FT-CI

Conferência internacional da Fração Trotskista - Quarta Internacional

Crises econômicas, luta de classes e as tarefas dos revolucionários

22/08/2013

Em 18 de agosto iniciou-se, em Buenos Aires, uma nova Conferência da Fração Trotskista – Quarta Internacional (FT-QI). A FT-QI é a organização internacional da qual faz parte o Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) da Argentina junto a distintas organizações da América Latina e Europa. Na conferência participarão companheiros e companheiras que vem intervindo ativamente dos principais processos de luta de classes. A Liga Estratégia Revolucionária - Quarta Internacional (LER-QI), que participou das mobilizações contra o aumento das tarifas e da recente paralisação de 11/7. O Partido dos Trabalhadores Revolucionários (PTR) do Chile, que é parte da combativa juventude que busca barrar o sistema educativo e a herança do Pinochetismo buscando laços até o movimento operário. A Liga Operária Revolucionária (LOR-CI) da Bolívia, que é parte do processo de conformação do IPT. A Liga dos Trabalhadores pelo Socialismo (LTS) do México, que participou do yosoy132. A Corrente Comunista Revolucionária (CCR) da França que luta contra o curso liquidacionista da direção do NPA. Também participará o grupo Classe contra Classe (CcC) do Estado Espanhol, e o grupo RIO da Alemanha, a Liga dos Trabalhadores pelo Socialismo da Venezuela, a Liga da Revolução Socialista (LRS) de Costa Rica e militantes da FT no Uruguai. Nesta primeira reportagem conversamos com Pablo Oprinari da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo (LTS) do México e Guillaume Loïc da Corrente Comunista Revolucionária (CCR4) no NPA da França, para que nos contem sobre a preparação da conferencia e os temas centrais que irão discutir. Nos próximos números de “La Verdad Obrera” e nas páginas da web do PTS e da FT seguiremos publicando notas e reportagens sobre as discussões que forem realizadas e as conclusões desta conferencia internacional www.pts.org.ar - www.ft-ci.org

LVO: Quais debates serão abordados na Conferência da FT-QI?

Pablo: Durante toda a semana abordaremos questões que são cruciais para os marxistas, como é a dinâmica e as perspectivas de uma situação internacional que, a sete anos do início da crise econômica, tem mostrado importantes processos da luta de classes, como expressou desde 2011 a primavera árabe até os acontecimentos recentes no Egito e na Turquia. Logo abordaremos a situação na Europa, um dos continentes mais atingidos pela crise e onde os planos de austeridade da burguesia despertaram também, nos últimos anos, importantes processos de mobilização e politização na classe operária e na juventude, como se viu na Grécia, França, Bulgária, e na Espanha. Também a situação na América Latina merecerá uma importante discussão, pelos acontecimentos políticos dos últimos meses, e pelas possibilidades que nos abrem para confluir com a vanguarda operária e de juventude.

Como parte desta discussão será abordado o balanço das recentes eleições na Argentina, o resultado obtido pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) e os importantes desafios que se abrem na luta de classes por construir uma organização revolucionária cada vez mais ancorada na classe operária e na juventude combativa deste país. Por último, um dos pontos centrais da conferência é como nós marxistas, nos colocamos a par com esta situação e lançamos uma política ofensiva não apenas para construir grupos nacionais, como também, para dar passos decididos na reconstrução da Quarta Internacional. Cremos que essa Conferencia é um evento importantíssimo que reúne nossa corrente, e as resoluções que nela surgirem são de uma grande importância para toda nossa militância e para a construção de organizações revolucionárias a nível nacional e internacional.

LVO: Vocês disseram que irão discutir a situação na América Latina que tem sofrido algumas mudanças no último período. Quais análises fazem destas mudanças?

P: Uma característica fundamental é que, desde fins de 2012 até hoje, começaram a pisar forte, com sua ação, batalhões importantíssimos da classe operária latino americana. Este é um elemento da maior importância para a análise e a política dos revolucionários. Me refiro as paralisações de 11/7 no Brasil e no Chile, os eventos de maio na Bolívia, e o que se expressou na paralisação de 20N na Argentina. Mesmo que esta participação do proletariado ainda seja incipiente, não nos deve fazer perder de vista que o gigante operário sul-americano – que tem uma grande tradição de luta atrás de si – está se pondo em movimento, apesar das direções sindicais corruptas e burocráticas. Neste sentido é que dizemos que a região começa a colocar-se em sintonia com os processos da luta de classes que despontam no Egito, Europa, ou na Turquia.

Outra questão importante a ser considerada nos processos que percorrem a região, é que esta irrupção operária dá-se como parte de mobilizações mais heterogêneas, onde participam de forma destacada setores da juventude, o movimento estudantil e as classes médias, as quais enfrentam tanto governos claramente neoliberais (como no Chile, ou no México com o #yosoy132) como a outros setores que são de corte pós-neoliberal e “progressista”, que mostram assim um desgaste e perda de base social entre os setores populares. Tudo isso levanta a importância de que a classe operária não somente participe dessas mobilizações, como também, que seja capaz de soldar e encabeçar uma poderosa aliança com o conjunto dos setores populares, em torno a um programa que de resposta ao conjunto das demandas.

É fundamental para nós, considerar que em muitos destes países nossa corrente está presente, e que as organizações da FT, como na Bolívia, Brasil, e Chile, participamos das mobilizações com uma perspectiva revolucionária, combatendo a influência das distintas correntes burguesas e do próprio reformismo. Somos parte ativa destes processos, e por isso é que na discussão abordaremos as perspectivas e os desafios que nós marxistas revolucionários temos neste novo cenário da luta de classes.

LVO: Uma das discussões será sobre a situação na Europa. Conte-nos brevemente qual é a situação atual.

Guillaume: A Europa tem a especificidade de estar desde o ano de 2010 no epicentro da crise capitalista. Nos países como Grécia, ou Portugal, o nível de vida dos trabalhadores e dos jovens já tem conhecido uma mudança qualitativa e a miséria se instalou como um fenômeno cotidiano.

A taxa de desemprego no Estado Espanhol supera agora 26%, e chega ao 55% entre os jovens. Na França está em cerca de 11%. Para esta realidade é preciso somar as tensões dentro dos países europeus. Tanto entre o centro imperialista, encabeçado por Merkel na Alemanha, e os países periféricos que sofrem os recortes e privatizações, como entre França e Alemanha por ver quem decide a política frente a crise. A realidade é que é o projeto europeu burguês (concretizado na União Europeia), e sua legitimidade frente as massas, foi fracassado. Eu tenho 24 anos, e minha geração, os filhos dos ´90 e do triunfalismo burguês, agora, sabemos qual é o futuro que nos prepara o capitalismo.

Se bem que, por agora, a luta de classes foi principalmente contida pelos governos e pela burocracia sindical, pudemos ver grandes ações como na França em 2010, em Portugal (onde o governo foi obrigado a retroceder em um dos recortes), ou na Bulgária com a queda de um governo pela mobilização popular (também vimos greves gerais enormes na Grécia e ações em outras partes do continente). Junto a estas ações começamos a ver o desenvolvimento de crises políticas importantes. No Estado Espanhol, o escândalo pelo financiamento ilegal do partido do governo respinga no próprio presidente Rajoy. Na França, o enorme escândalo Cahuzac (ex ministro de orçamento de Hollande), que está acusado por fraude fiscal, desvio de dinheiro e de ter cobrado comissões ilegais. Também na Europa do Leste, sobretudo na Eslovenia e Bulgaria, vimos milhões de jovens e trabalhadores mobilizar-se contra a “máfia” que dirige o país. No calor da crise, os regimes das burguesias europeias começam a se questionadas. Por ora, a esta deslegitimação não corresponde um salto subjetivo qualitativo da classe trabalhadora europeia. Desta situação se alimenta o desenvolvimento de fenômenos políticos de extrema direita, como os neofascistas da Aurora Dourada na Grécia, ou dos populistas da Frente Nacional na França. Também se recompõem mediações reformistas como a Frente de Esquerda (Front de Gauche) na França e Syriza na Grécia, como expressão de uma recomposição inicial do movimento de massas, mas também como novos dispositivos de contenção frente a combatividade das massas.

Porém, um elemento central da situação é que sempre se vê a presença de uma vanguarda operária, que por ora não tem organização ou um programa consciente. Vimos isto na França com as importantes greves do início de 2013, e seguramente esta vanguarda seja um ator na provável luta contra a nova reforma reacionária do sistema de aposentadoria nos próximos meses. A chave é lutar por um partido revolucionário de combate, decidido a ligar-se com esta vanguarda e também com os setores estudantis mais radicais, defendendo a independência política e discutindo um programa para que a crise seja paga pelos capitalistas.

LVO: Acaba de acontecer na Grécia o acampamento juvenil organizado pela corrente internacional da qual fazia parte a ex LCR (da França), na qual vocês participaram por serem militantes do NPA. Você poderia nos contar os debates mais importantes que ocorreram lá?

G: Foi uma semana de intensos debates e discussões políticas entre jovens de vários países do mundo. Cada dia se organizavam atividades e debates em torno a vários temas como por exemplo a crise do sistema capitalista, o papel dos jovens e da classe operária na revolução, feminismo e questões LGBTI, ecologia, anti-fascismo e anti-racismo e no último dia o debate girou em torno de qual deve ser a estratégia para os revolucionários hoje em dia. Ademais destes debates temáticos, houve um grande leque de discussões que atravessaram todo o acampamento e que reflete uma discussão de grande relevância em curso no seio desta corrente internacional. Há que militar dentro de organizações reformistas como Syriza na Grécia ou Front de Gauche na França, ou é necessário construir organizações independentes?

Na verdade, estes debates se levantam como produto das crises de projetos de partidos amplos como o NPA e inclusive a raiz das tensões, de conhecimento público, que ocasionou o fato de que a direção majoritária desta corrente internacional tenha chamado a apoiar Syriza nas últimas eleições, inclusive contra a política de sua seção grega que é parte da coalizão anticapitalista Antarsya.

Junto com os companheiros de CCR do NPA da França, nós cremos que é necessário construir organizações revolucionárias independentes que em meio a esta crise capitalista mundial e o ascenso de variantes de extrema direita e até neofascistas como na Grecia com Aurora Dourada, sejam capazes de levantar uma perspectiva revolucionária clara que diga sem medo que a única maneira de terminar com o desemprego e a miséria é que os trabalhadores e os jovens se organizem para lutar decididamente contra os patrões exploradores e seus governos e que sobre a base da destruição deste sistema capitalista em crise que já não tem nada a oferecer, busquem colocar de pé uma sociedade sem exploração, nem opressão.

LVO: Vocês nos diziam que a conferência da FT vai discutir uma política internacional ofensiva. Conte para nós um pouco.

P: Ao princípio dizíamos que estes anos não somente foram os da crise capitalista, como também, em outros momentos da história do século XX, começamos a ver importantes mobilizações e a irrupção incipiente de distintos destacamentos do movimento operário. Em um dos documentos que discutiremos na conferência, dizemos que estes acontecimentos – e em particular a emergência da classe operária no Egito, Grécia, Argentina, Bolívia, e Chile, apagam de uma vez o que tanto intelectuais e jornalistas a mando da burguesia diziam a respeito da morte da classe operária. E mais, podemos dizer que o que estamos vivendo hoje é o início de um processo de recomposição da ação e da consciência da classe operária, que não será fácil, já que os trabalhadores deverão superar o peso das derrotas do passado e da ação das direções burocráticas e reformistas. Isto faz com que seja de máxima atualidade discutir como nos preparamos e avançamos na construção de partidos de trabalhadores revolucionários e na reconstrução da IV Internacional. Aqui é importante pontuar que na FT nosso método é contrário a autoproclamação que outras corrente que se dizem trotskistas sustentam ao autodefinir-se como “a” IV Internacional. Pensar que a construção de partidos revolucionários e de uma nova internacional vai surgir do desenvolvimento evolutivo de alguma das correntes atualmente existentes é não entender a magnitude da tarefa que temos pela frente.

Para nós necessariamente surgirão como resultado da fusão com as alas esquerdas das organizações trotskistas e dos setores da vanguarda operária e juvenil que, ao calor da crise, orientem-se até a perspectiva da revolução social. Por isso, como um dos pontos centrais da conferencia vamos discutir uma proposta política, que expressaremos em um manifesto, dirigida para estes setores, no intuito de abrir a discussão sobre as questões fundamentais do programa e da estratégia revolucionária que se colocam na atualidade para avançar nesta perspectiva.

A situação no México e a política da LTS

LVO: Você pode nos contar da situação no México e o trabalho que estão fazendo desde a LTS?

Pablo: Durante 2012 surgiu um importante movimento de juventude – o #yosoy132- que questionou um regime político reacionário, e se mobilizou contra a volta do governo de PRI, partido que governou o México durante 70 anos. É importante ressaltar que, ainda que o #yosoy132 retrocedeu depois da posse do novo presidente priista, Enrique Peña Nieto (EPN), este movimento foi um divisor de águas que marcou um processo de despertar político na juventude mexicana – na qual participamos desde a LTS e a Juventude Anticapitalista Socialista e revolucionária, que impulsamos junto a jovens independentes -, que estão em sintonia com o que vimos nos Occupys na Europa, a juventude chilena e brasileira, e no Estado Espanhol.

Neste 2013 o PRI, apoiando-se no “Pacto pelo México”, realizou acordos com os outros dois partidos burgueses (o PAN e o PRD), avançando com várias reformas anti-operárias, como a educativa. Apesar do descontentamento existente, isto encontrou pouca resistência pela ação das direções sindicais, com exceção do magistério, que protagonizou vários meses de mobilizações constantes. Porém, o recente anuncio de uma reforma energética que prepara uma entrega do petróleo as transnacionais, gerou descontentamento e se anunciam próximas ações de protesto.

Desde a LTS estamos chamando a mais ampla mobilização contra a entrega da PEMEX, e levantamos um programa que propõe a renacionalização de todas as áreas concessionadas ao capital estrangeiro sob controle de seus trabalhadores.

É importante que o desenvolvimento de setores politizados da juventude e o descontentamento com o governo abre novas e melhores condições para a construção de uma organização revolucionária. Expressão disto é que a LTS acrescentou em suas fileiras muitos jovens e trabalhadores que despertaram para a vida política em 2012.

Recentemente, sofremos a prisão de vários de nossos militantes, e lançamos – junto a FT – uma grande campanha internacional que conquistou a liberação e pela qual alcançamos importante repercussão no país.

Mas isto não é o suficiente. Estamos discutindo uma orientação audaz e ofensiva em todos os terrenos – que inclui também conquistar a legalidade política nacional como organização – buscando, a partir do crescimento alcançado e da política que impulsamos dia a dia no movimento operário e estudantil, dar passos mais acelerados na construção de uma grande organização revolucionária, que tenha alcance nacional e que atraia novos setores da juventude e dos trabalhadores.

LVO: Faz uns poucos meses que Raúl Gogoy realizou um giro internacionalista pela Europa. Você pode nos contar como viveram isso na França.

Guillaume: A viagem de Raúl significou para nós uma atividade internacionalista enorme. A razão é que na França há um sentimento importante de desconfiança na classe operária, e de desmoralização, que toca também a esquerda, então Raúl aparecia como um símbolo muito a contracorrente para os ativistas, jovens e operários com os que esteve. Ademais de um ato onde participaram mais de 170 pessoas, ele foi convidado para a assembleia de greve de Peugeot-Aulnay, uma fábrica importante onde os trabalhadores estavam lutando contra o fechamento, e também pelos trabalhadores da Goodyear.

Mas além da emoção que se viveu nestes encontros, sua viagem foi importante para que um setor da vanguarda da França, conheça a experiência da luta de classe que Zanon constitui. Em realidade, Zanon, o controle operário e a figura de Raúl geraram discussões programáticas centrais no contexto francês, onde a esquerda há anos se nega a defender um programa de independência de classe nos sindicatos, e se adapta a consigna de lutar por indenizações, no lugar de defender os postos de trabalho com a ocupação, colocando a produção sob controle operário, frente as tentativas de fechamento de fábricas pelas patronais. Essa foi a posição do Lutte Ouvrière como parte da direção da greve de Aulnay. Nunca vou esquecer a impressionante fraternidade, e o interesse dos grevistas de Aulnay por Raúl. Creio que este interesse tem a ver com a perspectiva e o programa que exemplifica nosso companheiro e a luta de Zanon.

14/08/2013

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