra para responder ao trabalhador. Mas os trabalhadores recorrem a seus próprios métodos, a paralisação e a mobilização.
A morte deste trabalhador florestal é um ataque a todos os trabalhadores e o povo pobre de nosso país!, e mostra mais uma vez que o governo da Concertación e a direita, junto aos policiais, são os capachos dos sagrados interesses da propriedade privada dos empresários, neste caso de Bosques Arauco, do grupo Angelini, que teve lucros maiores que 619 milhões de dólares no último ano.
Com o assassinato deste trabalhador, o primeiro operário morto por lutar em defesa de seus direitos, a democracia para ricos da Concertación e a direita, tem produzido o primeiro mártir operário do século XXI. Não é o resultado das lutas. É o resultado de suas políticas de responder com a violência policial ás manifestações e lutas em defesa de nossos direitos e interesses. Já antes se havia custado a vida do estudante Daniel Menco, e o mapuche Alex Lemún.
É necessário que a CUT convoque já uma paralisação nacional com mobilização em repúdio ã violência policial e ã repressão aos que lutam.
Basta de repressão aos que lutam! Não podemos deixar impune a morte deste trabalhador! Por uma mobilização contra a repressão convocada pela CUT, organizações sindicais e estudantis, organizações de direitos humanos e partidos de esquerda.
Viva a luta dos trabalhadores florestais, pelo cumprimento de todas as suas demandas!
Clase contra Clase
4 de mayo de 2007
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Leia também a declaração de Clase contra Clase sobre a greve ¡Viva a paralização indefinida dos trabalhadores florestais!