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Brasil

SP: É preciso uma política classista para dar voz ao rechaço ã casta política

22/06/2013

No dia 20 de junho as manifestações que tomaram o país deram um salto, levando ás ruas cerca de 1 milhão de pessoas. Em diversas cidades, como no Rio de Janeiro e em Brasília, se expressou a raiva popular pelas péssimas condições de vida, e contra os privilégios e abusos descaradamente mantidos pela casta política que suga os recursos do país em benefício próprio. Reafirmamos que condenamos o coro feito por toda a mídia burguesa, e os representantes de seu estado, de qualificar os setores que expressam sua raiva como “vândalos” separando-os dos manifestantes. Portanto, nós como revolucionários, entendemos como esses atos expressam a raiva contra os governos petistas, tucanos e pemedebistas, que estão adiante da maioria das grandes cidades do país. E também que estas demonstrações de revolta mostram que a população começa a despertar do sonho vendido pelo governo e a burguesia de consumo a crédito, e do “Brasil potência”, e devolvendo através das manifestações nas ruas a raiva por viverem e sentirem na pele todos os dias o Brasil real: do trabalho precário, da repressão e da violência policial, do assassinato sistemático da juventude negra e dos pobres, e dos desmandos da de casta políticos dos partidos burgueses.

As organizações da esquerda estiveram presentes novamente, já que estão na luta desde o seu início, como o próprio MPL abertamente apartidário reivindicou em nota pública hoje. A LER-QI desde o começo impulsionou a luta combatendo não apenas pela redução das tarifas, mas por um programa de conjunto, que de fato possa resolver as demandas dos trabalhadores e da maioria da população. Levantamos nossa bandeira em defesa do passe livre para os jovens, trabalhadores desempregados, e aposentados. Pela estatização dos transportes coletivos, sob controle dos trabalhadores, que seja financiado pelos impostos progressivos ás grandes fortunas e pelo que hoje é gasto com a manutenção da casta parasita de políticos burgueses. Pelo fim da carestia de vida, impondo o salário mínimo do DIEESE, que sejam reajustados de acordo com o aumento do custo de vida. Para que cada funcionário do executivo, políticos e juízes ganhe o mesmo que um trabalhador médio. Com estas bandeiras marchamos na Av Paulista ontem. E é claro que estas demandas só podem ser efetivadas com a entrada em cena da classe trabalhadora como sujeito, em aliança com a ampla maioria da população explorada e oprimida. Seguiremos em luta por esta política, que é a única que pode dotar o movimento que cruza o país de uma estratégia dos trabalhadores, do povo e capaz de por abaixo esta casta de políticos que governam apenas para si mesmos e os ricos.

Em São Paulo o MPL havia convocado uma nova manifestação para comemorar a conquista da redução das tarifas. A mídia burguesa na voz da Rede Globo apresentou o ato de São Paulo como um “exemplo de ato cívico” por não ter havido confrontos com a polícia, ao contrário do ocorrido em cidades como o Rio de Janeiro e Brasília. Mas não foi assim. Um sentimento apartidário que se dirigia de maneira difusa e pouco consciente contra a política dos partidos burgueses de turno, foi instrumentalizado por setores organizados da direita. Grupos organizados de setores integralistas, neonazistas, e de ultradireita, que atacam homossexuais, negros e militantes da esquerda, que representam uma ínfima minoria dentre os que se manifestaram, se ligaram a outros setores que pediam a redução da maioridade penal, e incitaram uma ação hostil ás organizações de esquerda ali presentes, buscando promover um enfrentamento físico.

É preciso também saber separar o sentimento nacional dos trabalhadores, do nacionalismo da direita. Como diz Leon Trotsky no Programa de Transição:

"Quando o pequeno camponês ou o operário falam de defesa da pátria, falam da defesa de sua casa, de sua família e da família de outrem contra a invasão, contra as bombas, contra os gases asfixiantes. O capitalista e seu jornalista entendem por defesa da pátria a conquista de colônias e mercados, a extensão, pela pilhagem, da parte "nacional" da renda mundial. O pacifismo e o patriotismo burgueses são mentiras completas. No pacifismo e no patriotismo dos oprimidos há um germe progressista que é necessário saber compreender para dai tirar as conclusões revolucionárias necessárias. É necessário saber dirigir estas duas formas de pacifismo e de patriotismo uma contra a outra. Partindo dessas considerações, a IV Intemacional apoia toda reivindicação, mesmo parcial que for capaz de conduzir as massas, ainda que insuficientemente, ã política ativa, despertar sua critica e reforçar seu controle sobre as maquinações da burguesia".

Portanto, não podemos dizer que todos os que hoje se enrolam na bandeira nacional são fascistas. Aí também há distinções de classe. Colocar uma cunha entre setores da classe média, e mesmo dos trabalhadores, que adotam o senso comum antipartido motivado pela insatisfação generalizada, daqueles que representam a direita política, é uma tarefa chave dos trabalhadores e suas organizações. A política correta neste momento é justamente sermos ofensivos em colocar de pé organismos e assembleias por locais de trabalho e estudo, que organizem a entrada em cena dos trabalhadores como sujeito que agregue detrás de si as demandas de todos os setores explorados e oprimidos. Setores estes que hoje lutam contra o Estatuto do Nascituro, a aprovação do projeto de “Cura Gay”. Como os trabalhadores desempregados e setores populares que se manifestaram no corte da Estrada do M`Boi Mirim. A esquerda deve se unificar contra os ataques dos setores da direita, e debater programaticamente a política a ser defendida. E acima de tudo deve convocar paralisações e greves dos setores de trabalhadores em que estão, como a partir da Conlutas e da Intersindical, pois não é possível que as centrais dirigidas pela esquerda fiquem detrás da Força Sindical que convocou uma marcha dos trabalhadores metalúrgicos. Há que exigir que a CUT também o faça. Que os trabalhadores e a juventude demonstrem a diferença entre a política dos partidos burgueses e dos partidos classistas e revolucionários, provando que os revolucionários são os únicos que podem por abaixo a casta política parasita. Que discutam e levem para os atos um programa de conjunto, que possa dar um sentido progressista e revolucionário a raiva popular que se demonstra pelo país. Que demonstre pela sua força de classe o que esses grupos de ultradireita realmente são: uma minoria oportunista, que busca capitalizar pela direita o rechaço aos partidos burgueses de turno. É o momento de impulsionar uma política classista e revolucionária!

Nossa bandeira, não baixamos não, pois ela é contra a polícia e o patrão!

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