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PSOL cede filiações ao MRT para que possa participar das eleições

01/10/2015

PSOL cede filiações ao MRT para que possa participar das eleições

O PSOL cedeu a chamada filiação democrática. Com ela o MRT não tem direitos militantes no PSOL mas poderá participar das eleições em 2016

Na segunda, 28/9, dirigentes do PSOL receberam oficialmente por parte de dirigentes do MRT os nomes para as filiações democráticas e reafirmaram seu compromisso em efetivá-las. As filiações democráticas, dentro da tradição da esquerda, são aquelas em que não são concedidos os direitos plenos de militante, mas com estas filiações, o MRT terá possibilidades de apresentar candidatos nas próximas eleições municipais de 2016.

Pelo PSOL, estiveram presentes: Juliano Medeiros, em nome da corrente Unidade Socialista, Israel Dutra, do Movimento de Esquerda Socialista e Tostão, dirigente da Insurgência. Receberam os nomes por parte de Diana Assunção e Marcelo Tupinambá. Também vieram saudar os dirigentes do MRT, o Presidente Nacional do PSOL Luiz Araújo e dirigentes de outras correntes.

O PSOL cedeu 40 filiações democráticas para que o MRT acorde com o PSOL quais lançará em 2016. Entre estes 60% de mulheres, 65% trabalhadores, além de muitos jovens, negros e ativistas LGBT.

Foram feitas em várias cidades do estado de São Paulo. Entre os filiados, temos Marcelo Pablito e Diana Assunção, ambos diretores do Sintusp, Marília Rocha, metroviária e demitida política do governo Alckmin, Andreia Pires, operária cipista demitida pela JBS, além de outros trabalhadores da USP, metrô, professores, correios, bancários, da indústria e estudantes da USP. Em Campinas, o professor e diretor da APEOESP pela oposição, Danilo Magrão, foi filiado junto a outros 5 companheiros. Em Marília, o professor Diego Lima, professor se filiou junto a outros companheiros. Em Santo André, a professora e também diretora da APEOESP pela oposição, Maíra Machado e a ativista LGBT Virginia Guitzel, foram filiadas junto a outros companheiros. Também teremos filiação democrática em Mauá, Vinhedo e Araraquara. Em Minas Gerais, a professora de Contagem Flávia Vale é uma das filiadas junto a outros companheiros de Belo Horizonte e Contagem. No Rio de Janeiro, o petroleiro Leandro Lanfredi é um dos filiados junto a outros companheiros na capital e em Duque de Caxias.

Sobre o caráter das candidaturas, Diana Assunção disse que “Nossos candidatos nas eleições buscarão ser um exemplo de um tipo de política verdadeiramente nova, que tem que ser dos trabalhadores e revolucionária. Queremos criar uma nova tradição de luta neste terreno, onde a luta de classes contra os ajustes, os combates aos privilégios da casta política são centro de atuação, sempre na busca por conformar uma corrente militante em todo o país que possa ser vencer na luta contra os governos, a patronal e a burocracia sindical. O exemplo dessa combinação de luta de classes e participação nas eleições que nos espelhamos é o do PTS na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores da Argentina, que é hoje um dos principais fenômenos da esquerda mundial.”

Diana ainda completou que “É importante que o PSOL tenha garantido seu compromisso com as filiações democráticas. É uma tradição daqueles que se reivindicam socialistas que as diferenças políticas não sejam motivo para impedir que outras organizações participem das eleições devido ás restrições absurdamente anti-democráticas para a legalização das organizações dos trabalhadores. Assim, poderemos participar das eleições com liberdade de expressão.”

Por sua vez, Marcelo Tupinambá afirmou que “No entanto, as filiações ainda se dão no marco da manutenção da negativa por parte da Executiva Nacional do PSOL em relação a nossa entrada no partido sem argumentos convincentes. Por sua vez, o grupo Esquerda Marxista, proveniente do PT, também anunciou suas filiações democráticas ao PSOL e que sua entrada será tratada no Congresso do PSOL em dezembro. Para nós é particularmente grave politicamente que um partido que se reivindica socialista e amplo feche as portas para trabalhadores, mulheres e jovens do MRT e, ao contrário, faz adesões plenas como militantes de figuras de partidos burgueses como o Deputado Federal Glauber Braga proveniente do PSB junto a outros em Nova Friburgo, do vereador do RJ Brizola Neto do PDT e outros. Esperamos que as recentes saídas de Randolfe, Heloísa Helena, Clécio e outros pressionem para a conclusão oposta: de que não se deve construir um partido de esquerda repetindo os vícios do PT de buscar alianças com interesses puramente eleitorais. A história e a crise atual do PT é um claro alerta contra esse desvio do PSOL, pois nenhum desses políticos tem qualquer ligação com os interesses dos trabalhadores, da juventude e dos oprimidos, bem ao contrário. Estamos junto a outros setores do PSOL que defendem que é necessário maior abertura aos revolucionários e maior dureza contra os oportunistas. Para nos, nenhum destes representantes de partidos burgueses deveriam ter lugar no PSOL.

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