FT-CI

MANIFESTAÇÕES NO DIA 13

Atos do PT e da CUT em defesa de Dilma apresentam programa amplo para aglutinar apoios

14/03/2015

Atos do PT e da CUT em defesa de Dilma apresentam programa amplo para aglutinar apoios

Nesta sexta-feira a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), MST, UNE e outros movimentos, fizeram atos em várias capitais do país, com destaque para São Paulo, onde reuniram mais 40 mil pessoas. Chamado com as pautas de defesa da Petrobrás, dos direitos trabalhistas, da reforma política e da democracia, os atos, que adquiriram uma dimensão nacional, foram na verdade uma demonstração de forças em defesa do governo Dilma. As manifestações ocorreram em contraposição ao ato que está sendo chamado pela oposição de direita no próximo dia 15 pelo impeachment de Dilma.

Em São Paulo, as entidades ligadas ao governo conseguiram colocar mais de 40 mil pessoas na Avenida Paulista na tarde desta sexta-feira (segundo DataFolha). Apesar da clara defesa do governo Dilma, o ato foi permeado por críticas ás Medidas Provisórias que atacam os direitos trabalhistas e previdenciários, ao aumento das taxas de juros e aos cortes de verbas nos serviços essenciais ã população. No Rio de Janeiro, onde o ato reuniu cerca de 3 mil pessoas, a principal bandeira foi a defesa da Petrobrás frente ás tentativas de avançar na sua privatização e da reforma política como resposta aos escândalos de corrupção.

Esse programa defendido pelos atos busca lidar com o desgaste que o governo petista sobre nas bases das próprias organizações que os apoiam. Sem isso, seguramente teriam muito maior dificuldade para levar pessoas ao ato e angariar apoios, já que é geral a insatisfação por Dilma estar implementando o programa de ajustes que rechaçou nas eleições. Ainda assim, para encher a marcha de 40 mil em São Paulo, tiveram que recorrer aos métodos próprios de uma burocracia subordinada ao governo. Manobraram para unificar com o ato/assembleia de professores organizado em função dos ataques que a categoria vem sofrendo por parte do governador Geraldo Alckmin; colocaram o aparato da prefeitura do PT em movimento; e inclusive levaram pessoas pagas de forma clientelar.

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, aproveitou para defender um programa desenvolvimentista de mudança da política econômica (depositando os problemas do governo no Ministro da Fazenda Joaquim Levy), pois na semana que vem apresentarão um Manifesto de coalizão Capital/Trabalho junto ás principais entidades patronais do país em defesa da mudança da política econômica. “Nós temos uma classe trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundo” (site da CUT), destacou Vagner em sua fala no ato.

As manifestações defendiam ainda a estatal Petrobrás. Os discursos iam no sentido de que não entregariam esse enorme patrimônio brasileiro ã privatização, referindo ao escândalo de corrupção como antessala para os setores da oposição de direita buscarem privatizar totalmente a empresa. Mas escondem que Dilma já vem implementando a agenda de Aécio e do PSDB de privatização da própria Petrobrás, ainda que em parcelas, além dos ajustes econômicos.

Em diversas outras cidades do país, cobrindo todas as regiões e ganhando uma dimensão nacional, também ocorreram manifestações chamadas pelas mesmas entidades sindicais e populares. Em Salvador, Recife, Campo Grande, Belo Horizonte, Brasília e outras capitais, os atos foram concorridos por cerca de 2 mil manifestantes cada um. Além disso, a FUP juntos aos sindicatos regionais, organizaram desde bem cedo o atraso na entrada dos trabalhadores do primeiro turno das refinarias da Petrobrás em todo o país por cerca de duas horas, como parte da jornada de lutas.

A real importância dessas manifestações do dia 13 apenas poderá ser medida em comparação com a dimensão que irão adquirir as manifestações contra o governo marcadas para domingo 15/03.

O discurso das centrais sindicais e dos movimentos populares em defesa de “mais direitos”, contrários ás medidas mais draconianas de ajustes por parte de Dilma, esconde que na prática essas mesmas organizações têm se recusado a colocar de pé um verdadeiro plano de luta para barrar os ataques com a força da mobilização das camadas cada vez mais amplamente descontentes da população. Se negam não só a colocar de pé uma séria luta contra os ajustes, mas também a defender que os sindicatos e movimentos sociais se mobilizem de forma independente para garantir que mais esse escândalo de corrupção não termine impune.

Pelo contrário, subordinam as críticas aos ataques ao governo ã defesa de Dilma, impossibilitando qualquer luta séria. E propõem uma alternativa ã política econômica de ajustes juntamente com a centrais patronais, que, apesar de quererem estímulos econômicos por parte do governo, também querem fazer os trabalhadores pagarem a crise com desvalorização dos salários, desemprego e retirada de direitos trabalhistas. Fazem parte das negociações entre a CUT e a Fiesp, por exemplo, os grandes empresários que atualmente implementam uma ofensiva de demissões e retirada de direitos na indústria.

Os sindicatos centrais sindicais e movimentos sociais antigovernistas e classistas precisam assumir a linha de frente da organização de assembleias de base e coordenações regionais democráticas que coloquem de pé um plano de mobilização capaz de barrar os ajustes e impedir que mais esse escândalo de corrupção termine em pizza. Dirigindo-se ás bases CUT e ao MST para chamar a unidade nessa batalha, ajudando-as a lutar para que suas direções abandonem sua política passiva de conciliação com o governo e a patronal. Esse é o caminho para construir uma terceira força política independente, que não deixe os trabalhadores reféns nem do governo nem com a oposição de direita.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)