FT-CI

Terremoto no Chile

Logo da catástrofe natural, o desastre social

28/02/2010

1. Aproximadamente ás 3:30 hs da madrugada do dia de ontem, produziu-se um dos mayores desastres naturais da história do país e o quinto na história mundial, somente comparável no Chile ao terremoto de Valdivia de 1960. Este desastre, com um terremoto de quase 9 graus na zona centro-sul da V ã IX Região, tsunamis e inumeráveis réplicas posteriores, levaram ao governo a decretar esses setores como “zonas de catástrofe”, e tem mobilizado a todos os efetivos governamentais começando a avaliar um plano de “reconstrução nacional” porque tras a catástrofe natural, emerge a crise social na que se encontram milhões de famílias trabalhadoras e pobres.

2.- Segundo palavras do ministro do Interior, o democrata-cristão (DC) Raimundo Pérez Yoma, a situação que está se vivendo em grande parte do país é um “cataclisma com proporções históricas”. Ja são mais de 300 mortos como cifra oficial e mais de uma centena de desaparecidos e nas próximas horas serão contabilizados muitos mais. É que a situação é verdadeiramente catastrófica para os setores operários e populares como mostra o número de “1,5 milhões de moradías com algúm nível de dano e 500 mil com danos severos”. Fala-se de cerca de 2 milhões de famílias do povo trabalhador danificadas”.

3.- Centena de milhares de casas, prédios e apartamentos se derrubaram, e outros tantos milhares nos bairros mais pobres pobres encontram-se com riscos estruturais e em situação de derrubamento. A situação em hospitais não é menor: o hospital de Maule encontra-se em uma crise estrutural pelo desastre. O hospital regional de Araucanía foi despejado frente ao perigo de derrubamento. A situação é parecida nos hospitais públicos de Concepción, Tomé e nas provincias do centro-sul do país. Em Lampa 3 industrias de plásticos pegaram fogo formando uma nuvem química que levou a municipalidade de Lampa a tentar evacuar o bairro, e que está se expandindo a outros bairros como Quilicura. O metrô de Santiago esteve fechado. Muitas lojas comerciais também. O fornecimento de elétrico e de água potável, enquanto foi reestabelecido em umas horas para a classe patronal, ainda não chega a numerosos bairros operários e populares que continúam desabastecidos destes serviços.

4.- Se bem toda a imprensa nacional e mundial tem seus olhos em cima do terremoto e as calamidades socialis que ele provocou, mostrando as palavras de ajuda do imperialismo norteamericano e uma série de países da Europa e da América Latina e a mobilização do governo, silencíam com total cumplicidade com as classes patronais e seus políticos, que as conseqüências sociais que estão asolando caóticamente aos trabalhadores e ao povo pobre, não são em nenhuma medida questões “naturais”, mas o subproduto dos múltiplos negócios urbanos e habitacionais da classe capitalista com os partidos patronais do governo concertacinista e a oposição direitista que iniciaram desde a ditadura e tem se aprofundado nos 20 anos da transição pactuada.

5.- Grande parte dos prédios derrubados havíam sido entregues no ano passado ou nestes anos anteriores. O mesmo ocorre em bairros populares de Santiago e ao sul do país. Durante a ditadura e os 20 anos de democracia para ricos, o desenvolvimento habitacional foi ás custas do financiamento do Estado aos empresários. Destinaram grande parte do orçamento do Ministério de Obras Públicas ao financiamento das grandes empresas construtoras e imobiliárias a través de inumeráveis subsídios. Com a carestia de moradía dos trabalhadores e do povo pobre fizeram milhonárias ganâncias ás custas de programas de moradía com as moradías PET a trabalhadores, ou o fraude das casas “Copeva”. A isto somam-se franquicias tributárias que permitem a evasão do imposto via construção de “moradias sociais” – verdadeiros fraudes de uso e habitação – além das rebaixas de impostos ás grandes empresas. Estes conglomerados capitalistas aproveitaram também junto ao negócio com os bancos privados – em cumplicidade com o Banco Central – os empréstimos creditícios, as hipotecas e ouros instrumentos de sobreendividamento das masas trabalhadoras para ter moradías para residir, e pagando taxas de juros totalmente usurárias para moradias em mal estado, como demonstra a luta ano tras ano dos devedores habitacionais endividados com os bancos e empresas construtoras e imobiliárias. É já conhecida a situação das moradias principalmente na zona centro-sul frento os meses de inverno da chuva, onde ano tras ano os governos de turno devem destinar complexos esportivos e outros imóveis como “moradia temporária” de milhares de casas com infiltrações e inundações. Este verdadeiro negócio habitacional não é uma causa natural, é o usufruto dos capitalistas sobre as massas trabalhadoras garantido pela Constituição pinochetista e pelo direito patronal de aproveitamento do terreno, o direito de “uso e habitação”. Inclusive, enquanto fizeram milhonários negócios, as construtoras não duvidaram em despedir centenas de milhares de trabalhadores da construção desde o início da crise mundial.

6.- Desde Clase contra Clase cremos que a situação catastrófica que estão vivendo as massas trabalhadoras e do povo pobre, só poderá ser resolvida integramente pelos próprios trabalhadores. A Concertação que mostra-se agora preocupada por estas calamidades sociais foi a cúmplice destes negociados que permitiram estas conseqüências. A direita foi a inventora direta destes planos na ditadura. O discurso de Piñera de enfrentar esta calamidade “com unidade nacional”, tenta esconder esta questão que está por trás das graves conseqüências sociais. Além disto, o porta-voz da direita, El Mercurio e Piñera sairam a denunciar situações de “pilhagem e delinqüência” em setores onde ocorreram saques e chamam a “reestabelecer a ordem pública”. Os trabalhadores devem denunciar esta manobra da direita, além de denunciar o seu papel junto ã Concertação como responsáveis da calamidade social que estão vivendo centenas de milhares de trabalhadores e do povo pobre.
A prefeita UDI de Concepción, capital da Região de Bio Bio, uma das zonas mais afetadas, adverte que ocorrerão saques, e reclama maior presença policial e inclusive do Exército. Frente ã fome e o desespero, muitos se viram empurrados a ingressar a supermercados para se abastecer. Não é repressão o que se necessita: em vez de pedir mais polícia e exército, a obrigação era prover as dramáticas necessidades sociais.

7. A CUT deveria encabeçar esta luta, brigando por um plano de reconstrução gestionado diretamente pelos trabalhadores e financiado pelo Estado e por impostos progressivos ás grandes empresas que se beneficiaram deste negócio ás custas da miséria dos trabalhadores. Além disso, este plano de reconstrução deve estar unido ã gestão operária e popular do racionamento de toda a ajuda e comida ás familias danificadas assim como de hospitais e serviços. Para isso é necessário um Encontro encabeçado pela CUT e organizações operárias, onde sindicatos, organizações do povo pobre, do movimento estudantil e da esquerda discutamos este plano, e que esta tarefa seja levada a cabo por Comitês operários e populares.

Clase contra Clase
28 / 02 / 2010

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)