Povo do Rio de Janeiro sofre com chuvas, destruição e mortes
Mais uma catástrofe anunciada
11/04/2010
Desde o fim da tarde de segunda-feira o Rio de Janeiro e sua região metropolitana sofrem com a destruição e as mortes causadas como consequência das chuvas que ainda continuam. A cada momento novas notícias atualizam os resultados da catástrofe. As 14h37 de hoje o site do jornal O Dia anunciava 79 mortes. Apenas meia hora depois podia-se ler: “De acordo com informações oficiais da Defesa Civil estadual e municipal, já são 81 os mortos em função das chuvas que atingem o estado do Rio desde a tarde desta segunda-feira. Apenas em Niterói, 33 pessoas morreram. Em todo o Estado mais de 200 pessoas estão desabrigadas. O número de feridos já passa de 40.” Todas as zonas da cidade estão sob as águas e deslizamentos de terras já causaram mortes de crianças e adultos. Além da capital, a situação é grave em municípios como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Nova Iguaçu e parte da Região dos Lagos.
Diante desta catástrofe os governantes mostram sua completa incapacidade para lidar com a situação, buscando palavras para esconder suas responsabilidades por deixar as cidades durante anos sem investimentos e políticas públicas de prevenção dos mais que óbvios períodos de chuvas torrenciais. Foi assim no final do ano diante da destruição e das mortes em Ilha Grande e Angra dos Reis, e agora ouve-se a mesma cantilena dos verdadeiros responsáveis pela catástrofe anunciada.
O governador Sergio Cabral (PMDB), instalado nos belos salões do hotel Copacabana Palace, repetiu a velha conversa fiada de que “Está chovendo no Rio em um dia o que chove em um mês”. E a única resposta dele foi reafirmar o que disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB): “as pessoas não devem sair de casa, e os que não estão conseguindo chegar ao trabalho devem ter calma. O momento é sério, momento de ter serenidade”. Nenhuma proposta ou plano para atender e minorar o sofrimento dos trabalhadores, dos pobres e dos pequenos comerciantes que tiveram suas casas e negócios destruídos. Depois de tantos anos ã frente do governo esses políticos burgueses fazem de tudo para esconder suas responsabilidades no descalabro e corrupção na administração pública.
E o presidente Lula, que também está hospedado no Copacabana Palace, não fez outra coisa do que reproduzir as desculpas esfarrapadas: “A humanidade não consegue controlar intempéries. Quando chove 15 horas como tem ocorrido, os transtornos são grandes", disse. Lula, na verdade, encobre a responsabilidade dos seus aliados políticos Sergio Cabral e Eduardo Paes, e a dele mesmo, aproveitando da boa-fé do povo para decretar que nada se pode fazer a não ser “pedir a Deus que pare um pouco a chuva para que a situação retorne ã normalidade" .
Repetimos: Sergio Cabral, Eduardo Paes, os prefeitos das cidades, e o covil de vereadores, deputados e senadores do Rio de Janeiro, assim como Lula, são os verdadeiros responsáveis pela catástrofe. As chuvas eram previsíveis. As medidas para enfrentar situações como essa já haviam sido debatidas pelo governo e especialistas das universidades logo após a catástrofe também anunciada de Ilha Grande (final do ano). Porém, nada foi feito até hoje. O resultado não poderia ser outro: a catástrofe natural foi agravada pela catástrofe dos governos capitalistas do Rio de Janeiro. Com tantos recursos de engenharia e financeiros nas mãos do governo carioca, a cidade e o estado continuaram abandonados ã própria sorte. Quem paga o custo são os trabalhadores e os pobres, que vivem em moradias precárias, completamente indefesos diante das catástrofes naturais.
Os governantes são os verdadeiros responsáveis pelas mortes e destruições.
Os trabalhadores, moradores e pequenos comerciantes devem ser indenizados para garantir a reconstruição do que foi destruído.
Os sindicatos, as centrais sindicais e as organizações estudantis, populares e de direitos humanos devem organizar imediatamente uma campanha de solidariedade operária e popular, exigindo que os patrões paguem os dias e horas perdidos pelos trabalhadores nessa situação, além de garantir dias livres e pagos para atender suas famílias.
Para enfrentar as catástrofes naturais e melhorar as condições de moradia e saneamento básico: plano de obras públicas controlado pelos sindicatos e organizações populares, financiado com verbas arrecadadas por impostos progressivos sobre os terrenos e moradias dos ricos e impostos sobre as grandes fortunas.
Liga Estratégia Revolucionária (pela reconstrução da IV Internacional)
6/04/2010