Eleição sindical dos ceramistas de Neuquén (Argentina):
Um sindicato-exemplo de democracia operária! Chapa classista Marron ganha com 71% dos votos!
28/09/2012
Eleição sindical dos ceramistas de Neuquén (Argentina): Nesta quinta-feira 27/09 os trabalhadores argentinos deram mais um passo a frente com a vitória da chapa Marrón (Independentes e PTS) para o Sindicato Ceramista de Neuquen (Soecn). Numa eleição com participação de mais de 90% dos trabalhadores de distintas fábricas, a chapa Marrón teve uma contundente vitória com 71% dos votos. Publicamos abaixo a declaração dos diretores do Sintusp Claudionor Brandão, Diana Assunção, Marcelo "Pablito", Domenico Colacicco e André Pansarini.
À direção do SOECN e a@s ceramistas de Neuquén
Nesta quinta-feira 27/09 os trabalhadores argentinos deram mais um passo a frente com a vitória da chapa Marrón (Independentes e PTS) para o Sindicato Ceramista de Neuquen (Soecn). Numa eleição com participação de mais de 90% dos trabalhadores de distintas fábricas, a chapa Marrón teve uma contundente vitória com 71% dos votos. Esta maioria, que expressa uma forte base entre os trabalhadores ceramistas da Argentina, vem acompanhado de um aspecto fundamental da intervenção revolucionária no movimento operário, que é a liberdade de tendências e a proporcionalidade. Esta tradição, classista e revolucionária, que demonstra enorme confiança na classe operária, abrindo espaço para que todas as suas tendências se expressem proporcionalmente ao seu peso na base das categorias, é a mesma tradição que há 10 anos ocupou a fábrica de cêramica Zanon e a colocou sob controle operário, recuperando sua Comissão Interna e seu Sindicato das mãos da burocracia sindical vendida ã patronal e aos governantes burgueses, assim como em outras fábricas ceramistas da região. Isto somente foi possível com uma estratégia revolucionária que tinha como expressão máxima a centralidade da classe operária, não como um fim em si mesmo, mas como a única classe que poderia se dirigir aos outros setores explorados e oprimidos da sociedade, e foi o que fizeram os operários de Zanon, se aliando aos desempregados, ã população indígena Mapuche, aos professores e demais trabalhadores, aos estudantes e a todos os oprimidos de sua região. Se abriu espaço para a organização das mulheres, tanto as trabalhadoras como as companheiras e filhas dos operários. Se enfrentaram com a polícia e foram, sempre, uma expressão do apoio internacionalista à luta dos trabalhadores em todo o mundo.
Esta tradição, além dos valiosos independentes que compõem as iniciativas da chapa Marrón, tem a participação fundamental dos trotskistas do Partido dos Trabalhadores Socialistas, que vem contribuindo em cada local de trabalho para a constituição de uma forte corrente sindical e política de trabalhadores no movimento operário argentino, lutando por sindicatos sem burocratas e por partidos de trabalhadores sem patrões. Nós, que fazemos parte da Diretoria do Sindicato de Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), nos reivindicamos desta tradição trotskista, e buscamos como parte da poderosa classe operária brasileira - ainda amortizada por décadas de reformismo social e pelas amarras da burocracia sindical conciliadora - ser um grão de areia das idéias revolucionárias em nosso país. Por isso, enviamos esta forte saudação a todos os membros da chapa Marrón classista, por esta vitória contundente que muito nos orgulha. Se avançam os trabalhadores argentinos, avançamos todos! Zanon e o Soecn são passos adiante no classismo e na luta revolucionária dos trabalhadores! Adiante companheiros e companheiras!
São Paulo, 28 de setembro de 2012
Claudionor Brandão, Diana Assunção, Marcelo “Pablito”, Domenico Colacicco e
André Pansarini, diretores do SINTUSP