Brasil
O primeiro de maio e a luta contra os ataques de Lula
03/05/2007
Bloco Classista
Neste primeiro de maio, a CUT e a Força Sindical transformaram o que deveria ser uma jornada de mobilização e protesto dos trabalhadores brasileiros contra os ataques do governo Lula e da patronal, numa festa de defesa do governo. Ambas as centrais sindicais participam diretamente, com ministérios, do governo Lula. A CUT tem um ex-presidente, Luiz Marinho, no ministério da previdência, encarregado de levar adiante a reforma da previdência exigida pelo grande capital. A Força Sindical tem um representante ligado a esta central no ministério do trabalho. Por isso o 1° de maio da CUT teve o desenvolvimento econômico e apoio ao PAC como temas centrais. A Força Sindical organizou suas festas com o tema diversionista de “O trabalhador e o meio ambiente”. Em ambas comemorações, que reuniram em São Paulo centenas de milhares de trabalhadores, as mobilizações que no último mês, em regiões centrais do país, deram primeiros passos importantes em enfrentar alguns dos principais ataques do governo e da patronal não se expressaram.
Os setores anti-governistas, a Conlutas e a Intersindical, organizaram atos em vários pontos do país, denunciando a posição da CUT e da Força Sindical, assim como os ataques do governo Lula. Em São Paulo, o ato organizado na Praça da Sé “Em defesa da aposentadoria, dos direitos sociais, sindicais e trabalhistas” reuniu cerca de três mil pessoas. O fato de que nós que estamos contra o governo Lula e seus ataques ainda não consigamos reunir dezenas ou centenas de milhares de pessoas mostra que temos um enorme desafio pela frente: arrancar da influência de Lula de da burocracia sindical a esmagadora maioria dos trabalhadores e trazê-los para a luta!
Nós da LER-QI, marchamos junto a Conlutas e a Intersindical neste primeiro de maio, com uma coluna organizada junto com os trabalhadores do Movimento por uma Tendência Sindical Classista e Socialista e com os estudantes do Movimento A Plenos Pulmões, além de companheiros do movimento negro e da Corrente Operária do PSOL. Juntos, conformamos uma coluna que chegou a aglutinar mais de 200 companheiros. Marcharam conosco trabalhadores de diversas categorias, como aeroviários, metalúrgicos, gráficos, Sabesp (saneamento básico), trabalhadores da USP e funcionários públicos do Incra, INSS e judiciário.
Através das consignas que cantamos, da fala que tivemos direito no ato e do material que distribuímos, propusemos que a Conlutas e a Intersindical levantem uma política de exigência e denúncia ás direções da CUT de da Força sindical que seja um motor para a mobilização de setores mais amplos das massas contra os ataques do governo Lula. Uma das consignas que cantamos dizia: “Contra a reforma trabalhista e sindical, contra a burocracia, o governo e a patronal, unidade, unidade dos trabalhadores, e a burguesia, que morra, que morra!”