Estados Unidos
Obama é o candidato do Partido Democrata
16/06/2008
Na terça (3/6), depois de ter finalizado as três eleições primárias que restavam, o senador Barack Obama se transformou no candidato democrata para a presidência. O establishment do Partido Democrata, desde o ex-presidente Jimmy Carter e figuras associadas a seu governo como Zbigniew Brezinsky, até a maioria dos dirigentes nacionais e locais, que compõem os mais ou menos 800 superdelegados, decidiram seu voto por Obama. Desta forma se pôs fim a uma campanha pela nominação democrata prolongada (o que não é comum) e já começou a disputa pela presidência com o republicano John McCain.
Depois de 8 anos de administração republicana, com duas guerras sem conclusão - Iraque e Afeganistão - e uma recessão econômica ás portas que já está comendo milhares de postos de trabalho, além das moradias e dos gastos de consumo de muitos norte-americanos, as expectativas em que um próximo governo de Obama signifique uma mudança progressiva são altas, especialmente num setor importante de jovens e a comunidade afro-americana. Também se espera uma mudança da política exterior de Bush, caracterizada pelo unilateralismo e o militarismo.
Mas Obama já começou sua campanha eleitoral se apresentando como quem pode defender melhor os interesses dos Estados Unidos e seus aliados no mundo. A poucas horas de assumir sua nominação como candidato presidencial, deu um discurso diante do principal lobby da política norte-americana, o Comitê de Assuntos Públicos Norte-Americanos Israelense (AIPAC na sigla em inglês), em que reafirmou sua “aliança incondicional” com o Estado de Israel e condenou o Hamas como “organização terrorista”. E somente criticou a guerra do Iraque por ter posto em risco a segurança dos EUA e de Israel. A mudança para uma política mais multilateral, se finalmente acontece, responde a um setor da classe dominante que crê que esta é a melhor forma para recuperar o terreno perdido e recompor a situação dos EUA no mundo, deteriorada durante a presidência de Bush.
Além disso, Obama recebeu o apoio financeiro das principias firmas de Wall Street, como JPMorgan Chase ou Citigroup. Embora ainda faltem cinco meses para as eleições, parece pouco provável que McCain consiga superar a má imagem de Bush e dos republicanos. Se Obama chega a ser eleito presidente, as expectativas e ilusões de milhões de norte-americanos “que acreditaram na mudança” mais cedo ou mais tarde se verá frustrada.
Para uma análise mais profunda da situação nos Estados Unidos ver artigo “Estados Unidos ao fim da era Bush”.
Traduzido por Felipe Lomonaco