FT-CI

Brasil: Dia Internacional dos Trabalhadores

23/04/2008

ATO ÀS 10H NA PRAÇA DA SÉ - SÃO PAULO

1° de Maio: Dia Internacional dos Trabalhadores

Para enfrentar o aumento nos preços dos alimentos: CAMPANHA SALARIAL NACIONAL DE EMERGÊNCIA UNIFICADA! Pela recuperação do poder de compra dos salários! Reajuste mensal automático! Salário Mínimo do Dieese! Reforma Agrária Radical! CHEGA DE FESTAS E DATABASE! Que a Conlutas e a Intersindical preparem um verdadeiro plano de lutas!

Em todo o mundo, a sede de lucro dos grandes capitalistas está por trás das pressões inflacionárias que estão levando a uma alta generalizada dos preços dos alimentos. No Brasil, os preços dos produtos de consumo popular sobem ás alturas: feijão subiu 168%, óleo de soja, 56%; pãozinho, 20%, e vai aumentar mais, visto que o trigo subiu 53,4% apenas nos dois primeiros meses do ano [Folha de S. Paulo, 15, 16 e 17/04/2008].

Nos últimos meses, em vários países este processo tem levado ã multiplicação de revoltas e rebeliões contra a fome, amedrontando a burguesia dos países imperialistas e semicoloniais com a volta do “fantasma” da luta de classes. Na Cidade do México, protestos massivos pelo custo das tortillas. Na Bengala Ocidental, conflitos pelo racionamento de alimentos. No Haiti, protestos deixaram quatro mortos. Protestos recentes no Egito, Costa do Marfim, Marrocos, Mauritânia, Moçambique, Senegal, Uzbequistão, Yemen, Bolívia, Malásia, Filipinas e Indonésia tiveram o denominador comum de reclamar uma redução no preço dos alimentos. Em Camerún (África), a repressão ás marchas contra os aumentos de preços custou 40 vidas.

Mas porque faltam alimentos e os preços estão subindo?

Segundo a consultoria Economática, o lucro somado das 257 empresas brasileiras de capital aberto (com negociação de ações em Bolsa de Valores) em 2007 teve o melhor desempenho desde o início do primeiro mandato de Lula, atingindo R$ 123,7 bilhões. Ao longo dos dois mandados de Lula o lucro dessas empresas aumentou 100%, ou seja, dobrou. No momento em que se desenvolve uma alta do preço dos alimentos, em especial as grandes empresas do agro-negócio têm tido lucros recordes. Não é a toa que eles, os patrões, seus políticos e a sua mídia, estão comemorando tanto.

Já os trabalhadores têm bem menos motivos para comemorar. Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Economia Aplicada (Ipea) do governo, analisa que dos cerca de 4 milhões de empregos criados no governo Lula 90% pagam abaixo de dois salários mínimos. A exploração do trabalho infantil, proibida por lei, atingiu 1,4 milhões de crianças entre 5 e 13 anos em 2006, sendo que a maior parte destas recebe um salário miserável a serviço de aumentar ainda mais os enormes lucros do agronegócio.

Os grandes monopólios capitalistas que controlam a produção e a distribuição da agricultura no mundo não estão a serviço de atender as necessidades humanas, e sim de maximizar seus lucros. Atualmente, por exemplo, cada vez mais a grande parte da produção de cereais e grãos é destinada aos biocombustíveis. Isso tem provocado uma diminuição dos estoques de produtores alimentares, diminuindo sua oferta e conseqüentemente aumentando os preços. Além disso, a especulação de preços no mercado internacional, estimulada pelo aumento do consumo da China e da Índia, pressionam os preços dos alimentos para cima. Assim, a busca dos monopólios capitalistas pelos maiores lucros possíveis é que tem gerado a escassez de alimentos básicos na mesa do trabalhador e a inflação dos preços.

Essa crise dos alimentos é mundial e atingirá em cheio os salários dos trabalhadores e a renda dos pequenos produtores. A inflação, como sempre, será paga pelos consumidores, ou seja, os assalariados, principalmente os que ganham salários menores e comprometem até 39% da renda em gastos básicos, como qualquer trabalhador tem sentido na pele. Os alimentos aumentaram nos últimos 12 meses 11,24% na média, mas a inflação oficial (Fipe e IBGE) fica entre 4% e 5%. Este é o índice que vale para os salários, e por isso escondem os verdadeiros aumentos dos preços e do custo de vida real. Porém, para reajustar os contratos e negócios dos empresários, incluindo os juros bancários e dos financiamentos, os índices são outros, como o IGP-DI ou IGP-M que passam de 9%.

Os salários, já rebaixados, vão ser corroídos pelos preços, a mesa terá menos alimentos, até os parcos aumentos salariais das campanhas salariais que só repõem a inflação manipulada estão ameaçados, pois a patronal vai alegar “crise” e aumento dos custos para jogar nas costas dos trabalhadores as conseqüências dessa crise criada pela anarquia capitalista e a concorrência por lucros cada vez maiores.

NÃO PODEMOS ESPERAR AS DATA BASE

Os sindicatos da Conlutas e da Intersindical devem convocar uma

Campanha Salarial Nacional de Emergência Unificada

Não podemos esperar as data base enquanto os preços comem nossos salários a cada dia, e os patrões enchem os bolsos com essa perda salarial. Os sindicatos da Conlutas e da Intersindical devem romper a acomodação ás campanhas salariais isoladas e submetidas ás datas base impostas pela legislação trabalhista - com o objetivo de manter os salários defasados enquanto os lucros patronais crescem. Todos os trabalhadores, de todas as categorias, incluindo os desempregados, terceirizados e precários são afetados pelo aumento dos preços. Continuar lutando cada um por si, como fazem os sindicatos da CUT, da Força Sindical e da pelegada que apóiam o governo divide e enfraquece a luta da classe trabalhadora e favorece os interesses dos patrões. Basta de lutar por salários uma vez por ano enquanto os preços aumentam todos os dias!

Os sindicatos da Conlutas e da Intersindical devem organizar imediatamente uma Campanha Salarial Nacional de Emergência Unificada pela recomposição do poder de compra dos salários, preparando um Plano de Lutas, com assembléias em todos os sindicatos para unificar os trabalhadores e exigir que as outras centrais sindicais deixem de apoiar o governo e os patrões e se somem a essa campanha, lutando por:

â— Aumento Geral dos Salários. Reajuste Mensal de acordo ao aumento do custo de vida. Salário mínimo do Dieese (R$ 1.881,32). â— Nenhuma demissão ou PDV. â— Salários e Direitos iguais para os terceirizados. â— Reforma agrária radical e crédito barato para atender as demandas dos sem-terras. â— Mais verbas para saúde e educação. Não pagamento das dívidas interna e externa.
Pela aliança operário-estudantil no 1° de Maio e nas lutas

Depois de anos de paralisia, a ocupação da USP reacendeu o movimento estudantil em todo o país. Recentemente, a ocupação da UnB e a luta da Unifesp apontaram o único caminho para lutar contra a corrupção: o da mobilização direta. Em São Paulo segue a resistência nas privadas como a Fundação Santo André (de direito privado), PUC, Unicid e nas estaduais paulistas os estudantes começam a recompor suas forças que no ano passado impulsionaram a luta nacionalmente.

Isso tudo apesar da política das direções tradicionais que tem sido incapazes de coordenar as lutas e apontar uma perspectiva independente frente ã burocracia acadêmica. É o que se demonstra no absurdo de aceitar para reitor da UnB um secretário de segurança pública, ou seja, trocar um corrupto por um assassino.

Precisamos de um movimento estudantil que aponte uma perspectiva distinta para sermos vitoriosos na luta contra os planos dos governos e das burocracias acadêmicas de adequar a universidade ainda mais aos interesses capitalistas. Um primeiro passo que devemos dar é superar a falta de ligação com os trabalhadores e o povo pobre. Sem essa aliança não somente seremos incapazes de defender a universidade dos ataques, mas muito menos questionar o seu caráter elitista e racista e passar do questionamento da universidade de classes ao questionamento da sociedade de classes. Chamamos todos os estudantes que queiram lutar por um novo movimento estudantil anti-burocrático e pró-operário a se somar ã construção de nosso bloco como uma primeira iniciativa em se ligar aos trabalhadores e coordenar o movimento estudantil de São Paulo.
INTERNACIONALISMO PROLETáRIO

Neste 1° de Maio vamos construir um bloco pela independência da classe trabalhadora diante de todos os governos latino-americanos

Os primeiros indícios de mudança no cenário econômico abrem novas perspectivas que exigem um programa de independência de classe para a ação e a organização política dos trabalhadores. Se por um lado no Brasil a luta de classes ainda se encontra mais atrasada que em outros países, a alta do alimentos certamente debilitará a popularidade do governo e abrirá condições mais favoráveis para o desenvolvimento da luta de classes. Nesse marco, é necessário desde já preparar a vanguarda da classe trabalhadora com um programa e um plano de luta independente da burguesia para responder ás necessidades mais urgentes do povo e aos ataques que estão por vir.

Independência política dos trabalhadores diante de todos os governos, não apenas em relação aos mais abertamente neoliberais como Lula, mas também aos falsamente “antineoliberais” como Chaves (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Correa (Equador). Os trabalhadores só podem confiar em suas próprias forças e numa aliança com os camponeses e o povo pobre!

OS TRABALHADORES BRASILEIROS EM DEFESA DE CUBA

 Defender as conquistas da Revolução Cubana!

 Contra o bloqueio imperialista ã Ilha!

 Contra a restauração capitalista implementada por Fidel (Raul) Castro e o PC Cubano!

 Liberdade e legalidade dos partidos que defendem a revolução!

 Retirada das tropas brasileiras e imperialistas do Haiti que reprimem e assassinam o povo negro haitiano!

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