FT-CI

BASTA DE CRIMINALIZAR E REPRIMIR O DIREITO A MANIFESTAÇÃO!

Respondamos com atos massivos no dia 13/03 em todo o país

25/02/2014

Respondamos com atos massivos no dia 13/03 em todo o país

O 2° ato contra a Copa, realizado em São Paulo no dia 22/02, foi vítima de uma orquestrada política de amedrontamento, criminalização e repressão por parte das forças repressivas do Estado. Desde a morte do cinegrafista Santiago Andrade, setores mais descaradamente reacionários da sociedade vêm buscando utilizar de forma oportunista esse lamentável acidente para recrudescer a legislação e a orientação repressiva do Estado para cercear o livre direito de manifestação e protesto da população, que desde junho de 2013 vem expressando um profundo descontentamento social e político. Essa movimentação reacionária busca num primeiro momento impedir que as ações de vanguarda da juventude que começa a protagonizar ações manifestações contra a Copa em São Paulo e contra a volta ã carga com os aumentos de tarifas dos transportes no Rio de Janeiro possam confluir com a forte indignação que a maioria da população sente – como demonstram as pesquisas de opinião e as recorrentes explosões sociais nas periferias dos centros urbanos – diante dos monstruosos gastos públicos destinados a uma Copa que só uma elite poderá assistir ao vivo enquanto a maioria da população segue sofrendo com as enchentes e as filas nos hospitais, e agora o perigo de racionamento de água e de luz. Mas, para além disso, busca se antecipar ã possível eclosão de greves que também confluam com esse sentimento. No fundo, o imperialismo, os grandes monopólios por trás da FIFA, as elites dominantes do país, o governo federal e os governos locais têm medo do “fantasma” de junho, ou seja, têm medo de que ações radicalizadas de massas “estraguem” a festa de lucros que a Copa implica para todos esses setores.

Amedrontamento, criminalização e repressão coibiram o direito de manifestação no dia 22

A campanha para debilitar a manifestação do dia 22 recrudesceu com uma política orquestrada da polícia e da imprensa burguesa, que dias antes difundiram amplamente uma nova ofensiva de criminalização e amedrontamento do movimento que combinava: a intimação de vários ativistas a deporem na polícia no mesmo dia e na mesma hora da manifestação (reproduzindo o método utilizado contra as torcidas organizadas dos “Holligans” na Inglaterra), um verdadeiro "show" em torno ã “queima” do suposto material incendiário que haveria sido encontrado na mochila do manifestante que foi baleado pela polícia na manifestação do dia 25, e todo o alarde sobre a nova “Tropa Ninja” de policiais especializados em artes marciais que atuariam nesse ato. No dia 22, o contingente policial concentrado no local do ato e espalhado por todo o centro da cidade era algo que até então não tinha se visto em outras manifestações. Eram 2.300 policiais, incluindo helicóptero e cavalaria, para uma manifestação que girou em torno de 1.500 pessoas. O ato transcorria de forma pacífica quando a polícia realizou uma ação ofensiva previamente orquestrada para prender 262 ativistas – uma verdadeira emboscada – e com isso terminar com a manifestação. A “Tropa Ninja” agiu com “brutalidade ninja”: cassetetes, murros, pontapés e spray pimenta; adolescentes, idosos e mulheres sendo golpeados, imobilizados e arrastados como criminosos; jornalistas agredidos e impedidos de registrar a repressão, advogados impedidos de auxiliar os presos, horas de privação de água e banheiro e ataques racistas aos presos; perseguição com bombas de gás lacrimogênio etc.

Buscam atacar os black blocks como forma de atacar o conjunto dos manifestantes

Como parte da tentativa de impor um caráter reacionário ã conjuntura, foi colocada para tramitar em regime de urgência uma suposta “lei antiterrorista” que se implementada habilitaria a policia e a justiça a qualificar como terrorismo toda e qualquer ação de protesto político. Entretanto, houve forte repúdio de amplos setores, não só daqueles diretamente ligados ã esquerda, mas inclusive de quadros mais diretamente ligados ao PT e ao PSDB, já que claramente remeteria ao período de chumbo da ditadura militar. A resultante foi que o próprio governo preferiu elaborar um projeto de lei que se volte especificamente contra os black blocs, apoiando-se na lei enviada por Beltrame – secretário de Justiça do Rio – ao Congresso.

Essa foi a essência da orientação política orquestrada para o ato do dia 22: atacar os back blocs como meio de atingir colateralmente o conjunto dos manifestantes e mais de conjunto o direito de manifestação. Assim, os governos e a polícia utilizam amplamente o discurso de que não têm como alvo os manifestantes em geral e sim os “vândalos”; hipocritamente, dizem que seu objetivo é “acabar com vandalismo” para “garantir o direito de manifestação”. Alegam que o “cerco” policial na manifestação do dia 22 foi calculado pelos seus serviços de inteligência para ocorrer preventivamente a uma suposta ação de depredação. Escolheram “a dedo” ativistas negros, pobres e com peças de roupa preta para tratar com especial truculência. Invadiram casas de supostos ativistas black blocks no mesmo dia da manifestação para apreender seus computadores com o intuito de “montar” o esquema que os incriminaria.

Essa é a nova “lei” que a polícia de São Paulo buscou instaurar na prática: os órgãos de repressão escolhem quando e quais manifestantes “oferecem potencialmente algum perigo” e estão “autorizados” a agir preventivamente para reprimi-los com brutalidade, prendê-los e criminalizá-los. Entretanto, o que ficou claro é que essa política está a serviço de atingir o conjunto dos manifestantes e dos protestos, de gerar pânico e terror para amedrontar as pessoas que querem ir para a rua, de criminalizar e reprimir amplos setores de vanguarda e não apenas os black blocks. Até jornalistas e professores foram detidos e agredidos, mostrando como a polícia e o governo agem de forma truculenta e ilegal. Enfim, uma completa ilegalidade e arbitrariedade contra todos que não aceitam que haja Copa enquanto faltam hospitais, escolas, moradias, transporte. Agem contra o legítimo direito de manifestar, garantido pelas leis vigentes, tanto para os black blocks como para quaisquer cidadãos.

Abaixo a repressão e a criminalização dos protestos! Fim de todo indiciamento de ativistas e manifestantes! Fim de toda perseguição policial e judicial contra os manifestantes! Liberdade de reunião e manifestação! Construamos um ato massivo no dia 13/03 pela estatização dos transportes com gestão dos trabalhadores em aliança com usuários e contra a repressão policial e criminalização dos protestos!

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)