1° de Maio classista, combativo e internacionalista
Construa com a LER-QI este ato de 1° de maio da Praça da Sé
23/04/2010
Há bastante tempo as duas principais centrais sindicais do país, a CUT e a Força Sindical, não organizam atos de 1° de maio ligados à luta dos trabalhadores e sim grandes festas com distribuição de prêmios e com a presença de celebridades. Para a Força Sindical, uma central que já nasceu atrelada aos patrões, os atos de 1° de maio sempre foram grandes festas. Já para a CUT isso significou uma ruptura com seu passado combativo, quando, apesar da linha coorporativista e de conciliação de classes da sua direção petista desde a sua fundação em 1983, buscava organizar atos de luta no 1° de maio.Também a CTB (dirigida pelo PCdoB), outra central que apóia o governo Lula, está preparando suas festas para o 1° de maio.
Em 2010 as festas da CUT e da Força Sindical em São Paulo e no ABC terão um ingrediente a mais. Ambas as centrais, junto com outras menores, estão convidando o presidente Lula e sua candidata Dilma para participarem dos seus atos. Elas buscam ser consequentes com o apoio formal dado ã candidatura de Dilma ã presidência, transformando o 1° de maio num palanque eleitoral de apoio a Lula e aos seus aliados burgueses.
Uma data que deveria servir para organizar e impulsionar a luta dos trabalhadores, que é a melhor homenagem que poderíamos prestar aos mártires de Chicago – os trabalhadores que foram condenados ã morte nos EUA por participarem de uma greve geral pela jornada de 8 horas e que deu origem ao 1° de maio – é transformada assim numa manifestação de apoio das organizações operárias a candidatos e partidos burgueses.
Venha ao primeiro de maio com a LER-QI para gritarmos Fora a burocracia! Recuperar os sindicatos e eleger novos dirigentes combativos nas fábricas, empresas e escolas.
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Pois é isso que Lula se tornou o principal representante da burguesia brasileira, que não só enriqueceu (ele tem muito dinheiro investido em títulos da dívida pública e lucra com os aumentos de juros do Banco Central como todos os banqueiros), como enche a boca para falar que “nunca nesse país” os banqueiros e industriais lucraram tanto. E não é a toa que lucraram tanto, pois a maioria dos milhões de empregos criados no governo Lula são empregos precários, que pagam um salário de fome, com os trabalhadores sofrendo a pressão constante da alta rotatividade que a patronal se utiliza para manter os salários num nível muito baixo. Enquanto isso os trabalhadores, apesar dos programas assistenciais do governo e dos pequenos aumentos do salário mínimo, continuam vivendo na miséria e sofrendo com as enchentes, com a violência policial no campo, nas periferias e favelas, com o caos da saúde publica, com as epidemias, com a superexploração e outros males que em nada foram melhorados durante os oito anos de governo Lula e que não melhorarão em nada com Dilma na presidência. Os trabalhadores não temos nada a festejar com nossos exploradores. Vamos juntos num 1° de maio de independência da classe trabalhadora, sem a participação dos patrões e seus governos.
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Por atos de 1° de maio classistas e anticapitalistas
Nesse 1° de maio defendemos a organização de atos classistas que levantem as reivindicações dos trabalhadores e do povo pobre brasileiro, que se solidarizem com as lutas dos trabalhadores em todo o mundo nesse momento de crise capitalista e que denunciem como as candidaturas de Dilma e Serra partem de um denominador comum: a defesa dos interesses burgueses e que, por isso, não devem ser apoiadas por nenhuma organização operária.
Defendemos atos de 1° de maio que denunciem que as tropas brasileiras estão no Haiti junto com as tropas dos EUA e da ONU para manter a dominação imperialista sobre o povo desse país, para evitar que ele se organize para defender sua soberania e seus interesses.
Defendemos atos que coloquem em primeiro plano a luta: pela retirada das tropas brasileiras, da ONU e dos EUA no Haiti! Em defesa do povo cubano contra a nova ofensiva imperialista e que defendam o que resta das conquistas da revolução ameaçadas pelo avanço das medidas restauracionistas da burocracia castrista.
Defendemos atos de 1° de maio que se coloquem na linha de frente de uma ampla campanha em defesa das vítimas das enchentes no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, não só encabeçando uma campanha de solidariedade mas principalmente exigindo uma política de obras públicas e de reforma urbana radical que ponha fim aos mortos em enchentes e desabamentos.
Queremos atos que defendam o direito dos trabalhadores e do povo pobre ã saúde e educação, o que só pode ser conseguido deixando de pagar a divida externa e interna aos capitalista, acabando com o vestibular e estatizando as universidades e hospitais particulares.
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Defendemos atos em que se coloquem concretamente em defesa das camadas mais exploradas dos trabalhadores, atos que sejam uma trincheira da luta para unificar as fileiras da classe operária que durante a ofensiva neoliberal foi dividida em várias partes, entre trabalhadores com carteira assinada e informais, entre efetivos e terceirizados, entre empregados e desempregados. Para unificar a nossa classe precisamos colocar no centro do nosso programa a reivindicação de efetivação de todos os terceirizados, do fim do trabalho informal, da divisão das horas de trabalho para acabar com o desemprego e de um salário mínimo que atenda as necessidades de uma família para acabar com os salários de fome pago pela maioria das empresas.
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Para expressar esse conteúdo classista, de luta contra a patronal, os governos capitalistas e a burocracia sindical, os principais oradores nos atos do 1° de maio deveriam ser os trabalhadores e estudantes combativos, classistas e revolucionários. Em São Paulo, por exemplo, os professores da rede estadual, os funcionários das universidades estaduais e outros setores deveriam se expressar no carro de som.
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Para concretizar essas demandas a LER-QI, junto com trabalhadores e estudantes independentes, ao lado as companheiras organizadas no Grupo Pão e Rosas, vai organizar um ato no 1° de maio da Praça da Sé. Um ato que levantará essas demandas a partir de trabalhadores de várias categorias,como funcionários da USP, professores, metroviários, trabalhadores da Sabesp, metalúrgicos, entre outras, além de estudantes de várias universidades do estado de São Paulo. Convidamos os companheiros que conosco constroem o Movimento Classe contra Classe a construir conosco este importante ato classista e internacionalista. Com esse ato queremos nos diferenciar do restante das organizações de esquerda (PSOL e PSTU) que assinam a convocatória junto com a Conlutas, Intersindical, Pastoral Operária e outros setores da hierarquia da Igreja Católica (incluindo seus bispos que hoje estão questionados diante das denúncias de pedofilia), sem colocar como eixo a luta contra a burocracia sindical atrelada ao governo Lula e ã patronal nem pela retirada das tropas brasileiras do Haiti. Um ato a serviço dos acordos com a hierarquia clerical, por fora de todos os interesses dos trabalhadores e da juventude.
Nós, ao contrário, vimos o 1° de maio como continuação da luta classista que travamos no dia a dia, e em nosso ato quem terá a palavra são os trabalhadores, os professores combativos e os estudantes que estão contra a burocracia sindical, os governos burgueses, em defesa da libertação do Haiti e das conquistas da Revolução cubana.
Após nosso ato na Praça da Sé nos reuniremos para confraternizar na CASA SOCIALISTA KARL MARX Praça Américo Jacomino, 49 Estação Vila Madalena do Metrô.