Campanha internacional
Fora as tropas da ONU do Haiti
01/09/2008
No dia 1° de junho de 2004 tropas argentinas, uruguaias e chilenas (entre outras) lideradas pelo Brasil, ingressaram no Haiti como uma força de ocupação, mandada pela ONU. Apesar dos esforços dos governos Lula, Cristina Kirchner ou Evo Morales para fazê-la passar por uma “missão de paz” com “objetivos humanitários”, nestes 4 anos, as tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), demonstraram que seu verdadeiro objetivo não é nada mais que sustentar o débil governo de René Preval, uma vez que atuam com “poder de polícia” perseguindo e reprimindo os trabalhadores e o povo haitiano.
Estes governos que se dizem “progressistas” cumprem, com o aval dos imperialismos europeus, um estrito papel de retaguarda a pedido dos EUA, deixando as tropas norte-americanas para a ocupação no Iraque e Afeganistão.
Com a desculpa de combater as gangues criminosas e “garantir a ordem”, as tropas da MINUSTAH levaram adiante verdadeiros crimes de guerra perpetrando massacres brutais contra o povo haitiano, deixando dezenas de mortos e centenas de feridos como nas reiteradas ofensivas a bairros populares de Cite Solieil na periferia da capital. As tropas brasileiras, argentinas, uruguaias e bolivianas têm sido acusadas por atos ilegais, torturas e abuso sexual contra mulheres e crianças dos bairros mais pobres, enquanto que cumprem uma função coordenada na repressão interna junto a Policia Nacional Haitiana (PNH).
Ante os levantamentos contra a escalada inflacionária dos alimentos em abril deste ano, a MINUSTAH atuou como verdadeiro braço armado na defesa do governo de Rene Preval, enquanto os manifestantes nas ruas pediam sua renúncia.
Da mesma forma, as tropas de Lula, Kirchner, Evo, Bachelet e Tabaré perseguem e reprimem os trabalhadores que tentam se organizar contra as terríveis condições trabalhistas impostas pelas multinacionais nas 18 zonas francas, onde existe um regime de trabalho semi-escravo, com jornadas de trabalho de 12 ou mais horas. Estas mesmas tropas que hoje se encontram ocupando o Haiti são as que estão se preparando e treinando para atuar em seus próprios países.
Desde a Fração Trotskista - Quarta Internacional, denunciamos a hipocrisia dos governos latino-americanos que encobrem esta verdadeira ocupação militar a pedido dos EUA e dos imperialismos europeus, por trás da desculpa de uma “missão humanitária”, ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com as justas lutas dos trabalhadores e do povo haitiano. Por este motivo a FT-QI votou em sua V Conferencia impulsionar uma campanha internacional pela retirada imediata do Haiti das tropas argentinas, brasileiras, bolivianas chilenas e uruguaias. Fazemos um chamado para a realização de uma campanha comum, coordenando ações neste sentido, em especial a correntes que se reivindicam do trotskismo como a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT), dirigida pelo PSTU brasileiro, que já tem realizado atividades pelo Haiti e a CRCI, encabeçada pelo PO argentino, entre outras.
– Fora as tropas da ONU do Haiti
– Que as organizações sindicais e de massas dos países envolvidos tomem em suas mãos a reivindicação pela retirada imediata das tropas
- Solidariedade com as lutas dos trabalhadores e do povo haitiano
– Fora ianques da América Latina