Solidariedade com a luta dos estudantes franceses

Por: CcC (Estado Espanhol)

A partir do Sindicato de Estudiantes de Izquierdas do Estado Espanhol e do Clase contra Clase queremos mostrar nossa solidariedade com os estudantes franceses, em luta contra uma reforma trabalhista que ataca a todo o conjunto da classe operária francesa, centrando-se em um dos elos mais débeis dos jovens trabalhadores.

Já em novembro pudemos ver a revolta dos subúrbios. Os jovens de origem estrangeira se rebelaram contra o estado racista imperialista francês, que os marginaliza sistematicamente e os submete a uma pressão policial cotidiana insuportável. A esta explosão seguem agora os universitários.

A política do governo de Villepen e Sarkozi é toda uma declaração de guerra aos jovens e trabalhadores de seu país. O CPE é mais um ataque da ofensiva patronal para abaratar a mão de obra francesa e acabar com as conquistas históricas do movimento operário neste país.

Seguimos com atenção os passos que estão empreendendo. Incentivamos a continuar e estender a greve e a ocupação de faculdades, assim como todos os avanços na coordenação da luta com base nas assembléias por faculdades, que elejam delegados revogáveis e com mandatos da base. A soma dos estudantes secundaristas em algumas cidades demonstra qual é o caminho, e há que levar a mobilização a todos os setores juvenis, universitários e jovens trabalhadores.

Assim, a unidade operário-estudantil, que teve uma primeira expressão no dia 07 de março com as greves parciais e as massivas manifestações em todo o país, deve se aprofundar. Há que lutar e impor ás distintas burocracias sindicais uma jornada de greve nacional de todos os setores, já que a maior parte das burocracias se negam alegando que os trabalhadores não estão dispostos a sair a lutar, mas a jornada do dia 07 é uma mostra de que a realidade é o contrário disso.

É imprescindível panfletar nos pontos mais importantes do transporte público e os pólos industriais, e explicar aos trabalhadores que esta luta é de toda a classe, e se tocam um setor da classe operária se atacam as condições de todos. A experiência de Maio de 68 demonstra a necessidade de unir a luta dos trabalhadores e dos estudantes, e que as burocracias conciliadoras não o farão, fazendo com que seja necessário exigir e impor. Quanto mais trabalhadores conhecerem em detalhe a luta dos estudantes e os ataques que estes enfrentam, mais fácil será a luta contra a burocracia sindical e, portanto, dar passos qualitativos no movimento.

Os ataques que vem sofrendo a classe operária na Europa do capital nos últimos anos demonstram que sob o reino da propriedade privada os jovens e trabalhadores temos um futuro nefasto. No capitalismo tudo se rege em função de aumentar os lucros e benefícios da patronal, e para isso a burguesia dos distintos países europeus não hesitam em atacar a sua mão de obra nacional e aumentar o espolio e dominação de suas semi-colonias. A luta contra o CPE é uma resistência de grande valor ante esta dinâmica, mas deveria ser o ponto de partida para começar a questionar o sistema em que vivemos e empreender a luta com uma perspectiva revolucionária. Só acabando com a raiz do problema, o capitalismo, poderemos por fim aos males que nos afetam constantemente. Devemos lutar contra a CPE e todas as medidas reacionárias de nossos governos, e devemos usar estes processos como escola para a batalha final, a revolução socialista baseada em órgãos democráticos de base.

Conforme as resistências ao modelo neoliberal avançam, os estados burgueses se reforçam. Se vão perdendo direitos e liberdades democráticas, justificadas sob diversas desculpas. Vocês conhecem muito bem esta dinâmica, pois acabaram de sofrer um estado de emergência, ou mais recentemente o desalojamento da Sorbbone. Exigimos a liberdade de todos os detidos nas mobilizações dos últimos meses e a saída imediata dos corpos repressivos dos subúrbios.

Sindicato de Estudiantes de Izquierdas Clase contra Clase- Fracción Trotskista
Zaragoza - Estado Español